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Rolling Stones: reveja show em Copacabana no canal oficial

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 24 de julho de 2012

Um show memorável, uma oportunidade na vida.

Quem não foi ao show dos ROLLING STONES em Copacabana, só pode se arrepender. Quem foi, tem muita história pra contar. Mais histórias sobre o que aconteceu nas areias de Copacabana do que sobre o que aconteceu em cima do palco, é verdade. Afinal, acredito que a maioria dos presentes acabou acompanhando mesmo pelos telões, algo como assistir a um "DVD de luxo". É claro que o som, o som vinha dos caras que, na época, já incendiavam plateias há 44 anos, mas, fora os globais (cuja maioria só conhecia "Satisfaction") e alguns outros que desde cedo se plantaram nas proximidades da cerca que separava os VIPS dos não-VIPS, a maioria nem soube a cor dos sapatos de Mick Jagger.

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Depois de umas doze horas de estrada em um ônibus de excursão, de Campinas para o Rio, e mais umas doze horas de praia (sendo que apenas as primeiras foram dedicadas a curtir a paisagem e a maior parte do dia foi de vigília guardando os melhores lugares na areia) e depois de um show até interessante do AFROREGGAE e do pior show do TITÃS que já tive o desprazer de assistir (nem tanto pela performance da banda, mas, pela mistura de cansaço e ansiedade pra ver a banda principal). Isso sem falar nos trombadinhas que não paravam de vasculhar nossos traseiros em busca de carteiras e celulares. Felizmente, esses pareceram ter ido embora quando os ROLLING STONES apareceram no palco. Daí em diante, foi só alegria.

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Os velhos tocaram como uma banda de moleques (não a maioria dos moleques de hoje, mas como os moleques do tempo deles), desfilaram clássicos imortais e quatro músicas do excelente disco novo (e que ainda é até hoje o último lançamento) "A Bigger Bang" e nos fizeram esquecer todo o cansaço. Começaram com a clássica "Junpin' Jack Flash", enveredaram por "It's Only Rock and Roll" (e nós gostamos), "You Got Me Rocking", a belíssima "Wild Horses", a funkeada "Rain Fall Down~ (indicadíssima naqueles momentos de...você sabe), a sensualíssima versão para "Night Time Is Right Time" e a voz de Keith Richards traduzindo o nosso sentimento naquela noite com "Happy".

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Quando o palco se deslocou e os STONES tocaram mais perto da multidão e eu os pude ver com ainda mais nitidez, delírio total. As palavras já acabaram e eu ainda nem disse um décimo.

Depois de quase duas horas de show (e mais todas aquelas horas que eu disse no começo da matéria) e os primeiros e marcantes acordes de "Satisfaction" puderam ser ouvidos, isso soou como uma péssima notícia. Era o fim. Ainda cabe mais. Ainda queremos mais. Mas, fim, era hora de se preparar para uma volta de mais doze horas até Campinas.

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Fim e confusão. Se dois milhões de pessoas levaram mais que um dia para ocupar as areias de Copacabana, dois milhões de pessoas quiseram sair de lá em menos de um minuto. Imediatamente me perdi dos meus amigos e acabei me abraçando a uma família de ambulantes que tinha tentado faturar uma graninha com bebidas mas agora tentava evitar que seu isopor (e eles mesmos) fosse esfacelado pela multidão afoita para voltar pra casa. Ficamos ali abraçados, como um bloco de gregos defendendo as Termópilas, e ao mesmo que protegíamos o isopor, protegíamos uns aos outros. Incrível como não houve ocorrências de pisoteamento naqueles minutos.

Ainda haveriam surpresas à noite. Após reencontrar meus colegas de excursão soubemos que o ônibus que nos deixara ali no nascer daquele dia 18 de fevereiro não poderia voltar para nos buscar. De Copacabana, naquela hora, só se saia. Nenhum veículo tinha autorização da prefeitura pra entrar. Como os táxis também não teriam oportunidade de fazer uma nova corrida, cobravam o máximo que podiam pensar para sair dali. Resultado, tivemos que andar de Copacabana ao Aterro do Flamengo (depois de tudo o que já contei e não vou repetir). Atravessamos o túnel, atravessamos todo o bairro de Botafogo e chegamos mais mortos que vivos ao local onde nosso ônibus tinha sido estacionado. Algumas pessoas paravam pra descansar, mas eu sabia que se o fizesse não conseguiria me levantar de novo. E como encontrar o busão em meio a tantos outros que, da mesma forma que ele, ali esperavam o pessoal que tinha vindo de tão longe quanto nós?

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Felizmente, a viagem de volta do Rio para Campinas durou apenas cinco minutos. Ou pelo menos foi o que pareceu, devido ao nosso estado. Eu, que era solteiro na época, tinha péssimas boas intenções com uma ruivinha que estava conosco, mas elas ficaram pra próxima vida, quando vou ver um show tão bom quanto aquele dos ROLLING STONES em Copacabana de novo.

Ops, não queria ter escrito uma resenha do show ou algo parecido, mas acho que acabei fazendo. Ia ser uma nota bem curtinha, mas é mesmo impossível falar desse show sem recorrer a tantas recordações. Meu objetivo inicial aqui era só informar que, segundo o post abaixo, da rádio online RockInWeb, este show foi disponibilizado no canal oficial do YouTube dos ROLLING STONES, em comemoração aos 50 anos da banda.

http://rockinweb.com.br/noticia/rolling-stones-disponibiliza-integra-do-show-de-copacabana

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Uma excelente oportunidade para quem foi recordar o melhor show de suas vidas, ou para quem só viu pela Globo (na data ou através dos piratas que pipocaram depois) ver novamente, por outros ângulos. Este show também faz parte da caixa "Rolling Stones - The Biggest Bang", que, embora tenha um preço justo (afinal, são quatro DVDs) ainda é bem salgado para nossos bolsos assalariados.

Veja o show e chore.

http://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_627264&feature=iv&index=0&list=PL233073E9B7D5F671&src_vid=MfuFSHUeExc&v=MfuFSHUeExc

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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