Summer Breeze: Diário de um brasileiro no festival
Resenha - Summer Breeze (Dinkelsbühl, Alemanha, 17 a 19/08/2006)
Por Marcelo Kuri
Postado em 10 de fevereiro de 2007
A primeira edição do Summer Breeze (SB) ocorreu em 1999 na pequenina cidade de Abgtsgmünd no sul da Alemanha. Naquela ocasião estiveram presentes 1000 fiéis almas que puderam arrancar o lacre do que hoje é, na opinião de muitos, o segundo melhor festival Open Air do verão europeu. Sete anos depois da realização dessa primeira edição, o SB apresenta sua nova casa (a edição de 2006 foi a primeira a ser realizada na cidade de Dinkelsbühl). A região escolhida na verdade é próxima ao aeroporto da cidade de Sinbronn e a apenas alguns quilômetros da cidade de Dinkelbühl. Hoje o SB apresenta uma infra-estrutura muito mais adequada frente às novas solicitações do festival: mais pessoas e mais bandas (a primeira edição contava com a presença de 10 bandas se apresentando em dois dias, e hoje o festival ja conta com tres dias de duração e mais de 50 bandas se revezando em dois palcos).
Dinkelsbühl – Alemanha – 17 a 19 de agosto de 2006
Tudo indicava que esse ano iria entrar para a história do festival: novo local, novo layout, bandas de renome e atrações especiais como a premiere do novo palco do Kreator projetado por uma artista português de renome. Dizia-se que o palco seria em três dimensões, efeito esse obtido frente ao jogo de luzes e fumaça que a apresentação iria possuir.
Na escala dos "Festivais de Heavy Metal" posso afirmar que o SB se encaixa no patamar "Intermediário". Para deixar mais claro faço a seguinte escala levando em consideração características como público (em quantidade de presentes), quantidade de bandas, duração do festival e infra-estrutura implantada:
Grande porte:
1) Wacken Open Air - único. E ponto mesmo. Difícil descrever esse festival… muita gente, muita barraca, muita banda, uma infra-estrutura que melhora a cada ano (em 2006 teve ate vendedor ambulante de gelo) e muito heavy metal... quando digo muito é muito mesmo.... pra cacete! sem parar por pelo menos 72 horas seguidas (isso se você não for um dia antes do início dos shows para acompanhar os já famosos "Warm Up Parties").
Médio Porte:
2) O próprio SB que pretendo resenhar aqui;
3) With Full Force (em Leipzig também na Alemanha);
4) Earthshaker Fest (na cidade de Rieden na Alemanha);
5) Bang your Head em Ballingen também na Alemanha.
Pequeno Porte:
Os nossos pequenos grandes festivais como:
6) Monters of Rock Brasil (94,95,96 e 98);
7) Live and Louder Brasil.
Primeiras impressões do festival e o primeiro dia 17/08
Para que minha participação nesse último Summer Breeze fosse possível tive que sacrificar algumas bandas, pois apesar de morar a apenas 1 hora de carro do festival eu tinha que trabalhar até as 3 da tarde. Logo ficou impossível assistir a todas as bandas do cast do festival. No entanto o que assisti me satisfez e me motivou a escrever essas linhas.
Após uma troca longa de e-mails com os organizadores do evento pude descobrir que eu poderia desfrutar de um estacionamento diário, ou seja, nao seria necessário acampar ou ficar lá os 3 dias seguidos. Teria que pagar a bagatela de 10 euros para poder utilizar desse serviço. E assim o fiz no primeiro dia de festival. Ao chegar lá a minha impressão foi das melhores. Um espaço imenso para o camping (localizado em um bonito espaço de grama verdinha), dois palcos muito bem localizados (formando um V, o que de cara já me mostrou que seria inviável duas bandas tocarem ao mesmo tempo), um Metal Market bem diversificado e várias opções de bebida e comida (apesar do salgado preço... bem como tudo nessa terra).
Foto retirada do site: www.summer-breeze.de
Cheguei então ao festival por volta das 16h e ainda pude ver alguns acordes do Angel Blake que conta em sua formação com o guitarrista do extinto The Crown. Do pouco que ouvi, a nova banda de Marko Tervonen me agradou. Muito mais melódica do que o The Crown essa banda aposta em uma sonoridade bem distinta. Melancólica e pesada embora chegue a ser um pouco maçante se ouvida em excesso. Em todo caso foi muito bom para esquentar os motores.
