Krisiun: uma devastação sonora intensa, muito intensa
Resenha - Krisiun (Music Hall, Belo Horizonte, 07/01/2012)
Por Luiz Figueiredo
Postado em 28 de janeiro de 2012
Não foi diferente dos últimos dias de 2011 e primeiros dias de 2012, em Minas Gerais. A chuva caiu forte antes de começar a pancadaria do Tormento e do Krisiun. Do lado de fora do Music Hall, casa de shows na região leste de Belo Horizonte, centenas de headbangers estavam batendo papo e bebendo muita cerveja embaixo das marquises mais próximas. Mas, assim que a chuva deu uma aliviada, o público se dirigiu à entrada e foi enchendo as dependências internas para esperar os caras do Tormento, talvez a maior revelação do metal mineiro no último ano, subir ao palco.
Após uma introdução com palco totalmente escuro, o Tormento foi muito ovacionado quando entrou em cena. O público se manifestou como se aqueles fossem os donos da noite e não a banda de abertura. Mas, de fato, não se portaram como simples banda que estava ali para abrir o show de uma maior. Comandado pelo agitado vocalista Lânio Araújo, o grupo fez daquele um momento especial para divulgar seu trabalho: um thrash metal feroz.
O Tormento utilizou daquele dia 7 para lançar oficialmente seu EP "Against the Wall" que contém cinco músicas e também o merchandising (camisas, patches...). Durante toda a execução do set, composto por 11 músicas, o Tormento continuou agitando o público que deu trabalho aos seguranças. Esses precisaram reforçar a grade que limita o público com a própria força dos braços, segurando para que os mais loucos lá da frente não a jogassem no chão. Naquele ponto, já se imaginava como seria no momento do show do Krisiun.
O trio gaúcho formado pelos irmãos Max Kolesne (bateria), Moyses Kolesne (guitarra) e Alex Camargo (baixo e vocal) subiu ao palco e foi o suficiente para inflamar novamente o público. Para segurar a onda dos headbangers mais empolgados, os seguranças precisaram ficar por toda a duração do show segurando a frágil grade "no braço".
A abertura do show foi com "Kings of Killing" e o restante do setlist, como era de se esperar, apresentou parte do trabalho do novo disco "The Great Execution": as músicas "Will To Potency" e "Descending Abomination" foram muito bem recebidas pelo público. A primeira com seu refrão marcante e solos da guitarra afiadíssima de Moyses foi um dos pontos altos da apresentação. Mas ainda teríamos coisas violentas como "Hatred Inherit", "Bloodcraft" e a mais esperada "Black Force Domain". Aliás, o que não é violento em um show do Krisiun?
Uma coisa que Alex fez questão de mencionar por diversas vezes, durante algumas pausas entre músicas, foi a presença maciça do público e o fato de "algumas pessoas atribuírem frustrações pessoais à cena metálica nacional". Não precisa dizer que ele se referia ao vídeo em que Edu Falaschi criticava os headbangers brasileiros. Trocas de farpas a parte, o que define o show de umas das bandas mais rápidas do mundo seria: uma devastação sonora intensa, muito intensa.
O Krisiun partiu no próximo dia 20 para a Europa, onde começaram uma extensa turnê que vai de 27 de janeiro na Polônia e vai até o dia 03 de março no Romênia. Serão 31 shows em 17 países do velho continente.
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