Nile: trazendo a ira de Rá para São Paulo
Resenha - Nile (Manifesto Bar, São Paulo, 26/08/2017)
Por Diego Camara
Postado em 29 de agosto de 2017
Ver um show do Nile é sempre certeza de encontrar uma banda extremamente técnica e concentrada. É impossível contestar a capacidade musical da banda, com notas sempre perfeitas e um som impecável. O público da banda esta diminuindo aqui no Brasil – fazendo shows cada vez em lugares menores – mas os fãs continuam fanáticos e acolhedores, recebendo estes caras sempre de braços abertos. Confiram abaixo os principais detalhes do show de excelente produção da Dark Dimensions, com as imagens de Fernando Yokota.
O show começou com 30 minutos de atraso para um Manifesto bastante cheio. Não estava lotado, mas o público ocupava toda a área da pista da casa. O público aguardou com paciência, enquanto os integrantes da banda aguardavam o início do show. Não demorou muito para que Sanders e companhia tomassem seus lugares e a intro "Ushabti Reanimator" começasse a tocar no local. A banda finalizaria a intro tocando, e já encaixando com "Sacrifice Unto Sebek".
O som do show estava forte, com as guitarras soando potentes como sempre. A bateria de Kollias, porém, estava muito alta durante boa parte do show, eclipsando os outros instrumentos, em especial o som dos pratos. Os vocais sumiam bastante, mais do que as cordas. Porém, era visível que a técnica da banda brilhava mais uma vez, e o público aplaudiu com vontade a pancada no ouvido que eles entregavam.
Parris, ostentando uma belíssima camiseta do KRISIUN, disse com orgulho que é muito bom para a banda retornar a São Paulo. Tocaram então "Kafir!", um dos grandes sucessos da banda do excelente "Those Whom the Gods Detest". A abertura nas guitarras é primorosa, com o som limpo e radiante. O público grita, acompanhando com vontade os vocais, e o interlúdio da música é como sempre emocionante.
Os efeitos por sinal soavam ótimos nas caixas do Manifesto. Os tambores primais de "Hittite Dung Incantation" dão o tom musical da banda, na mistura de um death metal extremamente técnico e minucioso com os sons do Oriente Próximo, além da enorme influência norte africana. Essa é a assinatura que faz o Nile diferente no playground do Metal.
Entre outros destaques, o coro cantado pelo público em "In the Name of Amun" foi muito legal, além do retorno ao clássico "Amongst the Catacombs of Nephren-Ka" com o death metal cru de "The Howling of the Jinn", que fez o público gritar e bater cabeça de satisfação.
Fechando o show, a banda trouxe dois dos seus maiores sucessos. Primeiro "Unas Slayer of Gods", a mais pedida da noite pelos fãs. O público curtiu demais a música, em uma apresentação mais que perfeita da banda. O som folclórico oriental se mistura de maneira excelente com as guitarras da banda. Para fechar, Kingsland soltou um lindíssimo solo de guitarra, arrancando aplausos efusivos do público.
Para fechar veio "Black Seeds of Vengeance". Sanders elogiou o público, agradeceu sua presença mais uma vez e fechou o show com seu melhor. Um show curto, de pouco mais de 1 hora, padrão do Nile: a banda entra, toca forte dando 100% todo o tempo, sem interações exageradas, sem firulas, somente música. E então eles se vão, como uma tempestade de areia no deserto, deixando o silêncio da noite.
Nile é:
Karl Sanders – Guitarra e vocal
Brad Parris – Baixo e vocal
Brian Kingsland – Guitarra e vocal
George Kollias – Bateria
Setlist:
Intro: Ushabti Reanimator
1. Sacrifice Unto Sebek
2. Defiling the Gates of Ishtar
3. Kafir!
4. Hittite Dung Incantation
5. Call to Destruction
6. In the Name of Amun
7. The Fiends Who Come to Steal the Magick of the Deceased
8. The Howling of the Jinn
9. Kheftiu Asar Butchiu
10. Sarcophagus
11. Unas Slayer of the Gods
12. Black Seeds of Vengeance
Outro: Khetti Satha Shemsu
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