Em seguida veio uma das bandas que ansiava ver... os suecos do The Haunted. Sempre gostei do som da banda... thrashzão direto, sem firulas, cheio de groove, pesado e com um aqui e acolá de Slayer. O show, embora curto (45 minutos), foi como um rolo compressor passando por cima dos presentes. Com um set list muito bem escolhido, que cobriu quase que toda a trajetória da banda, tive a impressão que eles usaram a apresentação no SB para despejar todo o estresse do processo de gravação à qual se submeterão durante praticamente todo o ano de 2006. Podia-se sentir que Peter Dolving & Cia se esforçaram ao máximo para que a apresentação da banda fosse memorável. Posso dizer sem medo de errar que foram bem sucedidos em suas intenções.
A próxima banda que acompanhei foi outra de minhas favoritas: Moonspell. Divulgando o novo álbum "Memorial" (o melhor lançamento desses portugueses desde o saudoso "Irreligious"), a banda de Fernando Ribeiro mostrou porque atingiu o patamar atual, uma vez que em novembro desse ano a banda ganhou o prêmio de Best Portuguese Act do MTV Europe Music Awards. A apresentação foi focada principalmente nos dois primeiros álbuns, "Wolfheart" (1995) e "Irreligious" (1996) e no já citado Memorial (2006). Dessa forma essa foi o melhor show do Moonspell que tive a oportunidade de conferir. Clássicos como "Wolfshade (A Werewolf Masquerade)", "Alma Mater" e "Opium", levantaram o público. Outras mais rápidas, presentes do novo álbum, como "Finisterra", deram um toque especial, lembrando muito o extinto projeto Daemonarch.
Com menos de 5 minutos de intervalo, e já beirando as 19h, entram no palco os noruegueses do 1349. Apesar de não conhecer muito a banda (comprei com muito custo o "Hellfire" de 2005), tive a nítida impressão de estar caindo no inferno. Com base em bandas como Darkthrone, o 1349 despejou o True Norwegian Black Metal mostrando competência e seriedade. A banda é tão rápida e brutal que o show pareceu ter tido apenas uns 20 minutos, embora o tempo total de palco tenha sido de 45. Isso a meu ver foi um ponto positivo do show, visto que, embora rápidos como balas, suas composições são certeiras e diversificadas, deixando o ouvinte sempre na espera do próximo petardo.
Após os noruegueses entraram no palco os finlandeses do Finntroll. Não conhecia muito a banda mas muito me agradou a apresentação. Aliás, dentro desse estilo Folk foi um dos melhores shows que assisti. O som da banda ao vivo fica com uma nova roupagem e o peso predomina dentre as melodias diversificadas que a banda aplica em sua música.
Em seguida veio o ASP. Não sei definir o som da banda, mas não me agradou... nunca tinha ouvido falar na bendita e para ser bem sincero espero não ouvir tão cedo... maçante, meio lento e com uma aparência meio Marilyn Manson, a banda torrou o saco durante 45 minutos de palco... Aproveitei os últimos 20 minutos pra dar um pulo no Metal Market e comprar o novo DVD do Dissection. Além disso, esse tempo me serviu para descansar para o que viria pela frente.
Após a mala sem alça do ASP a pedrada que viria na seqüência era o Kreator. A expectativa gerada nesse show foi grande, uma vez que alguns dias antes do início do festival foi divulgado no site oficial do SB que o Kreator faria a premiere mundial do novo layout de palco produzido pelo artista português Manuel Antunes. Baseado em um jogo de luzes e fumaça o palco teria uma visão tridimensional.
De 3D mesmo eu não vi nada, embora o jogo de luzes tenha dado um efeito diferenciado na apresentação da banda. A única coisa que me incomodou um pouco foi o excesso de fumaça que incomodava muito quem estava nas primeiras filas pelo cheiro e pela dificuldade de assistir a banda em certos momentos. Tirando esse pequeno inconveniente nao tenho muito a dizer da apresentação da banda, a não ser que era o Kreator. Quem já assistiu a banda ao vivo sabe que me refiro a uma apresentação memorável, cheia de clássicos ("Flag of Hate", "Pleasure to Kill", "Renewal", "Coma of Souls", "Tormentor", "People of the Lie", "Extreme Agressions"), mesclando material mais novo dos melhores como "Enemy of God", "Impossible Bruttality" (uma das melhores composicoes do Kreator dos últimos tempos) e "Violent Revolution". Uma pena que o show foi curto (1h15m)... se bem que para bandas como essa qualquer duração de show parece curta.
