Death From Above 1979: peso sem guitarra
Fonte: UOL Música
Postado em 31 de março de 2005
Um baixo, uma bateria e um eventual teclado. Isso é tudo de que a dupla canadense Death From Above 1979 precisou para criar um dos discos mais roqueiros, dançantes e divertidos dos últimos seis meses pelo menos.
Lançado no final de outubro nos Estados Unidos, "You're a Woman, I'm a Machine" mostra que é possivel fazer rock de qualidade sem uma única nota saída de uma guitarra, instrumento emblemático do gênero.
É fácil ouvir o DFA 1979 e pensar em outra dupla roqueira, o White Stripes. Cada um dos grupos mostra, à sua maneira --o primeiro sem guitarra, o segundo sem baixo--, que não são necessárias três pessoas para se formar uma banda de rock.
Segundo o baterista e vocalista Sebastien Grainger, que forma a banda com o baixista Jesse F. Keeler, a ausência da guitarra se deu, em um primeiro momento, porque os músicos não possuíam o instrumento no porão onde viviam, em Toronto, e decidiram compor com o que tinham em mãos.
"Jesse começou a escrever músicas com o baixo. Quando começamos a tocar juntos, vimos que com os equipamentos que tínhamos e o modo como ele tocava não precisávamos de uma guitarra, pois conseguimos a freqüência média (da guitarra) com seus amplificadores. Além disso, Jesse toca riffs, não a linha de baixo convencional", conta o músico.
Com faixas pesadas, rápidas e acessíveis, o disco tem uma sonoridade variada e original, que atraiu uma base de fãs eclética.
"O público de nossos shows reúne pessoas que gostam de diferentes tipos de música. Ter um público tão diversificado é algo do qual nos orgulhamos muito", conta Grainger, "nunca pensamos em atingir apenas um tipo de pessoa".
A grande mistura de influências não se dá apenas no som da banda, mas, muitas vezes, no cruzamento de temática e música.
"A faixa que dá nome ao disco é uma canção sobre um cara que está viajando e andando por aí, o que é basicamente um tema country, mas a canção é um rock", resume o cantor. "Não trazemos a influência conscientemente para nossa música. O espírito do country, do punk, rock, house, rap está lá, mas não dá para ouvir uma canção nossa e dizer: 'ah, essa música é country'", completa.
O single "Romantic Rights" é um dos pontos altos do CD e traz uma improvável mistura de riffs heavy metal, batida dançante e acelerada e teclados que parecem saídos do tecnopop da década de 80. Além dessa, outras faixas como "Blood on Our Hands", "Little Girl" e "You're a Woman, I'm a Machine" são praticamente impossíveis de se ouvir, de preferência em alto volume, sem dar pulos. "Queremos fazer as pessoas se mexerem", diz o músico.
Ao contrário do que faz supor o título "Do It 93! (Live in Rio)", lançado como lado B de um de seus singles, o Death From Above 1979 nunca tocou no Brasil. "Foi uma brincadeira", admite Grainger. A faixa em questão foi gravada em estúdio, ao vivo, e a dupla achou boa idéia "inventar" um local onde teria ocorrido o registro.
Atualmente em turnê pelos Estados Unidos e prestes a embarcar em uma segunda excursão pela Inglaterra e Japão, Grainger conta que, ao vivo, o som do DFA 1979 é ainda mais pesado e rápido que em estúdio: "Ao vivo somos mais punk rock".
Sem procurar se encaixar em nenhum dos movimentos em voga no pop independente, como o revival pós-punk, do folk, ou a mistura dançante do punk funk, o Death From Above 1979 faz um álbum ao mesmo tempo original e ao alcance de qualquer um que se interesse por nova música.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
Iron Maiden bate Linkin Park entre turnês de rock mais lucrativas de 2025; veja o top 10
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
Justin Hawkins (The Darkness) considera história do Iron Maiden mais relevante que a do Oasis
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
A cena que Ney Matogrosso viu no quartel que o fez ver que entre homens pode existir amor
Gene Simmons relembra velório de Ace Frehley e diz que não conseguiu encarar o caixão
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
Os 10 melhores discos de metal progressivo lançados em 2025, segundo a Metal Hammer
Os 15 melhores álbuns de metal de 2025 segundo a Rolling Stone
Ozzy Osbourne odiava o Natal e sempre quis trabalhar nessa época do ano
O que significa "brinquedo de star", cantado por Cazuza em "Bete Balanço"
Os maiores guitarristas de todos os tempos, na opinião de Zakk Wylde
Como Queen dividia a grana das músicas, segundo o "prejudicado" Roger Taylor

Milho Wonka: quem são os Posers do Rock hoje em dia?
VH1: 100 melhores músicas de hard rock de todos os tempos
Metallica - Perguntas e respostas e curiosidades
Débil Metal: quando os fãs assustam os ídolos
A melhor banda de rock para cada letra do alfabeto, segundo a Loudwire



