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City and Colour volta ao Rio de Janeiro e faz show mais pesado para os fãs

Resenha - City and Colour (Rio de Janeiro, Vivo Rio, 14/06/2024)

Por Gabriel von Borell
Postado em 22 de junho de 2024

Mais de dois anos depois de sua passagem pelo Rio de Janeiro com o Alexisonfire e nove de sua estreia na cidade com o City and Colour, o músico canadense Dallas Green voltou a encantar os cariocas ao subir ao palco do Vivo Rio, na Glória, nesta sexta-feira (14).

Fotos: Gabriel Ramos

O local, maior que o Sacadura 154 e Circo Voador, onde aconteceram os shows anteriores do projeto folk em 2015 e 2016, respectivamente, pareceu grande para o público do City and Colour, mas os fãs do vocalista e guitarrista são tão dedicados que nem fez falta uma audiência mais numerosa.

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Acompanhado por John Sponarski (guitarra), Matt Kelly (guitarra e teclados), Erik Nielsen (baixo) e Leon Power (bateria), Dallas já deu o tom da apresentação logo ao surgir em frente ao microfone. "Rio, vamos ficar emotivos".

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No entanto, mais conhecido por suas performances em voz e violão, Green hoje em dia executa um show mais pesado, muito em função da forte influência de guitarras em seus álbuns mais recentes, como o próprio, "The Love Still Held Me Near", sétimo trabalho de estúdio do cantor que saiu em 2023.

Com cenário praticamente sem elementos e pouca iluminação, Dallas abriu o show logo depois das 22h com a primeira faixa do novo disco, "Meant to Be". Muito bem recebido pela plateia, assim como aconteceu das outras vezes em que veio, Green respondeu com todo seu talento e competência artística.

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O show, então, seguiu com a faixa "Living in Lightning", do disco "A Pill For Loneliness", de 2019, e "Nothern Blues", presente no álbum "If I Should Go Before You", lançado em 2015.

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Nesta altura, o músico já havia trocado o violão pela guitarra e, antes de "Thirst", do álbum "The Hurry and the Harm" (2013), Green perguntou ao público: "Quem está com seus sapatos de dança?".

Naquele momento, a apresentação ganhou contornos mais agitados e, na sequência, "The Love Still Held Me Near" deixou o clima um pouco mais melancólico.

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O líder do City and Colour, que pediu desculpas por ter demorado tanto em voltar ao Brasil, desconsiderando a turnê do Alexisonfire por aqui em 2022, transmitiu ao público uma mensagem importante para introduzir "We Found Each Other in the Dark", música que integra o disco "Little Hell" (2011).

Na ocasião, ele disse, deixando claro que gostaria que sua vontade fosse respeitada: "Essa música é sobre ser gentil com as outras pessoas, precisamos dar uns aos outros mais compaixão, [sermos] mais compreensivos. Cantem essa canção com a gente. Pegue toda a gentileza que você tem em seu coração e dedique ao amigo que está do seu lado. E se você não concordar, eu acho que a porta de saída está bem ali do lado".

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A apresentação continuou com "Weightless", "Underground", "Astronaut" e "The Grand Optimist" até chegar na aguardada cover de "Nutshell", do Alice in Chains, definida por Dallas como "uma de minhas canções preferidas".

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A execução do sucesso que apareceu no álbum "Jar Of Flies, de 1994, deixou os fãs bastante emocionados, provavelmente por lembrar do saudoso Layne Staley, vocalista da icônica banda grunge que faleceu em 2002, aos 34 anos, vítima de uma overdose.

Após "Little Hell" e "Waiting", Dallas apresentou seus companheiros na hora de tocar "Hard, Hard time". Devidamente aplaudidos pela plateia, Green apresentou uma versão com arranjos bem diferentes do hit "Hello, I’m in Delaware", um dos primeiros do City and Colour e que faz parte do disco de estreia "Sometimes" (2005).

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Provando sua versatilidade, ele encerrou o setlist antes do bis com a intensa "Bow Down to Love". Pouco depois, o artista retornou ao palco acompanhado apenas pelo guitarrista e tecladista Matt, que, junto com Dallas, fez uma performance arrebatadora de "Coming Home", outra canção dos primórdios do City and Colour.

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Como se não bastasse a popularidade da música, os dois ainda puxaram um pequeno trecho de "This Could Be Anywhere in the World", talvez o hit mais conhecido do Alexisonfire, na parte final da execução, fazendo muitos fãs se empolgarem com a dobradinha.

A energia ficou mais carregada em seguida com a contagiante "Lover Come Back", que teve um lindo coro do público, e o repertório, após duas horas de apresentação, foi encerrado com a ótima "Sleeping Sickness", do álbum "Bring Me Your Love" (2008).

Em clima de alegria, contrastando com a atmosfera soturna que envolve a persona de Dallas no City and Colour, o músico se despediu timidamente. Ao vê-lo caminhar em passos lentos, acenando para a plateia, os fãs pareciam contemplativos e ávidos por um pouco mais, apesar do tanto que Green já tinha entregado.

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Setlist:

1. "Meant to Be"
2. "Living in Lightning"
3. "Northern Blues"
4. "Thirst"
5. "The Love Still Held Me Near"
6. "Two Coins"
7. "We Found Each Other in the Dark"
8. "Weightless"
9. "Underground"
10. "Astronaut"
11. "The Grand Optimist"
12. "Nutshell" (cover de Alice in Chains)
13. "Little Hell"
14. "Waiting..."
15. "Hard, Hard Time"
16. "Hello, I'm in Delaware"
17. "Bow Down to Love"

Bis:

18. "Northern Wind"
19. "Comin' Home"/ "This Could Be Anywhere in the World"
20. "Lover Come Back"
21. "Sleeping Sickness"

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Sobre Gabriel von Borell

Gabriel von Borell, nascido em 30/03/85, jornalista. Não vive sem música e também não se apega a rótulos musicais. Acredita que todo preconceito é burro, inclusive o musical. Escuta de tudo um pouco, considerando que um jornalista deve estar aberto pra conhecer e comentar sobre qualquer músico ou banda. Pode ser encontrado no Twitter em @gabrielborell.
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