Já passava das 23h quando o último act da noite entra no palco: Katatonia. Tenho profundo respeito pela banda, mas não posso negar que o som atual não me agrada. Fiquei no "Dance of Decembers Souls"... Assisti a toda a apresentação, mas não poderei aqui tecer muitos comentários a não ser que é um grupo extremamente competente no que se propõe a fazer.
Já era mais de meia noite quando deixei o local. Tinha que descansar, uma vez que a obrigação do trabalho me chamaria no dia seguinte às 7h00 da manhã e o dia seguinte no festival prometia com o Morbid Angel, Amorphis, Heaven Shall Burn e outras.
O segundo dia (18/08) e o incidente do carro
O segundo dia do SB aconteceu em uma sexta-feira. A minha ansiedade era grande e eu ainda não sabia se iria dormir por lá. Devido a compromissos de trabalho acabei saindo de minha cidade por volta das 14h30 e tinha ainda uma hora e pouco de carro até o festival. Cheguei no SB por volta das 16h e estranhei a atitude do segurança que coordenava o estacionamento ao solicitar que eu parasse o carro em um lugar distinto ao que havia ocupado no dia anterior. Ainda insisti com ele que eu possuía o Parking Ticket e que havia parado no dia anterior em um lugar distinto. Ele insistiu e eu acabei por estacionar o carro onde ele havia me solicitado.
Pude conferir, quase que na íntegra, a apresentação dos alemães do Rebellion. Divulgando o novo álbum "Sagas of Iceland" a banda mostrou que apesar de não terem como forte em sua música a originalidade, a performance de palco e o poder das composições me fizeram pensar em "aos diabos com a originalidade!"... o que eu queria mesmo era ouvir Power Metal de qualidade! E isso, ninguém pode negar, não faltou na apresentação da banda, que teve seu forte nas execuções certeiras, desenvoltura no palco e no carisma da banda como um todo. Destaque certo para a galopante "The Sons of Dragon Slayer" do já citado "Sagas"... Quebra-pescoço da melhor qualidade.
Em seguida era a vez do One Man Army and the Undead Quartet. Estava ansioso, pois a um mês atrás havia assistido a banda no Earthshaker Fest 2006 e tinha me decepcionado um pouco, devido, talvez, à minha grande expectativa. Dessa vez resolvi chegar de mansinho e ver o que o One Man poderia me mostrar. E não me decepcionei. É inegável a qualidade do último registro da banda, "21Th Century Killing Machine". A banda amadureceu desde a última apresentação que tive a oportunidade de conferir. Com um som cirurgicamente executado, a trupe do Sr. Lindstrand desfilou classe e inspiração durante os 45 minutos do show da banda. Pedrada atrás de pedrada. Destaque absoluto para a maravilhosa "Hell is for Heroes". Inspiração pura! Não posso negar que a qualidade dos equipamentos de som ajudou muito, mas o crescimento da banda como um todo já se mostrava visível. Nesse passo acredito que o One Man irá se destacar em breve dentre outros milhares que executam um som similar. Agora é esperar o lançamento de "Error In Evolution" que ainda não tem data confirmada de lançamento, mas já foi totalmente mixado pela banda.
Após uma pausa para um lanche, estava eu ansioso em frente ao Main Stage (palco principal do festival) aguardando uma das bandas que figurou entre as minhas favoritas por muitos anos e que por dificuldades, vamos dizer assim, geográficas, eu ainda não tinha tido a oportunidade de assistir ao vivo. Era a vez dos finlandeses do Amorphis. Conheci a banda alguns anos depois do lançamento do consagrado "Tales from the Thousando Lakes" (1994) ao lançar o também aclamado "Elegy" (1996). Os lançamentos seguintes também me agradaram mas não se comparam em qualidade e feeling como esses dois anteriormente citados. Após algumas coletâneas e troca de vocalista eis que ressurge o Amorphis com "Eclipse" (2006), que mostra uma banda revigorada e tentando, mesmo que sutilmente, um retorno aos áureos tempos. Por minha sorte e de todos os presentes, foi essa banda que conferimos. Consistente, alinhada, entrosada e cheia de feeeling... e o melhor de tudo: com um setlist baseado nesses três albuns que citei! A interação com o público, o groove e o peso de músicas como "Better Unborn", "Against the Window" e a clássica "Black Winter Day" me fizeram ter a sensação de que já haviam valido os euros despendidos no festival. Com certeza um dos destaques do SB 2006.
