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Por que aderi ao streaming de música?

Por Luciano Arruda
Fonte: Blog Psicultla
Postado em 13 de novembro de 2017

Nunca escondo de ninguém que a grande paixão da minha vida é a música, em especial o Heavy Metal, adoro conversar sobre o tema, ir aos shows, e principalmente escutar, sem dúvida isso é vital para mim, sendo minha maior fonte de bem-estar. Simplificando a coisa, sou movido a música e sem ela não sobrevivo.

Sendo um grande ouvinte costumo gastar bastante também com o "produto", seja indo a shows, comprando equipamentos para reprodução, literatura específica e também mídias físicas de reprodução, como cds, discos, dvds e blu-rays, sendo que em alguns momentos da vida cheguei a gastar quase oitenta por cento dos meus rendimentos mensais em música.

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Embora nunca tenha deixado oficialmente de adquirir por exemplo cds e dvds de bandas eu diminui muito esse hábito, passando de algo como duas unidades por mês para cinco por ano. Vários foram os motivos para essa mudança de comportamento, diminuições momentâneas do poder aquisitivo, prioridades mais urgentes para gastos (planos de saúde, educação, impostos, taxas, aluguel de clínica…) e também a drástica diminuição da oferta de pontos de venda pense em quantas lojas de discos existem hoje em dia e quantas existiam nos anos noventa por exemplo. Também comecei a ficar meio sem espaço em casa para armazenar tudo.

A verdade é que como a grande maioria das pessoas eu aderi à pirataria musical (não seja hipócrita, você também fez isso em algum momento), confesso que no início foi uma maravilha, baixar por exemplo a discografia de uma banda que lançou dez álbuns em vinte minutos era uma alegria sem tamanho. No entanto, comecei a sentir uma certa culpa em fazer isso, existia, sem dúvida, o prazer de ter acesso à minha querida música, mas, ao mesmo tempo, a certeza de que estava prejudicando todo o mercado musical com isso.

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Tentei os downloads pagos, comprei alguns álbuns mas logo desisti, pois para mim não fazia sentido pagar para não ter algo físico, estranhamente não sinto isso com a literatura pois compro normalmente ebooks, mas com música sempre tive essa sensação, portanto a coisa durou muito pouco, cinco aquisições para ser exato.

Comecei a ler alguns artigos a respeito de streaming de música, mas na minha cabeça aquilo não era para mim, coloquei vários preconceitos na mente tais como: Só devem ter artistas pop nas plataformas, minha internet é lenta demais para isso, os apps são pesados e travarão no meu celular, entre outras coisas.

No final de 2014 comprei um novo tablet, e dentre os programas pré-instalados havia um dos famosos streamings de música, acessei o app, verifiquei que era necessário fazer um cadastro para ter acesso ao conteúdo então abandonei a ideia (momentaneamente).

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Em 2015 fiz uma viagem à Europa, certo dia estava no quarto do hotel procurando algum joguinho no tablet para jogar um pouco antes de dormir e resolvi dar uma chance nova ao streaming. Como estava tranquilo, com tempo livre e paciência resolvi fazer o cadastro que o programa pedia.

Ao informar meus estilos musicais favoritos as sugestões foram bem decepcionantes, somente bandas gigantes, mas pensei em fuçar um pouco mais, e fazendo pesquisas rápidas comecei a encontrar nomes mais underground, isso me animou bastante, e a isca que realmente me fisgou foi quando procurei a banda Ruthless que iria assistir no dia seguinte ao vivo e encontrei um álbum deles disponível para ser escutado, confesso que meu rei ficou em cheque no momento.

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Pelo resto da viagem enquanto estava nos hotéis, fiquei explorando o programa e ouvindo um montão de coisas legais que realmente nunca imaginaria estar disponível por lá, achei noventa por cento do que procurei. No entanto, confesso aos caros leitores que por vezes sou um cara bem teimoso e botei na cabeça que tudo só estava funcionando por estar na Europa.

Quando voltei de viagem pesquisei novamente pelo tema, me animou bastante o fato das bandas receberem por execução das faixas na plataforma. Descobri então que esse app tinha outros concorrentes, onde fiz meu cadastro também, testei mais dois deles, um muito similar e o outro com uma proposta um pouco diferente, que a princípio não me agradou muito.

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No meio de 2016 recebi uma oferta para testar o primeiro concorrente em sua versão paga pelo preço de 1,99 por mês durante quatro meses, aceitei a oferta e gostei bastante em especial da opção de ouvir músicas offline. Aquele concorrente me ofereceu então quatro meses grátis, fiz o teste mas realmente não gostei do produto, foi então que o primeiro programa testado também me ofereceu a mesma promoção do 1,99 por três meses, decidi então que manteria a assinatura do serviço, e hoje mais de um ano depois não me arrependo da escolha.

Você pode estar se perguntando agora: Ok, mas você não disse que não faria sentido pagar por algo que não se pode ter a mídia física em termos de música? Sim escrevi isso algumas linhas acima, e continuo com o mesmo pensamento, no entanto eu vejo o streaming como um serviço, não estou pagando para adquirir uma música ou álbum, mas sim pagando um serviço para ter acesso as músicas, e confiando que a plataforma esteja remunerando o artista.

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O serviço é perfeito? Não, há alguns bugs nos apps algumas vezes, e a discografia de várias bandas tem lacunas imperdoáveis, no entanto o valor mensal que tenho pago é o equivalente a uma cerveja e um coxinha no boteco, ou metade do valor de uma hora para estacionar o carro em algumas regiões de São Paulo.

Adoro as mídias físicas, e como disse anteriormente continuo adquirindo, principalmente de bandas independentes e edições especiais, no entanto, a praticidade do streaming é algo bem legal, poder por exemplo escolher escutar um disco que não esteja no seu aparelho enquanto você aguarda algo faz toda a diferença, e saber que não estou na ilegalidade prejudicando minhas bandas favoritas me dá certo alívio mental também.

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Não deixe de comprar as mídias físicas, merchandise ou ir aos shows dos artistas que você gosta, mas quem sabe não está na hora de você também tentar esse serviço? O preço mensal compensa.

Tem feito sentido para mim, e confesso que até o momento tenho gostado do serviço executado, e você, aderiu ao streaming? O que achou?

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Sobre Luciano Arruda

Luciano Arruda, banger das antigas e Psicólogo, trabalha sempre para desmistificar o Heavy Metal e mostrar que temos ótimas mentes no estilo.
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