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Stryper: Um excelente show no Carioca Club de São Paulo

Resenha - Stryper (Carioca Club, São Paulo, 17/02/2013)

Por Fernando Araújo Del Lama
Postado em 18 de fevereiro de 2013

Um fato era inquestionável ao entrar na pista: quase não se via jovens para assistir o Stryper. Éramos, ao menos ao meu redor, todos mais velhos, porém estávamos ansiosos feito crianças na mais tenra idade diante de um presente embrulhado, ainda mais que, em nosso caso – um show da formação original do Stryper – só poderíamos desembrulhá-lo depois de mais de duas décadas de espera! Não sei o que de fato houve com a juventude metaleira, mas sei que eles perderam a oportunidade de testemunhar um excelente show.

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A noite, contudo, não começou com a atração principal; o Triggerz foi o responsável por aquecer o público antes da entrada do Stryper. Eu gostaria de fazer algumas considerações sobre esta apresentação: parece-me que o responsável por esta parte do evento – muito bem organizado, cabe observar, primando pela pontualidade e com o "meet and greet", etc. – não é o mais profundo conhecedor do Stryper ou de rock pesado em geral. Todos nós sabemos que a sonoridade do Stryper se situa no limiar entre o Hard Rock e o Heavy Metal, ora pendendo para um lado (vide, sobretudo, a balada "Honestly"), ora pendendo para o outro (tenho em mente, principalmente, "To Hell with the Devil" e músicas semelhantes). Em meio a esse limbo, o que é consenso é a orientação cristã das composições. Ora, o Brasil tem excelentes bandas de rock pesado cristão, como é o caso do Oficina G3 – em especial após o recente reencontro com as raízes mais pesadas – e os veteranos do Eterna – que estão retornando às atividades, com nova formação –, ou, ainda, apesar das divergências religiosas, mas com grande afinidade musical (ouçam "Neblim", versão sem a orquestra, e vejam o que estou falando) o excelente Iahweh, que conta com a bela voz de André Leite (ex-Hangar) e com o "Portnoy tupiniquim", o garoto-prodígio das baquetas Eloy Casagrande. Minha pergunta é: por que o Triggerz? A banda, em si, é boa, os músicos são todos muito competentes () e eles parecem ter encontrado uma boa orientação musical, com um dos guitarristas assumindo muito bem os vocais principais – o antigo vocalista fazia mais caretas do que, de fato, cantava (vejam o clipe de Believe). No entanto, o Triggerz ainda é uma banda que pende mais para o Hard Rock, com influências bastante marcadas do Kiss e de algumas bandas estadunidenses da década de 80, deixando um pouco a desejar, a meu ver, no quesito peso, em relação ao peso do som tocado pelo Stryper. Talvez possa ser teimosia minha, mas eu insisto em ver a abertura de um show como uma oportunidade de promover o som de uma banda a um público que não foi até lá para vê-la, mas que pode vir a se interessar por ela; nisso, pressupõe-se que haja algum nível de afinidade entre as bandas, e não foi isso o que, em minha opinião, aconteceu. Destaque, no set apresentado pelos rapazes, para algumas boas composições próprias e para o cover de "I Wanna Be Somebody", do W.A.S.P.

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Alguns minutos depois do sorteio dos 50 felizardos que participariam do "meet and greet" após o show – felizardos estes nos quais, infelizmente, eu não me incluo – era chegada a hora do Stryper tomar o palco. Antes de sair de casa, eu dei uma olhada no setlist de Buenos Aires e vi que ele era bastante diferente daquele publicado no Whiplash.net há alguns dias como provável setlist; e foi o set de Buenos Aires que prevaleceu. Assim, a música que abriu o show foi "To Hell with the Devil". Assim que as primeiras notas soaram, a questão que coloquei acima sobre a sonoridade do Stryper perdeu todo o sentido: certamente, o Stryper do novo milênio é, com efeito, uma banda mais pesada, que toca Heavy Metal; isso me faz lembrar de que estou ansioso para ouvir o álbum a ser lançado pelo Stryper, "Second Coming", que contará com regravações de clássicos da banda, porém, como o teor do som que ouvi no show sugere, mais pesadas.

