Jim Morrison: O Poeta Que Queria Ser Livre
Por Osvaldo Ettiene
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JIM MORRISON nunca quis ser cantor. Crescendo em um ambiente regrado pelo pai militar, se acostumou desde cedo a desobedecer. Seguir as regras nunca foi seu forte. Lendo Jack Kerouac na adolescência começou a alimentar o sonho de se mandar pela estrada, deixando pra trás a família e as regras de que tanto queria fugir.
De fato, se mandou. Ficou esperto e rumou para Los Angeles, a capital de tudo que ele ansiava: liberdade, mulheres, sexo, poesia e rock. Cursando Cinema produziu pequenos filmes que nunca tiveram reconhecimento, e ele parecia pouco ligar pra isso. JIM nunca gostou de holofotes. Se pudesse escolher ficaria deitado com um bloco de notas e um copo com qualquer bebida alcoólica.
Ele não tinha pressa, ria do tempo. Queria apenas ser lembrado e ser esquecido.
Teve sorte de conhecer três amigos que forneceram a trilha sonora e o ritmo perfeitos para suas composições. Sua poesia precisava ser musicada para se transformar em algo absolutamente
genial e eterno.
Encontrou o amor poético que tão bem sabia descrever. Viveu um romance livre com Pamela, a única mulher que o domou, e talvez por isso ele gostou tanto de estar do lado dela. Ela representava o perigo de ser acorrentado, e Jim amava o perigo. Experimentava qualquer desafio até o limite. Ele sempre acreditava que podia mais. Um copo a mais, uma mulher a mais, um som a mais, pena existir uma única vida pra tanta vontade de viver.
Sua grande vocação era escrever. A carreira de cantor foi totalmente acidental e conveniente até ele se cansar da fama. O palco era uma ponte para sua poesia, uma maneira de expressar suas ideias, de liberar o poeta dentro de si.
Fugindo mais uma vez, rumou a Paris. Nunca mais voltou a Los Angeles. Ele não precisava mais da cidade da noite, precisava da calma dos dias, da solidão a dois com Pamela, do seu caderno e de algumas (muitas) doses. Assim ele era livre, assim ele alcançava sua tranquilidade. Assim ele era o poeta que sempre quis ser e que merecemos.