O Twitter & O Biquini Fio Dental
Por Bruno Bruce
Fonte: Rock Potiguar
Postado em 04 de dezembro de 2009
"Eu cansei da Internet. O Twitter é ridículo e há informação demais por aí. Celebridades, astros do cinema e do rock estão perdendo sua mística." (Nikki Sixx – Motley Crue. Fonte: whiplash.net)
Não tenho tempo nem a paciência adequada para discorrer longamente a respeito do custo-benefício social da internet. O texto acima ilustra parte do que penso a respeito do mundo conectado, plugado ou wireless. Certamente está matando a indústria fonográfica mundial. Aquele antigo molde comercial das gravadoras, de mão única, impondo tendências, acabou. Desde o Napster (alguém ainda lembra dele? Parece que foi há tanto tempo) o conceito de comprar e vender música deu a maior guinada da história. Que se fodam as gravadoras & grandes corporações. Nunca me deram nada grátis e eu nem queria nada de graça, pois odeio dever favores. Trata-se de um comércio e elas migrarão para outras (novas) formas de ganhar dinheiro, como já estão fazendo com o game Guitar Hero, músicas para celular et cetera.
O que me entristece é a perda do mito, tão necessário em várias esferas. Exatamente como disse Nikki Sixx. A quebra das distâncias geográficas, a fácil acessibilidade aos grupos ajudou a enterrar um restinho de mágica que ainda houvesse neste mundo globalizado. Mas eu já vinha comentando isto com amigos (que nada entenderam) há tempos. Todos precisam de uma ‘porta na cara’ de vez em quando, de uma barreira impondo: "Aqui você não entra, daqui você não passa!". As bandas de hoje são como mulheres de biquíni fio-dental na praia, que, de tão desnudas, nada deixam para a imaginação!
Na era mesozóica do Metal escrevi para o Iron Maiden, do meu quarto, uma carta destinada ao fã-clube do grupo. O endereço deles estava na contra-capa do vinil Piece Of Mind. Era necessário papel, caneta, um inglês razoável e a vontade de ir aos Correios, pegar uma fila, selar a carta e, finalmente, enviá-la com os Response Coupons. Você pagava para os caras retornarem sua missiva! Hoje qualquer moleque curioso tem pleno acesso a tudo que cerca um grupo, com um mínimo de esforço. Onde estão, o que comeram, o que (pretensamente) estão fazendo naquele exato momento; enfim…perdeu a graça! Isso também contribuiu para matar o Heavy Metal, estilo tão apegado ao mundo surreal, seja do Black Metal die hard do Venom ao Metal RPG (Roller Playing Game) do Blind Guardian. Resta pouco para a imaginação quando meus ídolos estão na frente de uma tela de LCD a responder e-mails ou alimentar um website com todas as minúcias & particularidades de sua vida.
De modo regular leio matérias com integrantes de bandas receosos quanto aos avanços tecnológicos, principalmente no que diz respeito aos sites de relacionamento, nos quais as gravadoras ou managers ’sugerem’ que sejam feitos perfis pessoais para agradar a nova geração de consumidores. Acreditam ser uma forma de aproximar o artista do público. Ao meu ver, para o ambiente do Heavy Metal, tem um efeito contrário, marcadamente destruidor. Proximidade demais estraga a mística de uma banda de Heavy Metal.
Há uma esperança! Está sendo criada uma nova horda de rebeldes. A música extrema já chegou ao seu limite. A nova fronteira para os grupos será manter a aura de inacessibilidade, indo contra todos os ditames comerciais em voga. Isso já é realidade para alguns e deverá se transformar num pièce de résistance dos indivíduos mais misantropos.
A propósito: fui respondido cerca de 4 meses depois pelo Iron Maiden FC. Enviaram um cartão de Natal exclusivo e votos escritos a mão. Guardei-o, com orgulho & carinho, por anos.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Dave Mustaine acha que continuará fazendo música após o fim do Megadeth
Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os 11 melhores álbuns de metal progressivo de 2025, segundo a Loudwire
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
We Are One Tour 2026 anuncia data extra para São Paulo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O dia que hospital dos EUA julgou que RPM não tinha grana e Paulo Ricardo mostrou fortuna
Santana lista suas bandas preferidas de rock pesado e heavy metal
Heavy Metal: os dez melhores álbuns lançados em 1992


Será mesmo que Max Cavalera está "patinando no Roots"?
Por que a presença dos irmãos Cavalera no último show do Sepultura não faz sentido
Angra traz "Rebirth" de volta e deixa no ar se a formação atual ainda existe
De fãs a palpiteiros, o que o heavy metal e o futebol têm em comum
A música com mensagem positiva que chegou do nada e disse o que eu precisava ouvir
Por que fãs de rock e heavy metal gostam tanto de ir a shows?
Top 5: Os roqueiros mais chatos da história
Rock no Brasil: Nascimento, Vida, Paixão e Morte



