Gong: Quando a insanidade psicodélica encontra o rock progressivo
Resenha - Gong (SESC Belenzinho, São Paulo, 24/03/2017)
Por Diego Camara
Postado em 26 de março de 2017
Fazem exatos 3 anos desde que o Gong veio para fazer seu último show no Brasil. Muita coisa mudou desde então. A morte de Daevid Allen, um dos ícones mais insanos da música psicodélica, cravou fundo na banda. A decisão de continuar - a pedido do próprio Allen - colocou a banda em uma situação difícil: como continuar sem seu ícone, sem a figura do velhinho que, com mais de 70 anos, ainda tinha fôlego para dançar e animar o público como ninguém?
A banda veio para São Paulo exatamente para responder aos fãs. Com um novo disco debaixo dos braços, nomeado "Rejoice! I’m Dead!", lançado ano passado, o show prometia muito para mostrar o novo estilo que o iraniano Kavus Torabi e companhia tinham colocado na banda. Muito mais rock e muito menos psicodélico, o disco aposta muito mais na força das guitarras do que seus antecessores, já dando o tom do que se pode esperar deste novo Gong.
O show começou no horário marcado, sem nenhum atraso. A banda abriu com "The Thing That Should Be", do novo disco da banda. Uma bela pancada de rock, extremamente progressivo, forte nas guitarras. Os leves elementos do psicodélico ficam focados no saxofone de Ian East, que como que flutua em toda a música. A banda sacou em sua sequência um dos seus clássicos: "You Can’t Kill Me". Torabi teve uma ótima performance, cheia de energia. Sua insanidade foi incrível, e encantou a plateia desde o início do show.
"Kaptial" é um belíssimo rock do novo disco. Pesado, com um super som das guitarras. A música faz jus a carreira da banda, e mostra aqui toda a versatilidade da nova formação do Gong. A seguinte também era das novas: "Rejoice!" é também excelente, marcada pela performance das guitarras, especialmente de Golfetti, que brinca com as guitarras e depois ainda coroa o final da música com um emocionante solo de guitarra. A música é uma excelente peça, que em diversos momentos namora com outros géneros como o Jazz e o Blues.
"Mr. Longshanks" levanta o público, fazendo os fãs mais exaltados dançarem. E é uma excelente abertura para "I Never Glid Before", clássico do "Angel’s Egg", que fez o público dançar na pista, dos mais velhos aos mais novos, cheios de empolgação. A mesma empolgação atacou o público na sequência final do show, com destaque especial para "Tropical Fish", do clássico "Camembert". Claro que a banda fez uma versão bem mais pesada da música, mas não deixou de ficar aparente como eles também trabalharam muito bem os elementos ambientes que a música requeria. No final, Kavus Torabi fez uma excelente performance de "Selene", com uma puxada meio árabe.
No bis, Kavus agradeceu ao público e disse que amou bastante tocar para o público brasileiro mais uma vez, dizendo estar feliz de vir ao brasil e ver apenas sorrisos. A banda então tocou "Prophecy", que fecha o novo disco, mais uma excelente música. Para fechar, a banda trouxe "And You Tried so Hard", do "Camembert", que fechou com excelência o espetáculo, perfeito em cada momento do show.
Gong é:
Kavus Torabi - Vocal e guitarra
Fabio Golfetti - Guitarra
Dave Stuart - Baixo
Ian East - Saxofone e flauta
Cheb Nettles - Bateria
Setlist:
The Thing That Should Be
You Can't Kill Me
I've Been Stoned Before
Kaptial
Rejoice!
Mr. Longshanks / O Mother
I Never Glid Before
Visions
The Unspeakable Stands Revealed
You Never Blow Yr Trip Forever
Tropical Fish
Selene
Bis:
Insert Yr Own Prophecy
And You Tried So Hard










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