Após 5 minutinhos de descanso, começava no palco ao lado a próxima banda com a introdução "Echos" do aclamado "Antigone" (2006). O espaço reservado para o palco secundário ficou pequeno frente à multidão que se espremia, ansiosa, esperando pelo Heaven Shall Burn. Conheci essa banda quatro anos atrás no With Full Force 2002 e naquela época a banda foi, para mim, uma das maiores descobertas do festival. Um peso descomunal, uma execução cirúrgica das músicas e um feeling de dar inveja a qualquer banda veterana. Todos ali presentes sabiam que era questão de tempo para que esses alemães se colocassem na lista Top 10 da major Century Media Records. E foi exatamente o que aconteceu nos anos que se seguiram. A apresentação da banda nesse SB 2006 foi tão bem sucedida que o novo videoclipe Counterweight foi extraído durante o pandemônio causado durante a execução da música. Pessoas brotavam da massa espremida em frente ao palco e ficar parado era literalmente impossível! Realmente difícil descrever o que aconteceu naquela tarde de 18 de agosto de 2006. Sugiro ao que ficaram curiosos a assistir ao videoclipe da banda extraído daquela tarde para entender melhor o que quero dizer. Tentem notar os rostos e expressões dos presentes... O massacre desses alemães durou 45 minutos e ao término pareciam ter passado apenas alguns minutinhos!
Cinco minutos de descanso e entram no palco ao lado ninguém menos que David Vincent, Trey Azagthoth, Pete Sandoval e Tony Norman. Sim, era a vez do Morbid Angel. Foi preciso muito gás para conseguir acompanhar a banda. Destilando clássicos atrás de clássicos Trey Azagthoth e Cia. provaram porque são ícones quando o assunto é Death Metal. Com um setlist bem abrangente a banda detonou clássicos como "Immortal Rites" (que contou com a participação em massa do público presente) "Maze of Torment", "Rapture", "Angel of Disease" entre outras. Ao término do show os presentes apresentavam sinais claros de cansaço.
As bandas que ainda faltavam se apresentar não me agradavam, embora eu tenha ficado até o último minuto das apresentações. A seqüência de shows seguiu com Liv Kristine (que fez a alegria dos fãs presentes) seguida dos alemães do Lacrimosa. Peço desculpas aos fãs dessas bandas que lêem essas linhas mas sou um perfeito ignorante quando o assunto é esse estilo musical. Por último veio o Deathstars. Fiquei até o fim pois afinal das contas era uma bela noite de sexta feira e não tinha nada a perder (mas não posso negar que o headliner de sexta poderia ter sido um pouco melhor). Tomar uma cerveja e me certificar que o som da banda não me agrada. Acredito que não agradasse também à maioria dos presentes, visto que depois do show do Morbid Angel, pelo menos 60% do público abandonou o local.
Era hora de dormir. Por motivos diversos decidi dormir no meu carro, uma vez que não tinha o camping ticket (muito menos uma barraca) e não estava nem um pouco disposto a viajar 150Km. Porém qual não foi a minha surpresa quando cheguei no suposto estacionamento e não encontrei meu carro... "Não é possível! A taxa de roubos de carro aqui é baixíssima e não é possível eu ter sido premiado!". A minha situação era ainda mais grave pois todos os meus documentos (incluindo meu cartão de banco) estavam dentro do carro (que por sua vez era alugado!). Recorri por socorro com meu "ótimo" alemão e por felicidade (ou infelicidade) meu carro havia sido guinchado por parar... em lugar proibido. Após um luta de quase 2 horas (e dai já passava da 1h00 da manha) descobri que meu carro estava em uma garagem da empresa de segurança contratada pela organização do festival e que deveria pagar 250 Euros (quase R$750) para poder retirar o veículo. O pessoal do festival, já admitindo o erro, me acompanhou, e conseguiram convencer os seguranças (com muito esforço) a liberarem meu carro sem o pagamento. No fim, tomamos algumas cervejas antes de retirar meu carro e me dirigir ao verdadeiro estacionamento, onde eu poderia estacionar e dormir até a manhã seguinte.
