Jarrah Thompson Band: entrosamento, talento e energia
Resenha - Jarrah Thompson Band (Rio Rock e Blues Club, Rio de Janeiro, 15/07/2010)
Por Bernardo Fajoses Barbosa
Postado em 01 de agosto de 2010
Se você estiver com preguiça de ler, vá direto ao último parágrafo. Mas caso queira dar uma chance, fique a vontade. Vontade é o que não falta por aqui. Podemos dizer que tudo isso começou da vontade do baixista Bruno Padoveze de mudar, mudar de vez, mudar tudo! Cansados do Brasil, ele e sua mulher Thais se mudaram para Austrália. Lá o baixista (profissional há 15 anos) começou sua Saga (que culmina na turnê brasileira). Fez um teste para a então reformulada banda de Jarrah Thompson que a principio estava reticente quanto a ter um baixista brasileiro na banda "Até que o vimos tocando" – revela com orgulho o jovem guitarrista.
Juntamente com Chris Cameron são os dois remanescentes originais da ENORME formação que gravou Stargazer (álbum de estréia da banda, de 2008) ao todo eram 13 pessoas, entre quarteto de cordas e naipe de metais. Porém a responsável pelo toque de mágica na banda é a flautista Asha Henfrey, que entrou no meio de uma turnê australiana, eles mal se conheciam. Nessas horas podemos ter certeza do verdadeiro poder da música ao unir pessoa tão talentosa no mesmo lugar.
Vamos ao show? Ótimo, é aqui que tudo acontece.
A banda ao vivo pode ser definida por uma equação simples onde entrosamento e talento, aliados a um bom repertório, resultam em um som orgânico e cheio de uma energia revigorante. É a trilha sonora perfeita para uma viagem que só eles conhecem o caminho e é bom confiar e se deixar levar pelo som!
Você vai passar por lugares onde nunca esteve antes, embalado por boas jams cheias de improvisos (como em Freedom e Sea Line onde vemos por que Bruno entrou pra banda e porque Asha continua na banda), vai passar por lugares que já passou antes, mas nunca reparou (principalmente em covers onde Asha prova que sua flauta agrega muito valor ao som da banda, dando uma visão única da coisa), durante essa viagem você vai se perguntar se algumas das canções não foram feitas em Bron-Y-Aur e ficaram de fora de um conhecido álbum gravado na casa de campo de Jimmy Page.
Mas não pare por aqui, ainda temos mais alguns lugares para visitar (não tanto quanto a banda, que tem 23 datas em locais diferentes). Lugares imaginários onde uma jubgand toca animada e põe todo mundo pra dançar – em algum lugar nesse ponto Asha assume os vocais e revela uma voz doce e cativante, o que só nos faz ficar mais apreensivos pelo próximo álbum que está sendo gravado aqui mesmo no Brasil (em Campinas)!
A viagem continua e músicas como Money Blows Away nos provam que Jarrah é realmente um ótimo compositor, além de um guitarrista inspirado, principalmente em Joe Walsh, segundo o próprio.
Como toda boa viagem, essa chega ao fim também, dessa vez ao som de I’m The One um verdadeiro hit que não consegue deixar ninguém parado!
Mas a viagem de Jarrah Thompson e cia. não para por aqui, na verdade isso é só um brilhante começo de uma turnê idealizada há cerca de um ano atrás pelo baixista Bruno, que passou noites sem dormir em sua casa do outro lado do mundo marcando datas pelo Brasil, provando de uma vez por todas que não há jabás ou esquemões (que permeiam cenas culturais e artísticas locais) capazes de deter o verdadeiro talento, mesmo que ele esteja do outro lado do mundo.
O quê Jarrah Thompson Band faz é mágica. Como quase nunca se vê por aí. Fique atento e não pisque, ou perderá todo o truque! Para isso não acontecer acompanhe as datas da turnê da banda através do Myspace (http://www.myspace.com/jarrahthompson) e do hotsite da turnê http://jarrahinbrazil.wordpress.com/.
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