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Red Front: em entrevista para o Polêmico Rock

Por Plínio Alves
Fonte: Polêmico Rock
Postado em 25 de abril de 2012

Polêmico Rock - Horns! Um grande prazer ter a galera insana do Red Front em minhas páginas. Me fale em poucas linhas, a história e a proposta de vocês.

Oscar - Nós que agradecemos, é melhor estar em suas páginas do que nos seus braços! A banda foi formada em 2007, todos os integrantes estavam insatisfeitos com suas antigas bandas e resolveram formar algo pra levar um pouco mais a sério, se é que isso seja possível no Red Front.

Léo - Realmente somos péssimos amantes!

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Polêmico Rock - Vocês executam um Thrash Metal de qualidade e sem muitas delongas. Me fale um pouco das influências de vocês, bandas e elementos que os influenciaram.

Oscar - Basicamente as influências da banda são Thrash, Death e HCNY. Também curtimos um pouco de forró sacana e rala coxa, afinal não tem coisa melhor que dar umas encoxadas numas perdidas bêbadas por aí!

Polêmico Rock - Apesar do bom humor e da insanidade de vocês, as letras e a proposta do som são concretas e realistas. Digo, em outras palavras, que vocês não fazem um Heavy Metal voltado para o humor, parecido com o Matanza ou Gangrena Gasosa, mas mantém essa loucura de vocês no palco, insanos e bem humorados. Enfim, o porque disso? Porque manter uma linha realista no âmbito musical, e humor nas performances? Ou seria simplesmente uma forma de viver a vida no geral, e não somente no âmbito da banda ...

Oscar - A proposta da banda (no quesito som) é séria, mas no palco, na atitude e na vida a gente somente mostra o que somos de verdade, isto é, cinco idiotas que gostam de tocar metal, encher a cara, ver umas gostosas e zuar. Já que viver de metal no Brasil é difícil ou quase impossível, porque não fazer as coisas do jeito que nos agrada? Melhor do que ficar fazendo tipo de mal, que dorme em caixão e come cadáver. Somente somos verdadeiros!

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Léo - O Oscar já disse tudo, levamos nossa música a sério, temos uma mensagem a passar. No palco a coisa já é diferente, fazemos de tudo para nos divertir e principalmente divertir a galera que vai aos nossos shows! Somos sinceros com o público, aquilo que você vê no palco é simplesmente o que somos fora dele, traduzindo: retardados mentais.

Polêmico Rock - Ainda tratando desta questão anterior, eu acredito que a diversão é uma boa forma de se fugir um pouco da realidade. Por exemplo, manter uma banda no underground, pode ser sufocante e cansativo, então saber que vocês encontrarão os fãs em um show e irão se divertir pode funcionar como válvula de escape e motivação para manterem a proposta de vocês, concordam?

Oscar - Concordo plenamente!!! O underground é muito complicado, só está nele quem realmente ama o metal, se qualquer banda parar pra pensar sem levar em consideração o lado da paixão pela música, não teríamos uma banda no Brasil pra contar a história. As bandas literalmente tomam no cu pra se manter ativas e na estrada. É comum ter que tirar dinheiro do bolso porque o promotor não paga comida, hospedagem ou coisas desse tipo. Então já que a gente gosta de tocar, vamos fazer de tudo pra se divertir, afinal o que é um peido pra quem ta cagado!

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Léo - Nossa intenção é exatamente essa, já que estamos aqui vamos tirar o melhor possível da situação, assim não sobrecarregamos nada e não transformamos aquilo que nos dá mais prazer em burocracia, ou melhor, em trabalho!

Polêmico Rock - Como tem sido a aceitação do público perante ao Full-Length "Memories Of War"?

Léo - Definitivamente não esperávamos uma resposta tão positiva do público, parece que a galera se identificou com a banda e com a nossa proposta. Hoje o público já pede músicas especificas do álbum nos shows, músicas que não estão no Myspace ou na nossa primeira DEMO, ver a galera cantando junto e esperando ansiosa o momento de tocarmos faixa nos da a sensação de missão comprida.

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Polêmico Rock - Vocês já possuem intenção de lançar um segundo disco, ou pretendem digerir mais um pouco o "Memories Of War"?

