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Abril Pro Rock: A "noite dos camisas pretas" em Pernambuco

Resenha - Abril Pro Rock (Chevrolet Hall, Olinda, 20/04/2013)

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 22 de abril de 2013

No finalzinho de tarde de sábado, uma grande quantidade de ônibus e vãs de excursão começaram a chegar às proximidades do Chevrolet Hall, em Olinda, Pernambuco. Oriundos de cidades como Fortaleza, Natal, João Pessoa e Maceió, entre outras, estes traziam uma multidão de headbangers que, além do público local, lotaria o local para a noite que era chamada pela produção de "noite dos camisas pretas", em referência à vestimenta comum dos apreciadores do estilo dominante naquele dia (um rock mais "calminho" teve amplo destaque na noite anterior). Parafraseando o que foi dito por João Gordo, vocalista dos RATOS DE PORÃO há exatamente um ano, "tudo no Abril Pro Rock funciona como um reloginho". E a organização deste festival, como se pode ver a seguir, ao contrário de um outro que aconteceu em outra cidade há exatamente um ano, não daria motivos para decepção para aqueles que, assim como naquele outro festival no ano anterior, vieram de tão longe para prestigiar o evento.

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VOCÍFERA

A entrada foi tranquila, com poucas filas e portões abertos rigorosamente na hora marcada. Mais uma vez, as palavras de Gordo vem à mente. Já lá dentro, após alguns poucos minutos de espera, o trailer do filme "Somos Tão Jovens", sobre Renato Russo (LEGIÃO URBANA) começou a passar nos dois telões instalados ao lado dos dois palcos do Chevrolet Hall. Então, abrem-se as cortinas do palco a esquerda e, nele, aparecem as cinco meninas do VOCÍFERA. E em menos de um minuto eu pude ser testemunha da roda de mosh que levou menos tempo para se formar em uma plateia, menos de um minuto. Com bastante segurança, apesar de ser este um dos primeiros shows de sua carreira, as meninas mostraram que eram donas do palco  e despejaram thrash metal (transitando pelo death) para a galera insana, que ainda não lotava o CH, mas que já se concentrava em boa quantidade na frente do palco.

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O som das guitarras ainda pedia merecia alguns ajustes, mas as batidas fortes de Marcella Tiné não deixavam nada a dever aos colegas masculinos e a range vocal de Ângela Metal também era surpreendente, indo do gutural ao rasgado sem esforço aparente. E a desgraceira continuou e ficou ainda pior quando a Ângela perguntou se a galera curtia VENOM, fazendo alguns caras correrem desesperados para a frente do palco, ao som de "black metal". Ela ainda disse que era uma grande oportunidade tocar no Abril Pro Rock e também um presente de aniversário para a guitarrista Érica Mota. A próxima oportunidade de vê-las ao vivo será ao lado do PAURA no show produzido pela The Burn Productions. Eu não perderia se estivesse em Recife. A PAURA é, definitivamente, uma boa banda feminina que vem se juntar à bandas como NERVOSA e THE KNICKERS no panteão nacional de bandas formadas exclusivamente (ou quase – a THE KNICKERS toca provisoriamente com baterista convidado) por garotas.

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KRIVER

Para minha surpresa, não houve nenhum tempo para fôlego e logo que as cortinas do palco esquerdo foram cerradas, abriram-se as cortinas do palco à direita e lá estava o KRIVER,  banda também de Pernambuco. Ponto bastante positivo para o festival. E os solos marcantes dos guitarristas Marcelo Neves e Bruno Oliveira e as boas levadas de  baixo de Guilherme Cordasso deram a tônica da apresentação. Destaque para a bela "Gone Too Far", do EP "Torrential".

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KATAPHERO

A próxima banda, KATAPHERO, vinda do Rio Grande do Norte, esbanjou profissionalismo em uma apresentação performática, pesada, mas cheia de feeling. Além disso, demonstrou incomum cortesia ao cortesia de distribuir o setlist e press relese na sala de imprensa antes de seu show. Se o CD "Life", disponível no site da banda para audição e download, já impressiona pelo death metal trampado, vê-los ao vivo, com seus trajes de guerra, é uma experiência de encher os olhos, principalmente durante a belíssima "Thanatolatria" que, infelizmente, fechou o set. Para conhecer mais esta promessa do metal nacional, acesse o site dos caras.

http://www.kataphero.com

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FANG

A primeira atracão internacional foi o quarteto punk da California, FANG. Apesar de ser uma banda  não tão conhecida, rodas punk não faltaram na plateia. Tentando ser "cortês" com o público, o vocalista Sammytown disse só saber duas coisas em português: "eu tchi amo", foi a primeira, e "tchupa minha rowlah", levando aos risos o público presente. Completam a banda o louco das baquetas James Dangerous, o baixista Brian Schopflin e dois guitarristas, mas, apenas um veio ao Abril Pro Rock. "Here Comes The Cops", que dá nome ao seu ultimo álbum, foi a penúltima do rápido show dos californianos.

