Mortes: Quando os ídolos se vão, perdemos nossos prismas
Por Herick Sales
Fonte: Herick Sales Guitar
Postado em 18 de janeiro de 2016
Antes de qualquer coisa, esse artigo não é sobre um artista específico. É sobre uma gama incrível de artistas da nossa era, que elevaram os conceitos de arte musical, para outro patamar, e que a um bom tempo, insistem em nos deixar órfãos, quase que como uma avalanche. No ano passado, tivemos a morte de A.J. Pero (Twisted Sister, Adrenaline Mob), Chris Squire (YES), B.B. King, Phil Taylor e Lemmy (ambos do Motorhead), Scott Weiland (Stone Temple Pilots, Velvet Revolver), e ainda embriagados de tantas perdas, e com os primeiros ventos de 2016, num amanhecer triste, vem a notícia da perda de um gênio da cultura pop geral: David Bowie. Puta que pariu, tá foda! A morte é o ciclo natural da vida, e todos vamos morrer, mas historicamente, tínhamos em destaque grandes figuras que poderiam "remediar um pouco" tal carência. Quando Hendrix se foi, tínhamos na terra, levando sua tocha da inovação, músicos como Jimmy Page e Robin Trower. Quando da morte de John Bonham, baterista do Led Zeppelin, tínhamos a ascensão de outros mestres da bateria como Deen Castronovo e Dave Lombardo, e a carência deixada pelo Led, por exemplo, pôde ser amenizada pelo talento de bandas que surgiam, como Van Halen e Iron Maiden, por exemplo. Não são comparativos. Mas havia um ciclo criativo, em que haviam mortes sim, mas haviam em voga, outros músicos elevando os conceitos artísticos e experimentações a outros níveis, e fazendo disso algo popular. Mas, e hoje? Não estou dizendo que não há nada de bom não, por favor! Mas vejamos o que há de destaque, em grande escala, rolando na nossa música. O que teríamos de desafiador que desse continuidade de certa forma, ao que David Bowie fez? O que há na atualidade de tão verdadeiro, que possa nem que seja de longe, comparar-se ao que Lemmy fez na terra, em termos de entrega e autenticidade? Consegue entender aonde quero chegar? Não é uma visão pessimista, apenas realista: os grandes representantes da arte na terra, estão indo, deixando legados incríveis, e nos abandonando com o amargo do que é tido hoje como arte.
Melodias, grooves, batidas, letras…esses caras fizeram em boa parte de suas carreiras, canções que eram entregas pessoais musicadas, pontos de vista do que rolava na sociedade em suas épocas, histórias vindas de suas loucas e férteis mentes, que foram feitas para vender? Sim, pois todos queriam viver através de sua arte, mas antes disso, possuíam essa premissa em mente: antes de tudo, ser arte. Antes de tudo, levar o outro a refletir, seja lá o que for, ajudando-o a talvez ser mais, mais completo, mais sensível. Simplesmente mais…ajudando-o a ser mais, e não a ser "menos", pois o papel do artista não é apenas distrair as pessoas da realidade, fazendo-as esquecer do que há e volta, mas fazê-las ter momentos de descontração, conectando-as a pensamentos novos, novas perspectivas e novas ideias. O artista em suma serve de prisma, em que o público joga sua luz nele, ele a reflete, devolvendo-nos luzes diferentes, a cada ângulo novo que busquemos. E a cada dia que passa, estamos ficando mais carentes desses prismas…
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Nicko McBrain admite decepção com Iron Maiden por data do anúncio de Simon Dawson
As 5 melhores bandas de rock dos últimos 25 anos, segundo André Barcinski
Os três álbuns mais essenciais da história, segundo Dave Grohl
A opinião de Tobias Sammet sobre a proliferação de tributos a Andre Matos no Brasil
O guitarrista consagrado que Robert Fripp disse ser banal e péssimo ao vivo
Não é "Stairway" o hino que define o "Led Zeppelin IV", segundo Robert Plant
A única banda de rock progressivo que The Edge, do U2, diz que curtia
Mat Sinner anuncia que o Sinner encerrará atividades em 2026
O guitarrista do rock nacional que é vidrado no Steve Howe: "Ele é medalha de ouro"
As duas músicas que Robert Plant e Jimmy Page apontam como o auge do Led Zeppelin
O disco do Queensryche que foi muito marcante para Kiko Loureiro e para o Angra
O guitarrista que Mick Jagger elogiou, e depois se arrependeu
A banda que Alice Cooper recomenda a todos os jovens músicos
O guitarrista que fundou duas bandas lendárias do rock nacional dos anos 1980
Kerry King coloca uma pá de cal no assunto e define quem é melhor, Metallica ou Megadeth
As cinco bandas que Bob Dylan confessou que queria ter feito parte
O dia em que Robert Plant chorou assistindo Jimmy Page tocando com outra banda
O hit dos próprios Beatles que inspirou o clássico absoluto "All You Need Is Love"
A música com mensagem positiva que chegou do nada e disse o que eu precisava ouvir
Por que fãs de rock e heavy metal gostam tanto de ir a shows?
Ego - o lado mais sombrio do Rock
Mais um show do Guns N' Roses no Brasil - e a prova de que a nostalgia ainda segue em alta
Como uma música completamente flopada me apresentou a uma das bandas do meu coração
Será que não damos atenção demais aos críticos musicais?
Um obrigado à música, minha eterna amiga e companheira
Iron Maiden: Fantasmas e navegadores na melhor música após volta
Rock no Brasil: Nascimento, Vida, Paixão e Morte



