Motor Music encerra atividades após seis anos
Postado em 03 de março de 2004
(Press-release)
Foram seis anos. Seis anos vivendo, respirando e falando de música. Seis anos acreditando, batalhando e trabalhando muito para trazer bandas que quase ninguém, até então, tinha ouvido falar. Seis anos de muita luta e, ao mesmo tempo, muita diversão: fosse na loja, ouvindo os casos do Gustavo, fosse no Bolão, vendo o Jon Spencer pedir um autógrafo para o Señor Coconut.
Mesmo depois de tanto tempo, minha mãe nunca deixou de perguntar quando eu iria arrumar um "trabalho sério". Acho que trabalho sério, para muita gente, deve ser aquele que é chato de fazer. Para mim, trabalho sério é arregaçar as mangas e criar algo que não existe. É parar de lamentar e fazer acontecer, com talento, criatividade e muita coragem. E isso, meus chefes sempre tiveram de sobra.
Imagina: montar em Belo Horizonte uma difusora musical reunindo uma produtora de shows, uma loja de CDs, uma distribuidora de discos e um selo musical! Foi uma mudança significativa não só na cidade, mas em toda a cena independente nacional. A partir daí, as pessoas começaram a ter mais acesso a certas bandas e gravadoras. Quantas bandas nacionais boas não foram influenciadas pelas turnês do Fugazi? Quantas pessoas não se lembram com o maior carinho do BHRIF? Tudo bem, o BHRIF foi um festival pré-Motor, mas foi o início de tudo, do trabalho em conjunto do Boffa e do Jeff.
Aliás, diga-se de passagem, esse trabalho continua, através da Sacode, produtora do festival Eletronika e representante da Advanced Music (responsável pela organização do festival Sonar em Barcelona). Só que, além desses eventos, tanto o Jeff quanto o Boffa irão, a partir de agora seguir, seus próprios caminhos. Por isso, preferiram encerrar as atividades da Motor Music e partir para a carreira solo.
Então fica assim: fechamos as portas da produtora no mesmo dia da abertura da loja, 09 de março. A festa de despedida fica marcada para o mesmo dia, terça-feira, no bar A Obra [Rua Rio Grande do Norte, 1168 - Savassi - Belo Horizonte]. A discotecagem fica por conta dos ex-vendedores do armazém musical: Rodriguinho, Gutz e Felipe TinTin. Só não chamamos também o Cláudio porque atualmente ele mora nos Estados Unidos.
Apesar do fim da empresa, da festa de encerramento e tudo mais, ainda preparamos mais uma surpresa para fechar em grande estilo. No início de maio, a Motor Music traz exclusivamente para o país o grupo norte-americano Lemonheads, que se reunirá especialmente para a turnê brasileira. As datas serão divulgadas em breve.
Agradecemos às milhares de pessoas que sempre nos ajudaram de várias formas, seja fazendo as peças gráficas, criando e atualizando nosso site, emprestando equipamento para nossos shows, tocando em nossos eventos, trabalhando "na brodagem" para não pesar nos custos das produções. Nosso muito obrigado também à imprensa especializada, que sempre divulgou nosso trabalho de forma bastante positiva, e aos nossos clientes, que compraram nossos discos e prestigiaram nossos shows.
O QUE FOI A MOTOR MUSIC?
Selo - Lançando Man...Or Astro-man?, Seaweed, Tortoise, Stereolab, Jon Spencer Blues Explosion e Dub Narcotic Sound System, além de duas coletâneas do selo californiano Fat Wreck Chords: Physical Fatness e Surf Ataque. Na música eletrônica lançou Anvil FX, projeto do brasileiro Paulo Beto e a coletânea Caipiríssima - Batucada Eletrônica.
Distribuidora - Contava com um estoque de cerca de 1.500 títulos. A Motor Music detinha os direitos exclusivos para distribuição no Brasil dos catálogos de 15 selos internacionais.
Loja - Em 2001 a Motor Music sofreu uma grande mudança interna. O selo e a distribuidora, deficitários desde a alta do dólar em 1999, foram extintos e o armazém musical foi incorporado pela multiloja Cubo e tornou-se Cubo:Sounds. Em Julho de 2002 a loja fechou em definitivo.
Produtora - Em seus seis anos de atividade a Motor Music realizou mais de 50 turnês no Brasil com artistas estrangeiros. Entre eles, Mudhoney, NOFX e Lagwagon, Superchunk, Yo La Tengo e Jon Spencer Blues Explosion - e alguns dos nomes mais criativos da música eletrônica, como Asian Dub Foundation, Atari Teenage Riot, DJ Die (do Reprazent), Jon Carter e Jacques Lu Cont (Les Rythmes Digitales). Além disso, produziu mais de 70 shows em Belo Horizonte e concebeu 45 projetos e festivais como o Eletronika, o Indie Rock Brasil e o Arde Cuore.
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