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Pela primeira vez, o festival fez uma pausa e exibiu novamente no telão as mensagens dos patrocinadores e o trailer do filme do Renato Russo. Isso não foi por acaso, como se saberia em instantes.

DFC

Se ate aquele momento, o Chevrolet Hall não tinha ido ao chão, era finalmente chegada a hora do local virar um pasto, um asfalto, o mundo em 1400 ou qualquer coisa plana que lhe venha a cabeça. Com distorção no máximo nível, adrenalina do início ao fim e "metendo o pau no cu do capitalismo"  o DFC chegou vindo da "fétida cidade de Brasília, onde se acumulam os políticos mais podres do planeta" nas palavras do vocalista Túlio. Com baixo pulsante, guitarra distorcida, bateria ultra-veloz e letras politizadas, o DFC tornou o centro da plateia uma imensa roda punk. "E por que saímos de casa para um evento desses", perguntou o vocalista. "Para poder gritar 'Vai se fuder no inferno'" foi a resposta e a próxima música. Brasília ganharia ainda mais uma homenagem em "Cidade de Merda".

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Mesmo com um inacreditável número de quase quarenta faixas no setlist, a banda ainda conseguiu espaço para uma versão escrachada de "Volta Pra Mim", do ROUPA NOVA e anunciar o novo disco "Sequencias Animalescas de Bicudas Giratórias".

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Não faltaram também homenagens ao "querido" da mídia e do facebook Marco Feliciano, que "fica falando merda para desviar a atenção de todas as falcatruas que acontecem naquela pocilga que é o Congresso Nacional. Longo setlist, baixo vibrante, musicas curtas e politizadas, galera ensandecida dando trabalho para a segurança e banda e plateia se divertindo como se fossem todos a mesma mistura num liquidificador punk. Este foi o show do DFC.

DEVOTOS

Quem aproveitou o intervalo citado lá em cima, aproveitou. Quem não aproveitou, teve que achar forcas não sei onde para aguentar mais uma pedrada seguida, o show da banda pernambucana DEVOTOS (que já se chamou DEVOTOS DO ÓDIO), uma das bandas mais frequentes nas edições do festival. Tudo bem, ate que houve alguns segundos de descanso durante os trechos regueiros de "Orixás" e algumas outras. O ponto algo do show foi em "Roda Punk", quando o vocalista e baixista Cannibal pediu uma roda só de mulheres, pedido atendido pela plateia. O trio, completado por Neilton (g) e Cello Brown (b), não perdeu a oportunidade de divulgar seu novo álbum, "Póstumos" e exaltar o Alto Zé do Pinho, bairro recifense onde começaram sua história, há vinte e cinco anos.

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DEAD KENNEDYS

Encerrando a maratona punk da noite, uma das atrações mais esperadas, o quarteto americano DEAD KENNEDYS já começou seu show com o petardo "Forward To Death". De início não há como negar que a ausência de JELLO BIAFRA torne difícil simpatizar com o esforçado Ron "Skip" Greer, e o show demorou para esquentar. Mas isso acabou acontecendo, com o público rendido à performance do vovô Klaus Flouride (b) e seus colegas um pouco mais jovens East Bay Ray (g) e DH Peligro, em faixas como "Let's Lynch The Landlord" e "Kill The Poor", um dos pontos altos do show. Com os gestos e a postura torta de Skip, pendurando o microfone para o público, se jogando ao chão e fazendo todo tipo de bagunça, as referências a Biafra e ao iguana IGGY POP, outro grande nome do punk, proto-punk, pos-punk, whatever punk, são inevitáveis, mas, digamos a verdade, isso seria inevitável de qualquer forma, com qualquer vocalista e ouvir os clássicos do DEAD KENNEDYS ao vivo, saindo das cordas de Klaus Flouride e East Bay Ray sempre serão empolgantes e a banda ali não decepciona.

