Five Finger Death Punch: novo clipe é antimáscara e anticomunismo? Zoltan explica
Por Igor Miranda
Postado em 19 de outubro de 2020
O guitarrista Zoltan Bathory precisou fazer uma publicação nas redes sociais para explicar a ideia por trás do clipe de "Living the Dream", lançado pelo Five Finger Death Punch na última sexta-feira (16). O vídeo causou polêmica por algumas cenas específicas, ligadas, especialmente, ao uso de máscaras em meio à pandemia e à presença do símbolo da foice e martelo, típico da ideologia comunista.
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Na cena mais controversa, uma mulher que parece interpretar uma gestora política faz com que muitas pessoas usem máscaras, enquanto ela mesma não utiliza a proteção facial. Quando um dos homens do grupo coloca a máscara a pedido dela, ele ganha um bottom com a palavra "compliant" (termo usado para definir quem respeita leis e/ou quem é "submisso"). O acessório traz a foice e o martelo estampados.
A mulher, por sua vez, utiliza um bottom escrito "exempt" ("exceção") que, aparentemente, justifica o motivo de ela não usar máscaras. O escrito também traz a foice e o martelo em adornos laterais.
Assista ao clipe de "Living the Dream" a seguir.
Zoltan Bathory destacou, em publicação nas redes sociais, que o clipe não tem mensagem contrária ao uso de máscaras, apesar de muitos sites terem usado o termo em suas manchetes para divulgar o clipe. "Em uma história fictícia, entre zumbis em carrinhos de compras, Tide Pods comendo super-heróis gordos e todas as outras metáforas, por que alguém acharia que a cena da máscara também não seria uma metáfora?", questionou, inicialmente.
O guitarrista reforçou que o site do Five Finger Death Punch vende máscaras personalizadas. "Se tenho que explicar, o vídeo é uma obra de ficção. Um pesadelo distópico de um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos pouco antes de assinar a Constituição. Somos artistas e temos a chance de retratar e ridicularizar o absurdo para prevenir que isso se torne realidade", disse.
Ainda no texto, Zoltan Bathory aponta que a cena das máscaras mostra a "hipocrisia no nível mais alto". "É quando as leis são feitas para você, mas aqueles que a criaram estão isentos. É o padrão de todos os regimes totalitários (tive o desagrado de crescer em um). Sempre digo: pergunte-nos. Os imigrantes, cubanos, venezuelanos, norte-coreanos, todos do antigo bloco soviético. Pergunte-nos. Temos sorte de ter um local para fugirmos, mas se a América acabar, para onde iremos", afirmou Bathory, que veio da Hungria, país que fazia parte da União Soviética quando o músico migrou para os Estados Unidos.
O guitarrista conclui que pessoas que viveram regimes totalitários têm algo a compartilhar com quem nunca esteve em uma situação do tipo. "Podemos avisá-los de coisas que já vimos. Nós, o povo, devemos fazer de tudo para mantermos nossa liberdade enquanto sociedade, prevenindo o crescimento da tirania em todas as formas, resistindo a ideias totalitárias. Era a preocupação dos Pais Fundadores. A América é um milagre e amo esse país. Se você reduziu todo o clipe a uma cena e perdeu a metáfora, tudo bem: ainda é a América e você pode opinar", apontou.
Em outro texto, colocado na descrição do vídeo no YouTube, Zoltan Bathory explica que o clipe não trata de um problema "esquerda versus direita", mas, sim, de algo "evolutivo".
"A ideia de liberdade da América está em risco e certos eventos começam a me lembrar de muitas coisas que vários de nós fugimos de nossos países de origem. As dores do crescimento de uma civilização sem a luz espiritual necessária chegou um pouco cedo em meio à tecnologia. A boa e a má notícia é que todos temos voz. Agora, vivemos no paraíso dos manipuladores, onde mentirosos saem ilesos, notícias são opiniões, política é sangue e fatos são determinados por consenso em vez da verdade. Como artistas, temos uma chance de retratar o absurdo para prevenir que se torne realidade", afirmou.
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