Resenha - Hibria (Bar Opinião, Porto Alegre, 22/07/2022)
Por Guilherme Dias
Postado em 15 de agosto de 2022
A Hibria voltou aos palcos com uma apresentação especialíssima. Muitas participações especiais e um repertório esbanjando clássicos e canções novas. O bar Opinião foi palco de uma maravilhosa noite de heavy metal, em plena sexta-feira.
A abertura foi realizada pelos gaúchos da It’s All Red, a formação atual conta com Tom Zynski (vocal), Daniel Nodari e Rafael Siqueira (guitarras), Carlos Loureiro (baixo) e Renato Siqueira (bateria). A primeira no set foi "Boneless", single de 2019, seguida de "Plavalaguna", do álbum "Lead By The Blind", lançado em 2015. Uma pequena pausa para Tom declarar que estava sendo muito bom compartilhar o palco com os amigos da Hibria e Alchemia. E enaltecendo a importância do bar Opinião nos 15 anos da carreira do grupo. Os vocais tiveram um poder a mais em "Power To Let Power Go", com a participação especial de Lucas Zawacki, frontman da Mortticia, banda local também. Na sequência, Rafael Siqueira foi ao microfone para dedicar "Gemstone" (single, 2020) para Lohy Fabiano Silveira, ex-vocalista e baixista da Rebaelliun, que faleceu no mês passado. Não faltou emoção e agradecimento no discurso de Rafael, tamanha a importância do amigo Lohy para o It’s All Red e o metal gaúcho. A saideira ficou com "Poisonous" (single, 2021) onde Tom agradeceu a participação do público e pediu para que todos seguissem o grupo nas redes sociais. Vale ressaltar a energia e entrega por parte de todos os músicos e a alta qualidade sonora, que foi impecável.
A segunda atração da noite foi o "Horror Metal" da Alchemia, de São Paulo. Na formação Victor Hugo Piroja (vocal), Rodrigo Maciel (guitarra), Fifas (baixo), Wally D’Alessandro (teclados) e Alex Cristopher (bateria). No visual um corpse paint e na sonoridade diversas passagens por todo o universo do heavy metal. O repertório teve canções do álbum "Inception" (lançado em 2021). "Sacrifice" abriu os caminhos e agradecimentos foram feitos por Victor Hugo ao final dela. "A pior prisão é a que está na nossa cabeça" disse Victor Hugo, antes de anunciar "Mind Prison". Seguindo a apresentação, Victor comentou sobre o primeiro lançamento no velho mundo, referindo-se ao single de "If Nothing Is Sacred". A receptividade por parte do público foi magnífica, o que deixou todos os músicos muito satisfeitos e notoriamente felizes por estarem no palco. O encerramento foi realizado com a faixa "Haunting You". A sonoridade causou uma surpresa extremamente positiva para o público. Os grandes destaques foram as orquestrações de Wally, o eclético vocal de Victor, o peso da cozinha de Fifas e Alex e a combinação com as melodias das cordas de Rodrigo. O típico show onde tudo estava perfeito, e a atração principal ainda estava por vir.
Por volta da 1 hora da manhã foi a vez da Hibria. Além do membro fundador Abel Camargo (guitarra), a Hibria conta com Victor Emeka (vocal), Bruno Godinho (guitarra), Thiago Baumgarten (baixo) e Otávio Quiroga (bateria). O show teve início com "Warcry", faixa que abre o novo álbum "Me7amorphosis" (lançado no início do ano). Logo depois Emeka foi aos microfones para anunciar que iriam contar a história da banda através das participações. A primeira foi de Benhur Lima, baixista da Hibria entre os anos de 2010 e 2016 para a já clássica "Shoot Me Down" representando o álbum "Blind Ride" de 2011.
Mais convidados estavam prestes a subir ao palco para as canções seguintes. Emeka recebeu o reforço de André Meyer (vocalista da Distraught) nos potentes vocais de "Silent Revenge". Já o maior clássico do grupo recebeu o músico que dividiu as guitarras com Abel nos primeiros anos de Hibria. Diego Kasper foi chamado para "Steel Lord On Wheels", em um momento extremamente especial. Abel também não deixou de homenagear o músico Lohy e Emeka compartilhou com a plateia o desafio diário que é ser um negro no heavy metal, um estilo musical onde a maioria dos músicos são brancos. O vocalista acrescentou que a próxima no set tem como tema o sentido da vida e a jornada de cada um em pequenos momentos. Reforçando o quanto estava sendo especial dividir o palco com amigos, sem brigas e poder tocar músicas que se tornaram clássicas no metal nacional. Ele estava se referindo a "Meaning of Life", também presente em "Me7amorphosis".
Voltando no tempo mais uma vez, "Millenium Quest", também de "Defying The Rules" (2004), deixou no ar a nostalgia do power metal gaúcho do início dos anos 2000. Uma época em que a cena era muito forte, sendo a Hibria, inspiração para outras bandas como Magician, Scelerata (atualmente Rage In My Eyes), entre outras bandas que marcaram aquele momento. Músico que fez parte de todas essas bandas citadas e também teve o seu marco na Hibria foi o guitarrista Renato Osório, que não poderia ficar de fora. Renato introduziu o técnico e belo solo de "Leading Lady" (faixa do EP "XX" de 2016), cativando muito os fãs com o seu carisma e sua presença de palco.
Próximo do final, o frontman da Hibria rasgou elogios para Abel, que acreditou no potencial dos seus colegas de banda. Além de agradecer pelos magníficos shows de abertura do evento e aos amigos que participaram da apresentação. Faltava uma participação e novamente com 2 baixos no palco foi a vez de mais um artista da primeira formação. Marco Panichi (membro desde o início até 2010) participou da poderosa "Tiger Punch". A noite que foi madrugada adentro vai ficar marcada durante muito tempo na memória de todos os envolvidos. Os três grupos mostraram uma qualidade brilhante tanto na sonoridade como no visual. A riqueza de detalhes no preparativo dos shows cativou ainda mais os presentes. Que Porto Alegre tenha noites como essa com maior frequência.
Fotos por: @perdimeudrone
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