Anos 80: a década da música beneficente
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 24 de novembro de 2015
Os anos 80 foram fartos em juntar astros musicais para arrecadar fundos para diversas causas sociais. Listei algumas delas para recordar e conhecer aquelas menos divulgadas no Brasil. Inclui desdobramentos dos 2 projetos mais famosos, por se tratar da mesma canção.
30 anos atrás, astros ingleses gravaram Do They Know It’s Christmas Time pra ajudar os famintos etíopes.
Em 89, Stock-Aitken and Waterman refizeram o single com o cast da gravadora PWL e alguns convidados. Kylie Minogue, Jason Donovan, Jimmy Somerville, Lisa Stansfield e outros tentavam minimizar a fome africana.
Em 2004, Chris Martin, do Coldplay, propôs regravar a canção com a mesma finalidade das anteriores e Skye Edwards, Jamelia, Dido & Cia toparam.
Outra versão, para angariar fundos para o combate ao vírus do Ebola, foi lançada ano passado. O veterano Bono Vox – presente desde 1984 – está acompanhado por One Direction, Ed Sheeran, Emeli Sande etc etc etc.
Para não ficar atrás dos britânicos, em 85 os norte-americanos lançaram We Are the World, que fez muito mais sucesso. Bruce Springsteen ficou instantaneamente famoso no Brasil por essa canção, que traz constelação que inclui Cindy Lauper, Diana Ross, Lionel Richie e um monte mais.
Em 2010, Celine Dion, Barbra Streisand, Justin Bieber e outros gritões, regravaram We Are the World para auxiliar os prejudicados pelo terremoto do Haiti.
Como estava na moda, artistas dance tipo Mel & Kim e Hazel Dean tentaram infrutiferamente arrecadar grana pra pesquisa sobre esclerose múltipla, em 1986.
Em 87, o tabloide inglês The Sun recrutou Kate Bush, Boy George, Andy Bell e uma montanha de cantores menores ou em decadência para ajudar vítimas de um naufrágio.
Para ajudar os nordestinos sem água, Djavan, Maria Bethânia, Roberto e Erasmo, Zizi Possi e tantos outros gravaram coletivamente, em 1985. Pena que não fez sucesso.
Em 1985, quando muitos famosos não queriam associar seus nomes à AIDS, Elton John, Gladys Knight, Steve Wonder e Dionne Warwick, regravaram That’s What Friends Are For, de Burt Bacharach, para ajudar nas pesquisas sobre a síndrome.
Peter Gabriel, Hall and Oates, Lou Reed, Bob Dylan se uniram a outros no coletivo United Artists Against Sun City (1985) para detonar o Apartheid. Só não fez mais sucesso nos EUA, porque metade das rádios não tocou a canção devido às críticas ao apoio de Ronald Reagan ao governo sul-africano.
A comunidade heavy metal/hard rock também se cotizou em 85 para minimizar a fome na Etiópia. Membros do Quiet Riot, Dio, Journey e outras bandas lançaram o álbum Stars.
Para conter a violência das gangues urbanas e nos shows de rap, artistas de hip hop como Chuck D e Flavor Flav, do Public Enemy, lançaram um single em 1989.
Em 86, uma miscelânea de Menudo, New Edition, Run DMC, Whitney Houston e outros artistas black-latinos gravaram tributo ao recém-criado feriado dedicado a Martin Luther King. O dinheiro arrecadado – não muito, porque o single flopou – foi pra Martin Luther King Foundation.
Astros canadenses como Joni Mitchel e Neil Young entoaram coral para ajudar os etíopes também em 85.
Em 25 de maio de 1986, milhões literalmente deram as mãos ao longo do território norte-americano e às 3 da tarde, centenas de rádios tocaram o single Hands Across America.
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