Metallica ainda tem muito a dizer, afirma Kirk
Por Thiago Coutinho
Postado em 29 de novembro de 2005
O guitarrista Kirk Hammett, responsável pelas seis cordas do METALLICA, falou com a revista Guitar World que, a fim de homenagear o grupo, colocou Hammett na capa e fez uma análise minuciosa dos vinte anos do lançamento do álbum "Master of Puppets". Detalhe: os membros de grupos como Mastodon, Lamb of God, Exodus, Every Time I Die e Avenge Sevenfold participaram questionando Kirk acerca dos atuais e antigos álbuns do grupo.
Confira os principais excertos logo a seguir:
Doc Coyle (GOD FORBID) — Você pode nos dizer se o Metallica já atingiu seu ponto máximo em termos de criatividade ou você acredita que esse momento ainda chegará?
Kirk Hammett — Isso é difícil de responder. Talvez se você me fizer essa pergunta daqui a vinte anos eu possa lhe dar uma resposta melhor. Neste exato momento, vejo diversos pontos altos em nossa carreira. O ‘Master of Puppets’ e o ‘Black Álbum’ foram alguns deles. O álbum com a orquestra sinfônica foi um outro ponto alto diferente, enquanto o ‘St. Anger’ foi outro ponto alto distinto. Já tivemos pontos altos de diferentes modos. Algumas pessoas diriam que também já estivemos em vários vales... o que é uma posição correta [risos].
Ainda acho que o Metallica tem muito a dizer. Somos aquele tipo de banda que gosta de experimentar. Não gostamos de ficar parados em algo por muito tempo, e todos os discos após o ‘Black Album’ provam isso. Não nos importamos em nos arriscar artisticamente, mesmo que isso custe a cólera de nossos fãs e alguns amigos.
Zacky Vengeance (AVENGED SEVENFOLD) — "Eu adorei o ‘St. Anger’! Me pareceu que vocês quiseram voltar às suas raízes, como se vocês dissessem ‘Fuck you!’ e fizeram algo totalmente diferente. E mesmo que eu saiba que cortar os solos fez parte desta atitude, eu senti falta deles. Para o próximo álbum, vocês voltaram com os solos?
Kirk Hammett — Para o próximo álbum, o Lars vai se sentar com o seu bateria e eu tocarei um solo de 78 minutos. E então o James vai gritar nele todo enquanto o Rob faz um final mais tranqüilo [riso]. Estou brincando, cara.
Sendo bem honesto, acho que a banda sentiu falta dos solos tanto quanto os fãs. Quer dizer, eu toco solos todos os dias! Todos nos expressamos o fato de acharmos os solos divertidos. Eles são dinâmicos, expressivos e dão outro aspecto distinto ao som do Metallica. E sentimos falta deste aspecto.
Harry Meyers — Você já considerou o fato de gravar um álbum solo?
Kirk Hammett — Sim. Eventualmente, eu gravarei um. Mas, no momento, meu apoio permanece com o Metallica. Estive compondo para o Metallica por vinte anos, mas obviamente há certas coisas que compus que não pertencem aos álbuns do Metallica. Como resultado, há muita música que restou. Mas, você sabe, se eu lançar um álbum solo, não espere que este seja um típico álbum de heavy metal, será algo que você nunca ouvira antes, ou pelo menos algo que você não espera de mim. Recentemente, toquei com um quarteto clássico de cordas em São Francisco chamado Flux. Foi algo colaborativo, com dois violinos, viola, violoncelo, guitarra clássica e guitarra elétrica. Acho que nunca ouvi nada parecido com o que fizemos. E pensei: ‘se eu fizer um álbum solo, talvez chame alguns músicos clássicos’. Mas só estou querendo dizer que se um dia eu fizer um álbum solo, será algo bem eclético. Gostaria de dividir este lado meu tocando com essas pessoas, mas agora não é o momento certo. Minha prioridade é manter o legado do Metallica.
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