Oscar - Temos isso como objetivo sim, talvez não pra 2012, mas já estamos começando a compor e trabalhar em novas músicas. Nosso principal objetivo agora é gravar um clipe pornográfico, pois nós fechamos parceria com a Xplastic, uma produtora pornô brasileira.

Léo – "Memories of War" foi um álbum de descoberta, nele estávamos juntando os pedaços e as influências, para o próximo CD já temos uma identidade construída, a galera pode esperar um soco no cárter para o próximo trabalho.

Polêmico Rock - Como acontece o processo de composição das músicas de vocês? Tanto em âmbito instrumental quanto das letras? Existe alguém responsável pela composição, ou cada um contribui de alguma forma?

Oscar - No primeiro CD a maioria das músicas foi eu que trouxe as idéias do instrumental e o Léo fez as letras, mas não temos uma regra pra compor, todos podem dar sua contribuição e trazer suas idéias.

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Léo - A ideia é jogada no ensaio, vamos trabalhando o riff e quando a música esta com um "esqueleto" pronto conversamos sobre o que essa música deve falar, ai eu encaixo o blá blá blá!

Polêmico Rock - Vocês possuem alguns "produtos" da banda, como a gelatina, a cachaça, etc. Quem teve a idéia mirabolante de fazer estas coisas? Como o público reage à estes itens? (risos).

Oscar - A idéia da gelatina Red Front (feita de cachaça) é minha. A galera reage muito bem, afinal quem é que recusa álcool de graça? Isso serve como uma aproximação da banda com o público, não vemos a galera que freqüenta nossos shows como meros expectadores, tratamos eles como amigos, afinal todos gostam basicamente das mesmas coisas e pertencem ao underground, que precisa se manter unido pra sobreviver. Por isso fazemos questão de dar uma dose da gelatina e um CD DEMO de graça pra galera que comparece aos shows, é a nossa forma de dizer obrigado pela presença.

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Polêmico Rock - Eu costumo perguntar para algumas bandas, alguma história bizarra ou engraçada que tenha acontecido com elas em meio à uma turnê, shows, algo do tipo. Em meio a tanta insanidade do Red Front, eu gostaria que vocês contassem umas duas ou três histórias bizarras. Afinal, bizarrice e loucuras devem ser compartilhadas.

Oscar - Cara, acho que é mais difícil ter histórias normais do que bizarras, o Red Front é só bizarrice!!! Começando pela feiúra dos integrantes! Já colocamos fogo no estúdio, fomos presos na Inglaterra, tocamos de cueca num frio de menos 15 na Polônia, fomos parar no hospital por abuso de álcool e THC, pegamos gonorréia, dormimos em motel com "bibelôs" à venda, fomos expulsos de puteiro, dormimos na rua, enfim... já aconteceu de tudo, só falta mesmo ganhar 1 real pra tocar!

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Léo - A sorte é um artigo de luxo para essa banda, foram tantas merdas que aprendemos a sempre rir disso tudo, quando fomos presos na Inglaterra fizemos amizade com os policiais, ganhamos lanche extra e ainda colocaram um filminho pra gente assistir e relaxar, alias fomos parados por todas as policias de todos os lugares que passamos, do Rio de Janeiro à Polônia.

Polêmico Rock – (risos). Algum de vocês já sentiram vontade de cagar no meio de uma performance (risos)? Algum imprevisto que vos atrapalhassem, mas que ninguém tivesse coragem de perguntar em uma entrevista?

Oscar - Já aconteceu sim. Somos os mestres da caganeira! Nas viagens pra economizar nós só paramos pra comer em lugares podres, ai a conseqüência é a caganeira from hell. Já aconteceu também de tomarmos todas antes do show e vomitar em cima do palco no meio da apresentação. Chuva de vomito é muitoooo Thrash Metá!

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Léo - A cada show uma merda nova acontece, só falta mesmo alguém da banda morrer no meio de uma apresentação!

Polêmico Rock – (risos). Enfim, falando sério agora, o que vocês acham do atual cenário underground brasileiro?

