25 anos do tetra: o que rolava no mundo do rock e do metal em 1994
Por Mateus Ribeiro
Postado em 17 de julho de 2019
Há 25 anos, mais precisamente no dia 17 de julho, o Brasil se tornava tetra campeão mundial de futebol após o craque de bola Roberto Baggio mandar sua cobrança de pênalti na Lua, em uma clara comemoração aos 25 anos da missão Apollo 11 (que obviamente, 25 anos depois, completa meio século de vida).
As lembranças podem ser muitas, mas são basicamente iguais na cabeça de todo mundo: os gritos histéricos de "É tetra!" sendo repetidos exaustivamente, a gravata do Pelé, o Dunga falando todos os palavrões possíveis, a molecada na rua enchendo a cara de refrigerante enquanto os pais e parentes mais velhos tomavam litros de cerveja e muita festa pelas ruas.
As únicas coisas que dividiram a atenção do planeta com a final da Copa naquele domingo foram a polícia norte americana perseguindo O.J. Simpson por conta do assassinato de Nicole Brown (sua ex esposa) e de um amigo, e o quinto jogo da final da NBA, que foi disputado por Houston Rockets e New York Knicks.
Porém, mesmo com todas essa lista de acontecimentos insanos, existia espaço para a música. Acredite, MUITA coisa estava rolando naquela época, sobretudo no metal. Volte um pouco no tempo e relembre um pouco do que estava acontecendo no maravilhoso universo das guitarras distorcidas em 1994:
1 - A explosão do Machine Head: A final da Copa foi realizada na cidade de Pasadena. Há algumas horas e quilômetros dali, em Oakland, guitarras extremamente pesadas e modernas começavam a ecoar. Alguns dias depois, na segunda semana de agosto, o mundo descobriu não só o álbum "Burn My Eyes", mas também a banda Machine Head, que misturava o thrash de outrora com pitadas de groove, hip hop e letras revoltadas.
Uma década depois da explosão do thrash, na mesma região onde surgiram nomes como Metallica, Exodus, Slayer, Testament e Megadeth, surgia a New Wave Of American Heavy Metal.
Até hoje o Machine Head continua na ativa e é relembrada como uma banda que repaginou a música pesada. "Burn My Eyes" continua sendo um clássico absoluto.
2 - O metal extremo chegando no topo: O Pantera lançou o clássico "Far Beyond Driven" em março de 1994. O sétimo disco do grupo foi o primeiro trabalho de metal extremo a chegar ao número 1 da Billboard, o que representava muita coisa.
Desde o primeiro riff, o disco mostra uma ignorância jamais vista no som da banda em trabalhos anteriores. Guitarras furiosas, bateria insana, baixo na mesma velocidade da bateria e Phil Anselmo em seu maior momento, vociferando feito um animal faminto nos microfones.
Um disco gigantesco, que até os dias de hoje continua chutando nossas caras com pedradas como "Strength Beyond Strength", "5 Minutes Alone", "25 Years", "Becoming", "Use My Thin Arm", "I´m Broken", "Becoming" e "Slaughtered".
3 - O metal estava se tornando gigante no Brasil: Nossa (não tão amada) terra não era apenas futebol, samba, caipirinha e pilantragem. Também existia espaço para o a música pesada.
É claro que já existiam fãs e bandas espalhados, porém, nos anos 90 a coisa tomou grandes proporções: bandas começaram a incluir o Brasil na rota de shows, o número de fãs cresceu, revistas do gênero começaram a ganhar mais popularidade e existia até mesmo espaço na TV. Para fechar o combo, em 1993 dois dos melhores e maiores álbuns da historia do metal nacional foram lançados: "Chaos A.D." do Sepultura e "Angels Cry" do Angra.
Cada disco com sua maneira, foram importantes para dar mais credibilidade ao Brasil no mercado internacional, e mesmo um ano após os lançamentos, os frutos do sucesso ainda estavam sendo colhidos. Mesmo com ambas as bandas tendo carreiras bem sucedidas e duradouras, se não fosse por esses dois álbuns, talvez as coisas seriam diferentes.
5 - A morte de Kurt Cobain: O mundo inteiro ficou chocado com o fenômeno grunge, capitaneado pelo marcante e icônico Kurt Cobain, líder do Nirvana. Alguns anos depois, Kurt voltou a dominar o noticiário, porém, por ter tirado a própria vida no dia 05 de abril daquele ano.
Vinte e cinco anos depois, Kuet continua sendo venerado por uma enorme legião de fãs que sentiram uma tristeza tremenda naquele longínquo, porém inesquecível abril.
6 - Philips Monsters Of Rock no Brasil: Algumas semanas depois do tetra, o Estádio do Pacaembu (localizado em São Paulo - SP) presenciou um dos maiores festivais de metal já visto em terras brasileiras.
Contando com Angra, Viper, Dr. Sin, Raimundos, Slayer, Black Sabbath, Suicidal Tendencies e Kiss em seu cast, o Philips Monsters Of Rock fez a alegria de milhares de headbangers naquele 27 de agosto.
7 - Korn lança seu primeiro álbum: O que viria a ser chamado tempos depois de new metal (ou nu metal) foi de fato apresentado ao mundo no primeiro disco do Korn, que leva o nome da banda.
"Korn" (o disco) ajudou a disseminar o estilo moderno, que se foi a alegria dos jovens, foi o terror dos bangers mais radicais, que até hoje torcem o nariz para o estilo.
8 - O Ramones passava mais uma vez pelo Brasil: Após polêmicas envolvendo apresentações passadas, o Ramones voltou ao Brasil para algumas apresentações em 1994.
Naqueles dias, o grupo estava no auge da popularidade, além de ser uma das poucas unanimidades musicais do planeta, já que agradava fãs de todas as vertentes do rock (até mesmo alguns fora do circuito). Todos queriam ver alguma apresentação da banda ao vivo.
Aquelas apresentações foram as penúltimas que o Ramones fez no Brasil, sendo que a última vez que os rapazes de jeans e jaqueta pisaram no Brasil foi em 1996, ano que encerraram atividades.
9 - O Sabbath mudava de formação (de novo) e lançava "Cross Purposes": Após mais uma saída de Ronnie James Dio, o Sabbath recrutou o ótimo Tony Martin para gravar um dos discos mais subestimados de toda a carreira da banda, o sensacional "Cross Purposes".
Com influências até mesmo de hard rock, o disco apresenta uma sonoridade pesada e polida, e traz uma das melhores músicas já escritas pela banda, "The Hand That Rocks the Cradle".
10 - O pop punk ganha o mundo: Capitaneado pelo sucesso do maravilhoso "Dookie", lançado pelo Geen Day, o movimento pop punk começou a ganhar força e uma banda nova aparecia quase semanalmente.
Desnecessário afirmar que apareceram comentários chamando o estilo de coisa de vendido e bobagens afins. Pouco importa, quem tem a cabeça aberta e gosta de diversão sem compromisso encarou a nova onda numa boa!
11 - A segunda onda do death metal sueco: Após bandas como Entombed, Unleashed e Dismember mostrarem ao mundo um som sujo, pesado e com vocais urrados, nomes como At The Gates, In Flames e Dark Tranquility resolveram dar uma polida na sonoridade, e com doses extras de melodia somadas ao peso extremo, nascia o death metal melódico, também conhecido por "Som de Gotemburgo".
O ano de 1994 viu o nascimento de grandes obras, como "Terminal Spirit Disease" (At The Gates) e "Lunar Strain" (In Flames), discos fundamentais para o desenvolvimento do estilo, e que são influentes até os dias atuais.
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