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Comitiva

"Malmsteen é um cara muito legal", diz batera

Por César Enéas Guerreiro
Fonte: Blabbermouth
Postado em 04 de novembro de 2006

O site Dave's On Tour entrevistou recentemente o baterista da banda de YNGWIE MALMSTEEN, Patrick Johansson. Alguns trechos desse papo:

Dave's On Tour: Alguns fãs do Malmsteen com os quais conversei comentaram que Yngwie melhora a cada vez que eles o vêem. Se você analisar a primeira vez em que tocou com Yngwie e compará-la a esta turnê, como ele evoluiu como guitarrista?

Patrick: Yngwie é sempre fenomenal, e ele sempre está tocando a sua guitarra. Ele melhora a cada ano. Ele se destaca entre tantos outros porque, além de tocar muito bem, ainda escreve músicas de metal realmente boas. A sua turnê mais recente é a melhor de todas e, como estamos com a mesma banda há cinco anos, esperamos ficar cada vez melhores. Sempre podemos melhorar em alguma coisa. Eu nunca ficarei 100% satisfeito, então toda noite tento tocar cada vez melhor.

Yngwie Malmsteen - Mais Novidades

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Dave's On Tour: Agora veja você mesmo no espelho. Como você evoluiu como músico nesse mesmo período?

Patrick: Minha primeira turnê com Yngwie foi na América do Sul e eu tive que usar baterias alugadas todas as noites. Agora eu trouxe o primeiro kit que eu usei na Suécia aqui pros Estados Unidos. Eu fico muito mais à vontade tocando em meu próprio equipamento, já que personalizei meus pedais e o resto do equipamento. Eu mudo e refaço constantemente algumas coisas e guardo as peças da bateria na embalagem que eu quero. Eu misturo e faço combinações com produtos de diferentes empresas. Quando toco nos Estados Unidos, eu posso usar meu kit todas as noites, mas isso é impossível no Japão ou na Europa. Já faz um certo tempo que estou tocando com o Yngwie. Eu não preciso nem pensar, já sei o que ele vai fazer e como ele vai finalizar cada música. Isso permite que eu toque sem problemas. Na verdade, minha habilidade de tocar não mudou muito desde que comecei a tocar com o Yngwie. A época em que eu mais aprendi foi quando tinha uns 17 ou 18 anos, porque foi aí que comecei a entender as coisas. Eu tenho meu próprio estúdio e costumo sempre gravar o que toco, por isso meu modo de tocar está cada vez mais consistente. Sem dúvida, eu aprendi como gravar bateria: a colocação dos microfones, a escolha das peças, das peles e coisas assim.

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Dave's On Tour: Como você se encontrou com Yngwie pela primeira vez e começou a tocar bateria pra ele?

Patrick: Eu encontrei Yngwie em um show na Suécia. Naquele momento eu já tinha me decidido a mudar pros Estados Unidos. Aí conversamos e dei a ele alguns dos meus CDs. Pouco antes de estar pronto pra me mudar, ele me telefonou e disse que meus CDs eram ótimos. Ele me perguntou se eu queria tocar em sua banda. Eu disse ‘É claro!’ Mas, ao invés de me mudar pra Los Angeles, mudei pra Flórida, pois o Yngwie vive em Miami. Eu tive que mudar um pouco os meus planos, mas acho que foi melhor assim. Quando cheguei, nos encontramos novamente, tocamos, e o resto é história. Sou um grande fã de música e já era um grande fã do Yngwie. Então eu já estava preparado e conhecia a maior parte de seu trabalho. Quando era jovem, eu tocava bateria junto com todos os meus discos no porão da minha mãe. Não havia mais nada pra se fazer naquela cidade pequena. Nunca bebi, nunca me droguei e nunca ia a festas. Tudo o que eu fazia era andar de skate e nadar um pouco, além de tocar bastante bateria.

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Dave's On Tour: O quer mais os fãs de Yngwie Malmsteen podem esperar num futuro próximo?

Patrick: Faremos uma turnê na Austrália e em partes da Ásia em novembro, na Escandinávia em dezembro e esperamos lançar um novo álbum em 2007. Haverá muitas turnês, porque Yngwie está levando cada vez mais jovens para suas turnês nos Estados Unidos, e isso é ótimo. Os guitarras vêm ver "o maestro" quando ele toca. Gostando ou não, ele mudou a maneira de tocar guitarra. Ele é muito influente e pertence a um seleto grupo que inclui Hendrix e Eddie Van Halen. Seu estilo neo-clássico de metal nunca havia sido tocado antes. Todo mundo presta atenção em como ele toca rápido, mas para mim é o seu tom diferenciado que o faz se destacar.

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Dave's On Tour: Yngwie e o frontman do W.A.S.P., Blackie Lawless, são considerados por pessoas fora do meio como temperamentais, difíceis de se conviver e pouco gentis com os fãs. Essas são idéias erradas? Como eles são como chefes?

Patrick: Yngwie é um dos caras mais legais do mundo. Nunca tive nenhum problema com ele ou com qualquer pessoa ligada a ele. Ele fica nervoso, mas quem não fica? Se um técnico de som não coloca seus monitores pra funcionar da maneira certa após uma passagem de som de duas horas, a coisa fica feia. Ele fica irritado, mas não é culpa dele. Ele é muito mais tolerante e compreensivo do que eu jamais seria. Nos cinco anos em que trabalhei com ele, eu nunca o vi ficar furioso sem motivo, mas essa é minha opinião e minha experiência. Mas opiniões não são verdades absolutas e, com a Internet, qualquer um pode ser um jornalista hoje em dia. Blackie é muito inteligente e calmo. Nunca tive problemas ou sofri com suas atitudes. Ele chega para a passagem de som e, quando tudo está certo ele diz ‘obrigado, nos veremos meia hora antes do show’. Para mim, é um mistério como esses caras são mostrados na mídia de outra forma. Se você tiver paixão por sua música e tiver firmeza em suas idéias e opiniões sobre como as coisas devem ser feitas, isso não deveria fazer de você uma má pessoa. Eles já estão na estrada com suas bandas há mais de 20 anos, então eles têm o direito de esperar que cada pessoa dê o melhor de si. Quando você trabalha com perfeccionistas como Blackie e Yngwie, você precisa ser um solucionador, não um criador de problemas. Eles tratam bem os fãs, mas apenas em situações controladas como passagens de som e sessões de autógrafos, e não ficam fora do ônibus da turnê, na chuva. Acho que a prioridade deles é manter a segurança e a saúde, o que é difícil de fazer quando você está em turnê.

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Leia a entrevista completa neste link.

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Sobre César Enéas Guerreiro

Nascido em 1970, formado em Letras pela USP e tradutor. Começou a gostar de metal em 1983, quando o KISS veio pela primeira vez ao Brasil. Depois vieram Iron, Scorpions, Twisted Sister... Sua paixão é a música extrema, principalmente a do Slayer e do inesquecível Death. Se encheu de orgulho quando ouviu o filho cantarolar "Smoke on the water, fire in the sky...".
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