O último dia (19/08)
Acordei na manhã do sábado por volta das 10h e fui direto às duchas do festival. Nada como tomar um banho para revigorar as energias. Um pouco antes das 11h eu já me postava na entrada do festival para acompanhar o último dia das apresentações.
Após as primeiras bandas (entre elas Perzonal War e a Visions of Atlantis) era a vez dos holandeses do Legion of the Damned que na época ainda divulgavam o album "Malevolent Rapture". Após o lançamento desse álbum a banda teve a oportunidade de acompanhar nomes como Cannibal Corpse e Kataklysm no itinerário No Mercy Festivals de 2006 além de alguns festivais pela Europa como esse SB, o Rock Hard Festival, Up from the Ground Festival e o Wacken Open Air. Pelas composições se notava a evolução da banda (que alguns meses depois lançaria o "Sons of the Jackal", já aclamado pela mídia especializada). Apresentando seu Death/Trash Metal a banda agradou os presentes e os 30 minutos de apresentação foram suficientes para demonstrar a que esses holandeses vieram.
Na seqüência vieram outras bandas de menor expressão mas não de menor qualidade: Necrophagist com seu Death Metal cru, lembrando muito os áureos tempos do Death de Chuck; os americanos do Carnal Forge, que eu pouco conhecia e muito me interessei após o show da banda; Totenmond; Psychopunch; Corvux Corax, uma banda de Folk, sem guitarras, baixo etc... apenas instrumentos típicos – um deleite para os fãs alemães...pra mim um pouco chato; Thyrfing (showzaço dos suecos! setlist bem diversificado cobrindo os 11 anos de existência da banda, destaque para "Celebration of Our Victory" presente no debut); Negative e Bloodflowerz.
Ja passava das 20h40 e todos aguardavam os alemães do Gamma Ray. É sempre um deleite curtir Kai Hansen e sua trupe desfilando suas composições sempre inspiradíssimas. Com um setlist diversificado (baseado na última tour "Skeletons in the Closet" de 2002) a uma hora e pouco de show foram de diversão pura! Ponto alto? Vários... destaque especial para o já aclamado medley "Rebbelion in Dreamland - Land of the Free", incluindo um belo solo de Kai Hansen.
Para muitos o melhor show da noite! Eu, talvez por já ter visto o Gamma em ação antes, me impressionei mesmo com o act que veio em seguida: Unleashed! Utilizando o discurso estilo Manowar (enfatizando os fãs, defendendo com unhas e dentes o Death Metal, etc) a banda sobrou no palco do Summer Breeze. Nada como ouvir a clássica, cantada em uníssono, "Death Metal Victory". Aqueles minutos fizeram a alegria de qualquer Deathbanger que se postava em frente ao palco secundário do SB. Como se não fosse suficiente ainda vieram "The Longships Are Coming", a atmosférica "Winterland" entre outras. Tudo isso fez com que os milhares de corações metálicos ali presentes pulsassem em conjunto com os blast beats do sr. Anders Schultz.
Embora todos já mostravam sinais de cansaço, ainda havia boas apresentações na noite. A próxima banda a adentrar no palco do Summer Breeze era ninguém menos que os americanos do Fear Factory. O som da banda me agrada, embora eu sempre coloque alguns parênteses quando me refiro a ele. Não posso negar que o uso de equipamentos eletrônicos em bandas de Metal não me agrada muito, mas para minha surpresa esses elementos sempre presentes no som do Fear Factory passaram desapercebidos nessa apresentação... tudo que posso dizer do show é que foi pesado... muito pesado... Destaque? Muitos vão discordar, mas "Replica" ao vivo faz qualquer morto se levantar... e não foi diferente no SB 2006.
Ja passava da meia noite quando o último act da noite entra no palco principal: My Dying Bride. Comemorando 16 anos de existência da banda o set list foi focado no último registro até então, o aclamado "Songs of Darkness, Words of Light" (2004). Concordo quando dizem que Doom Metal é um estilo peculiar do Metal e que a primeira ouvida pode ser um pouco maçante. Mas esses britânicos sabem executar um Doom Metal de qualidade, que faz com que os ouvintes mergulhem de cabeça na escuridão. Um verdadeiro nirvana para os apreciadores do estilo.
Após quase uma hora de show a banda deixa o placo e fecha-se a cortina de mais essa edição do Summer Breeze.
Nesse ano de 2007 o festival irá comemorar 10 anos de existência e promete um cast ainda mais metálico do que essa edição de 2006. É esperar para ver.
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