New Order: a música e a arte não podem se acomodar
Resenha - New Order (Espaço das Américas, São Paulo, 28/11/2018)
Por Daniel Abreu
Postado em 06 de dezembro de 2018
O Brasil, como o país do futebol (será que continua sendo?!?!), tem como tradição em uma quarta-feira de noite as partidas de futebol dos campeonatos regionais ou nacionais. Como o Brasileirão já foi conquistado pela agremiação alviverde da região de Perdizes na Zona Oeste de São Paulo, o show do New Order agitou a capital no dia 28 de novembro.
A banda foi formada no começo dos anos oitenta com os ex-membros do Joy Division, após o vocalista Ian Curtis se suicidar, e foi uma das principais forças do que ficou conhecido pelos críticos como "Synthpop". Aliando um som mais eletrônico, com um baixo extremamente melódico, o grupo inglês continua na estrada e atraindo sempre interesse em suas apresentações ao vivo.
Marcado para as 22 horas de Brasília, Bernard Sumner e sua trupe entraram pontualmente em um Espaço das Américas lotado para a primeira de três apresentações no Brasil. Mesclando um setlist com músicas do último disco de inéditas do grupo, "Music Complete" de 2015, com uma seleção de clássicos como "Blue Monday", "The Perfect Kiss" e "Bizarre Love Triangle", o New Order transformou por cerca de duas horas a capital paulista em um eterno flashback das pistas de dança da década de oitenta. Sim, o povo dançou muito!
Na parte final, o bis, o grupo voltou e mandou três músicas do Joy Divison, uma clara homenagem a uma das principais bandas que definiram o pós-punk e ao ser ex-líder.
Apesar de um bom show, a banda continua naquele arroz com feijão que foi apresentado dois anos antes (2016). Para mim, o New Order nos anos recentes parece não ter mais medo de arriscar, algo que eles fizeram bastante durante sua longa trajetória. O carro chefe são os hits e pronto.
Provavelmente para muitos fãs que estavam ali vendo Sumner e companhia pela primeira vez, o show de quarta foi um dos melhores de suas vidas, eu entendo, sinceramente. Mas deixando um pouco de lado o modo fã xiita, acredito que a música e a arte não podem se acomodar e algo novo deve ser tentado sempre.
Outro ponto que me incomodou foi a ausência do baixista Peter Hook. As linhas de baixo dele estão lá, sim, reproduzidas fielmente por Tom Chapman. Mas o original, quem escreveu elas, a atitude punk do grupo, não.
Apesar das minhas críticas, o New Order continuam sendo uma fonte de inspiração para várias gerações. Tenho absoluta certeza que muitos saíram do Espaço das Américas satisfeitos na noite de ontem e vão aguardar uma nova apresentação do, hoje, quinteto em solo tupiniquim.
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