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Doomsday Fest: Uma noite que vai entrar pra história do gênero

Resenha - Doomsday Fest (Arena Metal, São Paulo, 12/10/2013)

Por Thiago Fuganti
Postado em 27 de outubro de 2013

O Doom Metal nunca foi um estilo muito popular no Brasil, e prefiro não esmiuçar a fundo os motivos. País tropical e alegre demais, talvez? Bem, o fato é que diferente dos anos 90 e início dos anos 2000, onde haviam por aqui poucas bandas do estilo, poucos festivais e por consequência um público limitado, os últimos anos tem mostrado exatamente o contrário. O Doom Metal tem crescido cada vez mais, com ótimas bandas em todo o Brasil, vários festivais acontecendo e um público cada vez maior e mais apaixonado por essa vertente obscura, arrastada e desgraçada do Heavy Metal.

Quem teve a opção de ir no Arena Metal, em São Paulo, no último dia 12 de outubro pode comprovar o que eu disse no parágrafo anterior. Casa lotada (segundo a produção, mais de 350 pagantes), ótimas bandas e uma noite que vai entrar pra história do Doom Metal nacional.

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Foi dada aos paulistanos do Lúgubres a honra de abrir a noite, o que fizeram com muita maestria, apesar do pouco tempo que tiveram pra tocar por conta do atraso no inicio dos shows. Com um som calcado em um Epic/Funeral Doom Metal, abriram o show com a música "Heavy Chains of Sorrows Put My Soul to Down", do split com a banda Les Mémories Fall. Atmosfera densa, vocais limpos magistrais e muito peso foram os adjetivo que acompanharam a banda durante o restante do seu show. Ótima abertura!

Em seguida, diretamente de São José dos Campos, interior Paulista, foi a vez do Les Mémories Fall dar continuidade ao evento. Iniciaram com a soturna "Mourning Your Death". Seu som é calcado em um Gothic Metal com vocais femininos e um Doom com passagens guturais masculinas, sendo tudo muito bem norteado pelos teclados. Apresentação perfeita, público satisfeito, e o Arena ia lotando cada vez mais.

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Um ponto interessante de um evento underground é a interação banda/público, e no Doomsday Fest não foi diferente. As bandas estavam junto com público, conversando, bebendo e tirando fotos com todos, durante todo o evento.

Hora dos Goianos do Apocalyptichaos e seu Doom com passagens góticas. A casa a essa hora estava praticamente cheia. Após a intro, iniciaram o show com "Lies". Era visível a empolgação da banda por estar se apresentando nesse evento, e o público correspondeu da mesma forma. "Reborn From my Ashes" e "Cry From my Ashes" vieram na sequência. Os vocais de Sandro Pessoa variavam do gutural ao limpo, enquanto Elem Maris apoiava os vocais principais com maestria. Anunciaram "Teargas", do Katatonia e Rafael Sade, tecladista do Helllight se junta a banda nos vocais. Show perfeito, musicas ótimas. Com certeza o Apocalyptichaos saiu do palco com a sensação de dever cumprido.

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Agora era a hora dos dois shows mais esperados da noite: A veterana Mythological Cold Towers e o HellLight, que a cada lançamento se projeta mais a frente com obras únicas. Com toda a certeza, os dois principais nomes do estilo no Brasil hoje em dia.

Com uma passagem de som curta, os Paulistanos do Mythological Cold Towers sobem ao palco, trazendo toda a desolação de épocas imemoriais ao Arena Metal naquela noite."Lost Path to Ma-noa", do aclamado último disco da banda, "Immemorial", foi a responsável pela abertura. Vocais hipnotizantes, guitarras pesadíssimas e viajantes, baixo e bateria precisos, além dos teclados melancólicos e soturnos (usados como sampler, pois a tecladista convidada Suzane Hecate não se apresentou naquela noite) fizeram da apresentação do Mythological algo único. Do primeiro disco, "Sphere of Nebaddon", de 1996, veio a climática "In the Forgotten Melancholic Waves Of The Eternal Sea". O show foi baseado no disco "Immemorial", e os teclados anunciaram "Fallen Race", sendo seguida pela faixa título "Immemorial" depois por "Akakor". Coube a épica "Contemplating The Brandish Of The Torches" do clássico segundo disco, "Remoti Meridiani Hymni", encerrar o show.

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Hora da última banda da noite, o HellLight. Com uma carreira relativamente longa (a banda foi formada em 1996), foi somente nos últimos anos da década de 2000 que foram aos poucos despontando como uma das promessas do estilo. Hoje em dia seu nome está consolidado, ao lado do Mythological Cold Towers como uma das principais bandas de Doom Metal em atividade no Brasil.

O show começou com "No God above, no Devel below", que também é o nome do último CD dos paulistanos. Músicas lúgubres, pesadas e arrastadas, com um vocal que varia do limpo ao gutural, muito bem interpretado pelo guitarrista e vocalista Fabio. Do mesmo disco, "Shades of Black" foi a próxima. De novo, ótima interpretação de Fábio, com vocais sussurrados, guturais e cantados! O show prosseguiu com "Nexus alma" do CD "Funeral Doom", sendo seguido por "Unsacred" e "Winter´s Theatre". Do álbum "In Memory Of The Old Spirits", a lúgubre "Fear no Evil" foi a escolhida para fechar, de maneira magistral, essa que foi a segunda edição do Doomsday Fest.

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Após os shows ainda rolou um sorteio entre o público de uma guitarra autografada por todos os membros das bandas.

Saldo final: Ótimas bandas, casa lotada e uma certeza de que o Doom Metal está mais que consolidado no Brasil! Que venham as próximas edições do festival!

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Sobre Thiago Fuganti

Catarinense, mas vive atualmente em São Paulo 'Chaos City'. Começou no metal com Iron Maiden, que até hoje acha a melhor banda do mundo, porém descobriu o lado extremo (black, death, doom) e não parou mais. Hoje em dia ouve muitos estilos, desde música clássica a death metal - passando pelas clássicas bandas de metal -, mas a ênfase mesmo fica com o Black Metal.
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