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O virtuosismo de East Bay (a psicodelia e as mudanças de andamento até encorajariam a definir o som como Punk Progressivo, se isso não fosse uma grande imensa enorme besteira que você nem leu) e as levadas de Flouride conquistam até quem não é adepto do estilo. Na plateia, inclusive, ouvi declarações "quase apaixonadas" direcionadas ao grisalho Klaus. "Eu queria que esse 'fi-de-rapariga' fosse meu avô, dizia um doido completamente alucinado ao som de "Too Drunk To Fuck". O próprio Skip talvez fosse um grande fã do DK e estaria ali vivendo a realização de um sonho. Depois da menos conhecida "Moon Over Marin", Skip apresenta seus colegas (com quem já canta há cinco anos) e é apresentado por Klaus, antes da explosão que se tornaria "Nazy Punks Fuck Off", seguida do maior sucesso da história do DK, "California Über Alles", quando o povo foi à loucura e mais além. Até ali tinha sido um verdadeiro show de rock.

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Mas ainda havia mais um pouco. No bis, "Bleed For Me" e "Viva Las Vegas" em versão completamente punk e "Hollyday In Cambodia", quando Skip desce novamente para a plateia e canta junto com o público, enquanto é abraçado por eles. O gesto foi repetido por Klaus (com a minha ajuda, minha boa ação do dia) e East Bay, mas, isso comprometeu o final do show, que ainda teria outro bis programado, com "Chemical Warfare", que acabou não acontecendo. De saldo, tivemos sim, um verdadeiro e inesquecível show de punk rock.

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KRISIUN

Ok, agora acabou a brincadeira. É agora que os homens são separados dos meninos. A brutalidade e o peso do death metal do KRISIUN está no outro palco. São riffs poderosos, porradaria intensa, metal pesado de verdade, veloz, técnico e absolutamente sem concessões. Se o show anterior era uma dúvida que se transformou em uma agradável surpresa, o show do KRISIUN é, para os amantes da música pesada, certeza absoluta de um grande espetáculo. O furioso concerto do trio de gigantes de Ijuí, RS, começa com um passeio pela discografia da banda, com "Ominous", do EP "Bloodshed", a clássica "Combustion Inferno" de "Southern Storm", 2008, e a ótima "The Will to Potency", de "The Great Execution", o lançamento mais recente, de 2011.

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Despejando agradecimentos à produção pela oportunidade de voltar a tocar numa edição do festival, Alex Camargo (baixo e voz) também deu hails ao metal nacional e um alô pra quem veio de longe, reconhecendo muitos amigos na plateia, incluindo o conterrâneo cearense Fabrício Moreira, da Underground Productions. Quem conhece os três irmãos pessoalmente sabe o quanto são simpáticos, apesar da postura dura assumida no palco. Mesmo assim, Alex alfineta: "Para quem falou que metal nacional acabou, tá aqui a prova em contrário". E seguem sucessos das antigas do trio de irmãos, como "Vicious Wrath" e a fantástica "Descending Abomination", quando além do solo de guitarra de Moysés Kolesne, temos o baixo de Alex em bastante evidência. "Vengence's Revelation" é outro exemplo de som que faz o death metal chegar fundo aos corações. A banda ainda incluiu no setlist "No Class", cover do MOTORHEAD, que, apesar de não se parecer muito com o estilo do KRISIUN, foi executada com precisão e dedicada ao produtor Washington, que os trouxe ao Recife pela primeira vez há 12 anos. Como de costume, "Black Force Domain", do homônimo álbum de estreia fechou o set. Não foi o melhor show do KRISIUN que já assisti. É compreensível que a limitação de tempo normalmente imposta em festivais impeça, por exemplo, a execução de solos de bateria de Max Kolesne, como ocorre em shows solo. No entanto, os shows do KRISIUN seguem um padrão: ou são excelentes, ou são excelentes. Embora mais curto do que desejaríamos, o show do KRISIUN é, sem sombra de dúvidas, o show de uma das melhores bandas de death metal do mundo e orgulho para o Brasil.

