Dub Side: Clássicos do Pink Floyd em versão reggae no Rio
Resenha - Dub Side Of The Moon (Circo Voador, Rio de Janeiro, 13/05/2006)
Por Bruno Figueiredo
Postado em 13 de junho de 2006
Nos últimos três anos algumas notícias causaram um misto de sentimentos nos fãs do Pink Floyd em todo o mundo, entre elas destacaram-se a possível reunião do trio Gilmour, Mason e Wright com Waters para um show beneficente (com possível turnê posterior); o lançamento de um novo álbum que estaria sendo produzido em sigilo; e o lançamento de um álbum cover produzido por um grupo de reggae.
Fotos: Antônio César
Em meados de 2005 o Live8 concretizou o sonho de ver o grupo reunido, após duas décadas de desencontros e guerras judiciais entre Gilmour e Waters, porém os rumores de uma nova reunião para turnê ou gravação de um álbum de estúdio foram desmentidos pelos integrantes do grupo em nota no site oficial. Mas o estranhamento maior veio antes, com o lançamento, em 2003, do álbum Dub Side Of The Moon, por uma reunião de músicos da Easy Star Records chamado Easy Star All-Star. Trata-se da recriação, em Dub, de um dos álbuns mais consagrados do Pink Floyd, o Dark Side Of The Moon.
Os músicos da Easy Star se engajaram neste projeto (audacioso) de recriação de um dos maiores álbuns de rock da história, no que diz respeito às técnicas de gravação, qualidade do som, harmonias e idéias, permanecendo por mais de 700 semanas na parada da Billboard e tendo vendido mais de 40 milhões de cópias por todo o planeta. O resultado é um disco de ótima qualidade, reproduzindo todo o clima sombrio (porém com um tom jamaicano nos samplers, além do rítmo modificado) que arrancou elogios dos próprios integrantes do Pink Floyd e alcançou uma boa vendagem mesmo sem ter tocado nas rádios ou recebido algum tipo de grande estratégia de marketing. O estudo feito a partir do álbum original foi tão intenso que o próprio site da Easy Star Records vende o Dub Side sincronizado com "O Mágico de OZ", uma das maiores curiosidades acerca do Dark Side que nunca foi confirmada pelo grupo da terra da rainha.
Neste mês de maio os fãs brasileiros do Pink Floyd tiveram a oportunidade de avaliar o trabalho dos corajosos do Easy Star All-Star. No último dia 13, no Circo Voador-RJ, os jamaicanos/nova-iorquinos fizeram sua penúltima apresentação no Brasil antes de partir para Argentina e demonstraram uma performance intensa e carismática ao público que, apesar de parecer meio apático nas músicas inicias, cantou em uníssono junto à banda as músicas do consagrado Dark Side. O show começou tarde, 2 horas e 40 minutos após as 23h, horário marcado para o início, mas o que se viu depois disso foi um Circo Voador lotado, como a muito não se via, com um público notadamente pinkfloydiano e alguns dreadlocks, todos ansiosos para avaliar o trabalho.
Após uma pequena apresentação de dançarinas nova-iorquinas a banda subiu ao palco e abriu o show com músicas pouco (ou nada) conhecidas pelo público presente que acompanhou atentamente mas sem empolgação. "Fighting, Judge Not", "Dublo"," Bed of Rose", "Vaporizer", "Easy Up" e "Caesar" apresentaram os músicos ao público e deram uma prévia de como correria o show, com uma banda coesa e segura pelos graves do baixo do Renard Shy. Completando a banda: Jennifer Hill (Saxofone e flauta), Ivan Katz (Bateria), Jeremy Mage (Teclados), Brian O’Sullivan (Trombone), Junior Morrison (Vocal), Tamara Brown (Vocal) e Wendel Ferraro (Guitarra e Vocal).
Ao primeiro acorde menor da banda o Circo Voador foi abaixo ao som de "Breath" (sem o sampler inicial de "Speak to Me"), seguindo com a seqüência original do álbum: "On the Run" (com uma batida moderna estilo DrumBass feita pelo baterista); "Time" (ponto alto do show, com a banda e o público a uma só voz e o solo de guitarra substituído por um free stile); "Great Gig" (destaque para a voz da Tâmara Brown); "Money"; "Us and Them"; "Any Color"; "Brain Damage" (na voz do simpático e empolgado Brian O’Sullivam); e "Eclipse". No fim do Dub Side a banda foi parando um por um e saindo do palco, deixando apenas Ivan Katz solando de canhota a sua bateria. No bis tocaram "Move to G’way"; "Climbing up the Walls"; e "Live to Let Live", ainda aproveitaram para divulgar o novo trabalho chamado "Radiodread", seguindo a mesma formula de recriação, dessa vez com o álbum "Ok Computer" da, também britânica, Radiohead.
Sem discutir a questão do oportunismo ou gosto por determinado segmento musical pode-se dizer que o trabalho feito em Dub Side pelos músicos da Easy Star Records foi bem executado, no entanto qual fosse o resultado ou opiniões geradas por este, seria provável um retorno certo pois se trata da releitura de um dos álbuns mais vendidos da indústria fonográfica e, indubitavelmente, aguçaria a curiosidade dos fãs do Pink Floyd espalhados pelo mundo, mesmo sendo o trabalho assinado em Dub.







Outras resenhas de Dub Side Of The Moon (Circo Voador, Rio de Janeiro, 13/05/2006)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
Helloween retorna ao Brasil em setembro de 2026
Megadeth tem show confirmado em São Paulo para 2026
Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Bryan Adams retorna ao Brasil em março de 2026
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
As 10 melhores músicas do Iron Maiden, de acordo com o Loudwire
A melhor música de "Let It Be", segundo John Lennon; "ela se sustenta até sem melodia"
O único frontman que Charlie Watts achava melhor que Mick Jagger
O pior disco do Queen, de acordo com a Classic Rock
A banda de rock clássico que mudou a vida de Eddie Vedder de vez; "alma, rebeldia, agressão"
A única vez na história que os Titãs discordaram por razão moral e não estética
As 15 bandas mais influentes do metal de todos os tempos, segundo o Metalverse
O melhor disco do Kiss, de acordo com a Classic Rock
Nightwish: a sincera opinião da ex-vocalista Anette Olzon sobre atual som da banda
Empresário revela em detalhes quanto o RPM ganhava por show, e o que os levou ao buraco
O vocalista que teve a chance de entrar no Iron Maiden, mas deixou o bonde passar

Exodus - sempre uma das melhores experiências do ano
Behemoth e Deicide - um espetáculo inigualável do metal extremo
Anette Olzon apresentou no Brasil músicas dos álbuns "Dark Passion Play" e "Imaginaerum"
Imminence - público apaixonado enche a casa numa quinta-feira
Rock, Memória e Emoção - Nenhum de Nós Encanta Jumirim/SP
Ultraje a Rigor Invade Cerquilho e Reafirma o Poder do Rock Nacional
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista