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Dando continuidade ao espetáculo, um desfile de clássicos como "Reach Out", "Calling on You" – que poderia muito bem animar qualquer cerimônia cristã – e "Free". Ao contrário de seu nome, a voz de Michael Sweet não é nem um pouco doce; pelo contrário, ela é agressiva e bem impostada. Optando por conter um pouco os agudos mais estridentes, Michael parecia estar muito feliz por estar tocando no Brasil, distribuindo palhetas aos presentes com um largo sorriso estampado em seu rosto.

Após a execução de "More Than a Man", Michael convocou seu irmão Robert para a já tradicional distribuição de alguns exemplares da bíblia ao público. A figura de Robert Sweet tem um algo de androginia: ao vê-lo se aproximar da frente do palco com sua apertada calça de couro listrada, no melhor estilo Stryper, em preto e amarelo e seus volumosos cabelos loiros, somos tentados a pensar que ele é uma mulher; todavia, sentimos vergonha de ter pensado tamanho absurdo assim que ele retorna às baquetas: apesar de algumas levadas serem bastante complexas, ele não economiza o braço ao espancar sua bateria com bastante força, vigor e num ritmo frenético, fazendo parecer que, aos seus olhos, sua bateria teria tomado a forma de Judas, tendo a caixa, os pratos de ataque e os pedais dos bumbos sido transfigurados, respectivamente, no estômago, na cabeça e nas "bolas" do traidor.

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A parte do show na qual o Stryper presta tributo a algumas de suas grandes influências foi bastante interessante: Michael Sweet esbanjou dos agudos – mostrando que é uma opção deliberada por contê-los um pouco nas demais músicas, e não por desgaste de sua voz ou qualquer coisa do gênero – nos covers do Judas Priest, do Kiss, e do Black Sabbath, enquanto Oz Fox se mostrou bastante virtuoso ao interpretar os solos de mestres das seis cordas com maestria, complementado pelo entrosamento de Robert Sweet e Tim Gaines na "cozinha".

Talvez o ponto alto do show tenha sido a execução de "Soldiers Under Command", precedida por um coro cantado "a capella" em uníssono pela plateia, que, certamente, fez jus à fama do público sul-americano. No retorno para o FakEncore, Michael cantou sozinho a bela peça "Honestly", acompanhado por um piano em playback; em seguida, os demais músicos retornaram a seus postos para a execução de "The Way", a última música da noite, uma vez que os pedidos desesperados por "In God We Thrust" não foram atendidos. Para finalizar a apresentação, Michael pede silêncio e faz uma prece, no melhor espírito do lema "Salvação através de redenção, trazendo paz, encorajamento e retidão", oculto no nome da banda.

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Michael Sweet havia postado em seu twitter uma nota acerca do quão maravilhoso foi o público argentino na noite anterior. Após o término do show, eu, bem como várias outras pessoas, saí do Carioca Club com, ao menos, a certeza de que o público brasileiro não o havia decepcionado.

Setlist

To Hell with the Devil
Sing-Along Song
Loud ‘n’ Clear
Reach Out
Calling on You
Free
More Than a Man
Surrender
The Rock That Makes Me Roll
Braking the Law (Judas Priest cover)
Shout It Out Loud (KISS cover)
All for One
Heaven and Hell (Black Sabbath cover)
Soldiers Under Command

Encore:

Honestly
The Way

Stryper

Michael Sweet – Vocais/Guitarra
Oz Fox – Guitarra
Timothy Gaines – Baixo
Robert Sweet – Bateria

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Sobre Fernando Araújo Del Lama

Estudante de filosofia e fã de boa música. Resenha os shows que assiste, a fim de partilhar suas impressões com outros leitores do Whiplash.Net através de um texto com visão bastante pessoal, sem pretensão de qualquer imparcialidade.
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