SODOM

O SODOM foi a única banda que demorou a estar no palco (isso nos padrões que o festival estava apresentando até o momento, pois não foram 15 minutos de espera). Para alguns, esta pausa serviu para esticar as pernas, mas, para a maioria só serviu para aumentar a ansiedade. Pouco depois das 12:30, finalmente a voz do locutor ecoou nos telões e o SODOM foi recebido por recifenses e não-recifences com tanto entusiasmo como se todos tivessem acabado de chegar. A lúgubre intro deu lugar a voz de Tom Angelripper (nascido Thomas Such) em"In War and Pieces". Aos gritos de SODOM, SODOM, SODOM, Tom Angelripper (vocal, baixo e alma do SODOM) agradeceu e anunciou a próxima: "Sodomy and... Luuuuuust", seguida da porrada "M-16". Ao som das batidas vigorosas de Markus Freiwald, o Makka, o que era bem comum de ver na plateia eram bangers "flutuando" passando de um lado pro outro nas mãos de outros bangers, o chamado Crowd Surfing. Um fato curioso é que Tom usava uma camisa do TANKARD, outra grande banda de thrash metal da Alemanha, também parte do chamado "big teutonic 4" e que, além do DESTRUCTION, também esteve recentemente no Brasil. Seria sonhar muito que, mesmo em apresentações separadas, que os produtores trouxessem aqui, em 2013, o KREATOR, completando a série?

Continuando com pedrada após pedrada, em "Outbreak of Evil" o sempre sorridente Bernd Kost, o Bernemann, mostrou por que ocupa um posto já ocupado anteriormente por uma lista imensa de outros exímios guitarristas.

Que o SODOM é capaz de tornar "Surfing Bird", do TRASHMAN, uma canção que originalmente já é rápida em uma canção de thrash metal não é novidade, mesmo assim, a canção que serve de introdução para "The Saw is The Law", um hino do thrash metal, é capaz de não deixar ninguém parado. Dedicada à Coreia do Norte, "Burst Command Til War" veio em seguida. Na faixa que se seguiu, um banger mais afoito conseguiu driblar a segurança e cair de cabeça entre a grade e o palco, mas foi prontamente atendido pelos paramédicos de plantão que chegaram com uma maca, que não precisou ser usada. Num ano que começou com uma tragédia, o incêndio na boite KISS, em Santa Maria, RS, cabe registrar a presença na casa de shows dos bombeiros e paramédicos, com equipamentos de segurança de fácil acesso e uma ambulância a postos para qualquer ocorrência mais grave. Mais um ponto positivo para o festival.

Tom, econômico nas palavras pediu cuidado para que ninguém mais se machucasse e mandou mais um clássico, "Agent Orange", faixa-título de um de seus melhores discos, de 1989 e, parando apenas para, mais uma vez, ouvir o nome da banda pela plateia, o trio manda "Ausgebombt". Vi marmanjos de olhos marejados durante os maravilhosos solos de "City Of God", que veio seguida de "Blasphemer", outro clássico que levou a galera ao delírio.

"Remember The Fallen" foi uma das últimas em um setlist com algumas significantes alterações em relação aos shows anteriores, mas recheado de clássicos e sucessos da banda, tendo fim com "Bombenhagel". A esperança de muitos presentes por um bis acabou quando começaram a subir, pela última vez, as cortinas do palco ao lado.

ANDRE MATOS

Encerrando o Abril Pro Rock 2013, ANDRE MATOS, com sua banda solo composta pelos guitarristas Hugo Mariutti (que excursionou com o vocalista na turnê de reunião do VIPER ano passado) e André Hernandes, pelo baixista Bruno Ladislau e pelo baterista Rodrigo Silveira. Apos a intro, a banda tocou direto três musicas de "The Turn of The Lights" (entre elas a belissima "The Course of Life") antes que Andre parasse para agradecer e parabenizar a organização e Recife pelo festival que já se tornou um dos mais lendários da cena rock do Brasil e adiantar que teria que correr pois o show seria, além de divulgação do disco novo, de comemoração dos 20 anos de "Angels Cry", provocando gritos de alegria por parte do publico. 

Se você é um marciano, então não deve saber que Andre Matos foi uma espécie de "semeador" de algumas das mais importantes bandas do metal nacional, então, seu show, naturalmente traz sucessos de cada uma das bandas que ele iniciou, SHAMAN, VIPER e o ANGRA, alem de sua própria carreira solo e, algumas vezes (o que não foi o caso aqui), do SYMFONIA. Do ANGRA viria um álbum inteiro, do SHAMAN veio "Fairy Tale", do VIPER, "Living for the night", talvez o maior sucesso de toda a carreira do vocalista, cantada em uníssono por todos os presentes que ainda estavam de pé. Aqui cabem duas ressalvas: embora toda a teatralidade da execução de "Living..." seja interessante, uma execução mais direta do maior clássico do VIPER poderia ser muito bem-vinda. Além disso, os efeitos de iluminação quando lançados diretamente na cara das pessoas, cegando-as temporariamente, não é nada agradável (eu sempre reclamo disso).

