Artista homenageia Cobain com videoclipe inédito
Fonte: UOL Música
Postado em 06 de março de 2004
Por Randee Dawn
NOVA YORK (Billboard) - Dez anos após a morte de Kurt Cobain, em 1994, um novo videoclipe do Nirvana acaba de ser lançado.
O vídeo, no entanto, não está disponível na MTV. Na realidade, aquele que canta não é Kurt Cobain e a banda também não é o Nirvana.
O vídeo traz um homem vestindo um casaco de lã cinza e camiseta do Sonic Youth, com os cabelos desgrenhados caindo no rosto, vociferando os versos de "Negative Creep".
A imagem granulada e distorcida em Super 8 dá a impressão de ser de um show filmado ao vivo, mas não há platéia presente.
O que está sendo exibido repetidas vezes numa salinha escurecida no bairro de Chelsea, em Manhattan, é uma instalação intitulada "Stones & Dethroned", do artista Slater Bradley.
Ele vestiu seu "alter ego" Benjamin Brock como Cobain, o colocou em cima do palco com uma guitarra e uma "banda" e chamou a performance, que cria um falso Nirvana, de "Phantom Release". Em letra pequena e quase apagada, o filme é dedicado a "Kurdt".
Desnecessário dizer, Bradley, natural de San Francisco, não é um simples fã do Nirvana -- ele é adorador da banda e transformou esse sentimento em arte performática. Aliás, o resto da instalação traz fotos de Brock no papel de Cobain.
"O Nirvana explodiu enquanto eu estava no colégio", ele conta. "Kurt era nosso ídolo. Eu vivia uma vida tão protegida que nem sequer sabia como me vestir quando não estava de uniforme escolar. Cobain era o que eu queria ser. Ele me ensinou a viver."
O trabalho de Bradley também será apresentado na Bienal Whitney, em Nova York, em abril. Ali, "Theory and Observation" ficará ao lado de um coral infantil de Paris da catedral de Notre Dame, com trilha sonora dos The Replikants.
Mas o projeto de falsos vídeos não terá chegado ao fim. Antes de Kurt Cobain, Bradley e Brock já tinham criado outro filme "com" o falecido Ian Curtis, do Joy Division.
O terceiro artista sobre o qual eles querem trabalhar será um projeto que, segundo Bradley, "expande as fronteiras da identidade e da representação": Michael Jackson.
"As peças sobre Joy Division e Nirvana constituem as primeira e segunda partes de uma trilogia do alter ego de roqueiros decadentes", diz Bradley.
"Acho que a música é a forma mais poderosa de expressão artística, e é por isso que a utilizo em meu trabalho."
Por enquanto, o vídeo só poderá ser visto até 27 de março na galeria Team, em Manhattan. Ele é exibido 194 vezes por dia, como observa o jovem de aparência grunge sentado diante de uma mesa a alguns metros da tela. "Fiz as contas", ele explica.
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