Oscar - O cenário underground brasileiro tem melhorado de uns tempos pra cá, mas que fique claro que está muito longe de se tornar digno.

Léo - Do inicio da banda até hoje estamos acompanhando de perto um revival, não do Metal (afinal o metal nunca morreu), mas um revival da galera que curte o Metal. Parece que aquele espírito rebelde do rock está voltando aos poucos (sexo, drogas e rock’n’roll) e a molecada está cada vez mais insana nos shows. O que falta realmente para o underground brasileiro é só respeito às bandas. Já tocamos em tudo quanto é canto e com toda certeza eu afirmo, as bandas brasileiras são tão boas quanto às bandas gringas, só falta o público brasileiro ver isso e dar o merecido valor. Assim os produtores vão respeitar as bandas, a mídia especializada vai respeitar as bandas e a cena vai crescer de verdade! Se a Suécia que um país minúsculo tem cinco ou seis bandas grandes no mundo todo, como o Brasil não segue esse exemplo?! Potencial nós temos, só falta querer.

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Polêmico Rock - O que vocês acham do compartilhamento de músicas on-line? Vocês acham que a internet é definitivamente o meio de comunicação necessário à qualquer banda, ou acham que ela ainda pode apresentar algum efeito colateral?

Oscar - Não tenho nada contra o compartilhamento de músicas pela net, não vamos ganhar dinheiro com isso, então apoiamos a pirataria! Se não fosse a pirataria eu estaria assistindo aos mesmos filmes pornôs de quando eu tinha 14 anos. Viva a pirataria e o Redtube!!!!

Léo - A internet é a ferramenta mais útil para uma banda, por isso fazemos um trabalho forte nas mídias sociais (twitter, facebook, myspace e até o finado orkut) além de disponibilizar o download da nossa DEMO em nosso site e no site da Metal Media.

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Polêmico Rock - Como está a divulgação do som de vocês no exterior?

Oscar - A nossa tour pela Europa, Argentina e Paraguai ajudaram muito nesse quesito, até hoje bastante gente desses lugares nos procura nas redes sociais. Pra você ter uma idéia, cerca de 20% dos nossos plays no myspace vem dos EUA e Europa.

Léo - Lá fora os gringo pira na brasilidade! (risos) Eles adoram as bandas brasileiras e os shows na Europa, Argentina e Paraguai estão nos ajudando a dar passos importantes ruma a esse novo público!

Polêmico Rock - Gostaria que vocês deixassem algum recado final para a galera que curte o som de vocês, algum contato se desejarem, etc.

Oscar - Nós do Red Front agradecemos a todos que comparecem nos shows ou acompanham a gente pela internet. Convidamos também quem ainda não conhece nosso som a ir num show, tomar uma gelatina de cachaça, bater em um boneco colorido (nós levamos um boneco de algum emo pra galera malhar durante o show), ver as Redzetes (meninas lindas, gostosas e de família que fazem performances nos nossos shows) e zuar como se não houvesse amanhã. Todos são bem vindos, inclusive as meninas bonitinhas e safadas! Quem quiser saber mais sobre a banda basta acessar o nosso site: www.redfront.com.br!

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Polêmico Rock - Valeu pela presença de vocês aqui galera, e que vocês continuem fazendo boa música e divertindo a galera por muitos anos, keep the horns up!

Oscar - Valeu pela oportunidade, estão de parabéns pelos trampos em prol do Metal nacional!

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Sobre Plínio Alves

Plínio Alves, formado em Administração de Empresas, blogueiro nas horas vagas. O primeiro contato com o Heavy Metal se oficializou aos 11 anos de idade com um um CD do Nirvana, "Nevermind". Depois deste marco, a paixão pela música pesada se desencadeou de forma bem natural e prazerosa. Dois anos depois, estarrecido com o som pesado e provocador de bandas de Death e Black Metal, se tornou um fã de carteirinha do estilo. Embora seja fã de estilos específicos, declara ter afinidade com qualquer rótulo musical dentro do Heavy Metal, sem preconceito algum. Duas bandas que resumem sua vida: Alice in Chains e Deicide. Os demais textos do autor podem ser vistos no blog Polêmico Rock.
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