Na segunda parte do show, ninguém precisou pedir "Carry On" (o "Toca Raul" dos shows do ANGRA), pois ela, com certeza seria o ponto alto do ato. "Time" e "Angels Cry" emocionaram a plateia e deram a certeza de que o disco seria executado na íntegra. Apesar disso, o que ninguém sabia, as faixas "Stand Away", "Never Understand" e "Wuthering Heights", que eu estava preparado para gravar para minha esposa, não chegaram a entrar no set-list. O show foi finalizado com "Streets of Tomorrow" e "Evil Warning", com ANDRE prometendo voltar a Recife para um show completo da turnê comemorativa. Apesar desses detalhes, ANDRE mostrou que um experiente vocalista e frontman com grande presença de palco, acompanhado por músicos competentes e bem escolhidos pode fazer um show se tornar memorável mesmo com o público cansado após uma maratona de outras nove atrações.

Saldo geral da noite: já sei que em abril de 2014 terei que retornar a Pernambuco para a próxima edição do Abril Pro Rock.

Agradecimentos: Agência Pavio, pelo credenciamento e suporte.

Setlist VOCÍFERA

Hipocrisy
Sabbath
Mad Bastards
Corruption
Black Metal (cover VENOM)
Sadism (música nova)
In The End Times

Setlist KATAPHERO

Intro
Lifetime
Like A Dream
Landschap
Brethren
The Vigilant
"Exilium" (Interlúdio)
The Dying Man
Cold Dark Night
Thanatolatria

Setlist D.F.C. (apenas a título de ilustração – o setlist é tão extenso que nem a própria banda escreve o nome inteiro das músicas)

Intro/ Pau no Cu / Lucro é o fim / Eu / Só Tem / Eles / Todos Eles / Vírus / Pobre / VSFNI / Roleta Russa / O Mal / Punk / Possuído / Hidelb / Petróleo Maldito / CPMF / Censura / Corroído / Cidade de Merda / Dirty / Demônio / Existência Ig / Franchis / Querido / Boletim / Nasce / PQP / Sou o mesmo FDP / Patamo / Inferno / Cuspino / Respeito / Caguet / Há Males / Vou chutar sua cara / Quadrilha / Guilhotina / Molecada 666

Setlist DEAD KENNEDYS

1- Forward to Death
2- Winnebago Warrior
3- Police Truck
4- Buzzbomb
5-Let’s Lynch The Landlord
6- Kill The Poor
7- MTV Get Off The Air
8- Too Drunk To Fuck
9- Moon Over Marin
10- Nazi Punks Fuck Off
11- California Uber Alles
Bis
12- Bleed For Me
13- Viva Las Vegas
14- Holiday In Cambodia

Setlist KRISIUN

Ominous
Combustion Inferno
The Will to potency
Vicious wrath
Sentenced morning
Descending abomination
Vengeance revelation
Hatred inherith
No class
Black force domain

Setlist SODOM (nem todas as faixas foram executadas)

1.In War and Pieces
2.Sodomy and Lust
3.M:16 (Napalm In The Morning)
4.Outbreak of Evil
5.Surfing Bird (THE TRASHMAN) / The Saw Is The Law
6.Burst Command Til Death
7.Proselytism Realização
8.The Art of Killing Poetry
9.I Am The War
10.Among The Weirdcong
11.The Vice of Killing
12.Blasphemer
13.Eat Me!
14.Agent Orange
15.Sodomized
16.Ausgebombt
17.City of God
18.Remember The Fallen
19.Bombenhagel

Setlist ANDRE MATOS

1.Intro
2.Liberty
3.I Will Return
4.Course of Life
5.Rio
6.Fairy Tale (SHAMAN)
7.Living For The Night (VIPER)
8.Unfinished Allegro (ANGRA)
9.Carry On (ANGRA)
10.Time (ANGRA)
11.Angels Cry (ANGRA)
12.Streets of Tomorrow (ANGRA)
13.Evil Warning (ANGRA)

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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