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Gil Moore: "só tocaria se fosse no Triumph"

Por César Enéas Guerreiro
Fonte: Brave Words
Postado em 02 de abril de 2007

Aproveitando o fato do TRIUMPH ter sido introduzido na Canadian Music Industry Hall Of Fame algumas semanas atrás, Morley Seaver, do site Rocknworld, encontrou-se com o ex-baterista Gil Moore para saber mais sobre o passado e o futuro da banda. Alguns trechos da entrevista:

antiMUSIC: Algumas pessoas olham para seu passado musical com orgulho enquanto outros não conseguem mais se identificar com ele. Já que você não esteve envolvido ativamente em gravar ou tocar (o seu próprio material) há muito tempo, como você vê o seu catálogo neste momento?

Gil: "Bem, você sabe, eu vejo na minha mente um filme em longa-metragem sobre três caras, que começa numa pista de boliche em Mississauga [Ontário, Canadá] e (risos), com ilusões de grandeza em suas mentes, depois vejo todo o esforço necessário para tornar realidade suas idéias e aí vem a jornada por todos os cantos e buracos dos EUA e do resto da América do Norte. E sentindo-se ótimos pelos resultados. É engraçado, entende? Musicalmente, o que importa são as pequenas, mas importantes, coisas que acontecem pelo caminho com as músicas. A primeira que ouvi na CHUM-FM (influente rádio de Toronto nos anos 60 e 70) foi 'Street Fighter'. Foi a primeira vez que ouvi o TRIUMPH no rádio, e foi realmente empolgante".

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antiMUSIC: Obviamente, você escreveu metade das músicas mas também dividiu os vocais com Rik [Emmett, guitarrista]. Esse esquema sempre foi assim na prática ou foi mudando ao longo dos anos? O que quero dizer é que vocalistas e guitarristas sempre defendem seu próprio ‘território’. Mas você lidou com uma pessoa que era vocalista e guitarrista ao mesmo tempo. Sei que, depois de alguns anos, começaram a aparecer diferenças óbvias com o Rik em relação ao direcionamento do trabalho, mas o fato de dividir os vocais chegou a ser motivo de discórdia?

Gil: "Não. Na verdade ocorreu o contrário. Tipo: ‘Pode cantar’; ‘Não, canta você’. No começo percebemos que, como éramos um trio, para fazermos o que queríamos de maneira teatral, Rik precisaria de muita mobilidade. Ele precisaria ser capaz de andar pelo palco porque tínhamos muitas idéias sobre iluminação e coisas desse tipo e, quando estivesse andando ele poderia ficar longe do microfone. Então foi necessário que eu começasse a cantar, mas eu não gostava muito disso, não era algo que eu gostava de fazer. Então eu fui praticamente forçado a fazer isso. Nós tínhamos maneiras de dividir as músicas de maneira justa, era como se deixássemos a água correr naturalmente. ‘Essa música vai pra você’. ‘Eu cantarei esta outra’ e dessa maneira nunca houve problemas".

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antiMUSIC: Você já está do outro lado da indústria musical há um bom tempo. Você acha que um dia vai pegar as baquetas novamente, seja no Triumph ou em outra banda?

Gil: "Não consigo ver isso acontecendo, a menos que seja no Triumph. Eu comecei a tocar bateria quando era bem jovem. E, você sabe, foram anos incríveis com o Triumph e, quando deixamos o palco eu simplesmente aposentei as baquetas e na época foi tudo bem, aquela foi parte da minha vida, mas eu ainda fico entusiasmado todos os dias fazendo o que faço agora. Mal posso esperar pra chegar no trabalho todos os dias. Eu trabalho com minha filha mais velha; quando ela não está na universidade ela está aqui. Ela trabalha junto comigo. É muito empolgante trabalhar com ela. Eu sempre adorei estar no Triumph. Adorei cada minuto, mas as viagens eram muito cansativas porque eu cresci numa família muito unida e a idéia de não estar por perto enquanto meus filhos cresciam não me agradava nem um pouco. Eu queria ter uma família. Estar perto deles. Então foi através dos estúdios Metalworks que eu consegui fazer isso e ainda permanecer no negócio da música, mantendo o contato com todos os meus amigos da área que eu amava e, ao mesmo tempo, criando uma família e estando perto deles".

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Você pode ler o resto da entrevista no www.rocknworld.com.

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Sobre César Enéas Guerreiro

Nascido em 1970, formado em Letras pela USP e tradutor. Começou a gostar de metal em 1983, quando o KISS veio pela primeira vez ao Brasil. Depois vieram Iron, Scorpions, Twisted Sister... Sua paixão é a música extrema, principalmente a do Slayer e do inesquecível Death. Se encheu de orgulho quando ouviu o filho cantarolar "Smoke on the water, fire in the sky...".
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