Solid Rock: festival entregou o que prometeu
Resenha - Solid Rock (Allianz Parque, São Paulo, 10/11/2018)
Por Daniel Abreu
Postado em 22 de novembro de 2018
No último sábado, dia 10 de novembro, quem se aproximava da região da Pompeia se deparava com uma cena diferente do habitual na região. Nas estreitas ruas próximas a nova arena do Palmeiras a cor preta predominava nos trajes. A cerveja, vendida por diversos ambulantes em ritmo de carnaval, também estava presente. O clima, claro, era de festa. Mas qual a ocasião especial em um sábado qualquer de novembro sem jogo de futebol? O festival Solid Rock.
Em sua segunda edição, o festival trouxe dois nomes já bem conhecidos do público brasileiro, o rock alternativo do Alice In Chains e o heavy metal do Judas Priest, além da banda Black Star Riders, pela primeira vez no país, fechou o cast deste ano.
Com os portões sendo abertos as 16:30, a primeira banda a entrar em cena as 18:15, ainda com o dia claro por conta do horário de verão, foram os estreantes em Brasil Black Star Riders. Para quem não conhece o quinteto, o grupo formado em 2012 pelo guitarrista Scott Gorham do Thin Lizzy tem como grande virtude o hard rock clássico. Tocando apenas 10 músicas, o time de Scott mostrou que é ótimo ao vivo, principalmente com as duas homenagens ao Lizzy, "Jailbreak" e "The Boys Are Back in Town". O que pegou mal para a produção foi o terrível som que deixaram para os meninos, porém eles seguraram a bronca e fizeram um grande show.
Após o público ter calibrado seus (vários) copos de cerveja e matado a fome com sanduiches, cachorros-quentes e mini pizzas a preços desproporcionais ao praticados do lado de fora, por volta das 19:30 o Alice In Chains entrou no palco e fez um dos melhores shows de 2018. O grupo, formado no fim dos anos oitenta em Seattle, ganhou notoriedade com a explosão do grunge no início da década seguinte. Com a morte do vocalista Layne Staley em 2002, Jerry Cantrell e companhia recrutaram o talentosíssimo William DuVall. Em 2018 lançaram o sexto disco do quarteto, "Rainier Fog", o terceiro com DuVall nos vocais.
A banda levou todo o público do Allianz Parque ao delírio com quase uma hora e meia de show. Cantrell mostrou por qual motivo é um dos melhores guitarristas de sua geração, desfilando riffs e solos antológicos. Mas o que mais chamou a atenção foi a voz de Mister Wiliam DuVall. O cara não tenta emular o saudoso Layne, muito pelo contrário, ele coloca o seu estilo e arrebenta tanto nas músicas novas como nos clássicos. Um dos principais momentos e mais emocionantes foram os refrãos de "Man in the Box" e "Would?", cantados a plenos pulmões pelos mais de 30 mil pagantes. Épico!
Como programado, as 21:20 começou a soar pelo estádio o hino do Black Sabbath "War Pigs". Para quem conhece o Judas Priest sabe que era hora de mais uma missa do metal em solo brasileiro começar, com Rob Halford como pastor. O grupo, que lançou neste ano o bom disco "Firepower", está com uma grande baixa. O guitarrista Glenn Tipton se ausentou dos palcos por conta do Mal de Parkinson. Quem está substituindo ele, com grande competência, é Andy Sneap, que é conhecido no mundo do metal pelos seus trabalhos nas bandas Hell e Sabbat, além de ter produzido bandas como Accept, Megadeth e Saxon. O próprio "Firepower" foi ele quem produziu. Então tudo em casa.
Com uma superprodução, com direito até uma Harley Davidson no meio do palco, o Judas fez um show bem típico da banda, com os grandes sucessos mesclados com as novas canções do novo trabalho. Boa apresentação, que provavelmente agradou aos devotos do grupo. Vale destacar a homenagem dos britânicos ao piloto brasileiro Ayrton Senna, já que no dia seguinte seria disputada em Interlagos o Grande Prémio do Brasil.
Apesar do grande público que foi conferir o festival, algo chamou a atenção e merece uma reflexão. Quando o evento foi anunciado pela conhecida Time For Fun, os ingressos variavam entre R$ 160,00 e R$ 570,00. Nas semanas que precederam o dia 10 de novembro, os ingressos tiveram descontos de 60% e 70% em todos os setores. Isso se deu muito provavelmente por conta da baixa procura.
Sendo assim, não seria mais inteligente da parte dos fãs boicotarem os grandes eventos em um primeiro momento, o que obrigaria as grandes produtoras a fazerem "promoções" como a citada acima e dessa forma os próprios fãs, que vivem reclamando dos preços irreais que são praticados, desembolsariam um preço mais justo? Talvez seja ilusório e utópico da minha parte pensar assim, mas vale a reflexão.
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