Rock: uma verdadeira filosofia de vida
Por Ricardo Bellucci
Postado em 01 de dezembro de 2019
Na Inglaterra do início do século XX, em termos de costumes, estávamos em plena era vitoriana. Era quase um tabu se falar sobre os próprios sentimentos, principalmente em público. Mas isso não acontecia apenas e tão somente lá. No Brasil também experimentávamos esse puritanismo em termos de costumes.
Aí nos idos do final dos cinquenta e início dos sessenta surge o rock. Simples, direto, sem frescuras. Fala direto ao coração e sobre coisas do coração. O mundo mudava. Os jovens começam a mudar o mundo, como em maio de 1968, na França.
O papel do rock é servir como elemento aglutinador, semiótico, simbólico. É preciso falar sobre os sentimentos, mas acima de tudo dar voz aos sentimentos. Era do que se tratava afinal.
Se você quer compreender o mundo daquela época, ouça as músicas dessa época. Se tratava de uma verdadeira revolução nos costumes. Os Beatles, os Stones, Jefferson Airplane, e por aí vai.
A juventude não foi criada nessa época, mas saiu das sombras, do anonimato, para passar a fazer parte da cena cultural e social desde então. O rock catalisou o sentimento da época, da juventude, e deu voz aos jovens, permitindo em uma época pré internet, que jovens dos mais diversos lugares do planeta pudessem ouvir algo que lhes era comum, dar voz a uma geração. É impossível compreendermos a história sem observarmos o papel da música, notadamente do rock, naquele período.
A partir dessas premissas, podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que o rock não foi e não é apenas um estilo musical, é uma filosofia de vida!
Esses valores se tornaram transcendentes. Quando observamos a cena do rock nacional nos idos dos oitenta, por exemplo, podemos perceber nas letras de bandas como Legião Urbana, Plebe Rude, Ira, Titãs dentre outras, os elementos de valores que se firmaram através do rock dos anos sessenta, como engajamento social e reflexão sobre o sentido da nossa existência neste mundo.
Hoje, muitos afirmam, categoricamente, que o rock morreu. Não creio. Assim como os valores da cultura clássica helenística permaneceram em "estado de hibernação" até o renascimento, creio que os valores universais abordados pelo rock, seu estilo simples, direto, aguardam um momento histórico propicio ao seu renascer. Não estou afirmando, contudo, que hoje o rock acabou por hora, longe disso, afirmar isso seria, no mínimo, leviano. Mas ele está com espaço reduzido em termos de cena, quase que restrito a alguns segmentos e "guetos" de fãs.
Não sei e não posso afirmar quando ele vai retomar o seu vigor, mas creio que enquanto existir algum jovem inconformado como as coisas no mundo acontecem, o rock sempre viverá neste coração inconformado!
Longa vida ao rock!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
O álbum do Led que realizou um sonho de Jimmy Page; "som pesado, mas ao mesmo tempo contido"
Site americano aponta curiosa semelhança entre Sepultura e Opeth que poucos notaram
A banda que superou Led Zeppelin e mostrou que eles não eram tão grandes assim
Metal: A escola de marketing que ninguém te contou
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween

A nostalgia está à venda… mas quem está comprando? Muita gente, ao menos no Brasil
Afinal o rock morreu?
Será mesmo que Max Cavalera está "patinando no Roots"?
Por que a presença dos irmãos Cavalera no último show do Sepultura não faz sentido
Angra traz "Rebirth" de volta e deixa no ar se a formação atual ainda existe
De fãs a palpiteiros, o que o heavy metal e o futebol têm em comum
Pink Floyd: entenda o "estilo Gilmour" de tocar guitarra
Thrash Metal: a estagnação criativa do gênero


