Bob Kulick: causa da morte do guitarrista, enfim, é divulgada - e não foi suicídio
Por Igor Miranda
Postado em 02 de outubro de 2020
A causa da morte do guitarrista Bob Kulick, que trabalhou com Kiss, W.A.S.P., Meat Loaf e vários outros artistas, foi divulgada nesta sexta-feira (2) pelo irmão dele, o também guitarrista Bruce Kulick. Apesar dos rumores e especulações, Bob, que tinha 70 anos e morreu em 29 de maio deste ano, não tirou a própria vida.
De acordo com Bruce, a morte do irmão ocorreu devido a um problema no coração. "Muitos perguntaram como meu irmão morreu. Eu não sabia até alguns dias, através do Las Vegas County Coroner. Ele faleceu em casa, de causas naturais, devido a uma doença no coração", disse.
O ex-guitarrista do Kiss disse que o irmão, também notável por trabalhar com a banda, nunca havia comentado do problema de saúde. "Infelizmente, não sabia que meu irmão já havia reclamado com seu médico sobre dores no peito e palpitações. Descobri isso recentemente ao olhar seus arquivos médicos e acho que ele deveria ter sido tratado, mas a pandemia pode ter evitado isso. Foi um choque, tão repentino", afirmou.
Por fim, Bruce Kulick conscientizou: "Se você sentir alguma dor ou desconforto, consulte o seu médico. Por mais que saber da causa de seu falecimento seja um encerramento para mim e minha família, ele era muito jovem para morrer".
Sobre Bob Kulick
Nascido em 16 de janeiro de 1950, no Brooklyn, Nova York, Estados Unidos, Bob Kulick é notável, especialmente, por seu envolvimento em diversos momentos com o Kiss. Ainda em 1972, ele fez um teste para entrar na banda, recém-montada por Paul Stanley (vocal e guitarra), Gene Simmons (vocal e baixo) e Peter Criss (vocal e bateria). Porém, a vaga acabou ficando com Ace Frehley, que participou da audição logo após ele.
Apesar da recusa, os integrantes do Kiss mantiveram contato com Bob Kulick. Em 1978, ele gravou três das cinco músicas inéditas do álbum ao vivo "Alive II" (1977), em um período onde as relações entre os músicos da banda já sofriam desgaste. Em seguida, foi o guitarrista do álbum solo de Paul Stanley, de 1978.
No início dos anos 80, Bob teve colaborações em mais álbuns do Kiss, como "Unmasked" (1980), "Killers" (1982, coletânea, porém nas faixas inéditas) e "Creatures of the Night" (1982). Já em 1984, o irmão de Bob, Bruce Kulick, entrou como membro fixo da banda, posto que ocupou até 1995. No fim da década, em 1989, voltou a trabalhar com Stanley em uma turnê solo do músico.
Bob Kulick também teve uma longa trajetória musical ao lado de Meat Loaf, participando de vários álbuns e turnês do cantor, com destaque a "Bad Attitude" (1984). Trabalhou, ainda, como músico de estúdio do W.A.S.P., tocando nos discos "The Crimson Idol" (1992) e "Still Not Black Enough" (1995).
Entre outros artistas e bandas com os quais Bob trabalhou, estão Lou Reed ("Coney Island Baby" - 1975), Michael Bolton ("Michael Bolton" - 1983), Diana Ross ("Mirror Mirror" - 1981), Doro ("Calling The Wild" - 2000), Tim Ripper Owens ("Play My Game" - 2010) e mais. Teve, ainda, grupos como o Blackthorne, Balance e Skull.
Nos últimos anos, o músico estava mais dedicado à atuação como produtor. Trabalhou em diversos tributos a bandas como Aerosmith, Queen, Shania Twain e Iron Maiden, entre outros - sempre no formato "all-star", onde convidava uma série de artistas famosos para participar. Porém, chegou a lançar um álbum solo em 2017, intitulado "Skeletons in the Closet".
Bob e Bruce brigaram
As notícias mais recentes de Bob Kulick datavam de novembro de 2019, quando o guitarrista criticou o próprio irmão, Bruce, além do Kiss, por venderem itens de merchandising usando o nome e a imagem dele sem autorização. De acordo com Bob, os produtos estavam sendo comercializados pela Kiss Army Merchandise com permissão apenas de Bruce.
Bob chegou a revelar, pelas redes, que que Bruce conseguiu, recentemente, uma ordem de restrição contra ele. "Isso é infração de direitos autorais e indica a todos vocês sobre como meu irmão traíra Bruce está envolvido. [...] Os culpados são: Keith LeRoux (consultor), Bruce Kulick (que agora conseguiu uma ordem de restrição contra mim), Paul Stanley, Gene Simmons e Doc McGhee (empresário). Saiba que essas pessoas são desonestas, não são como os artistas honoráveis que produzi, como Ronnie James Dio e Lemmy (Motörhead)", afirmou.
Rumores de suicídio
Em entrevista ao My Global Mind, em junho, o vocalista Graham Bonnet, do Alcatrazz, que trabalhou com Bob Kulick na banda Blackthorne, especulou que o guitarrista poderia ter tirado a própria vida. O músico estaria "estranho" no último contato entre os dois.
"Eu não o via há mais de 30 anos até que tocamos em Las Vegas, em 2018. Foi a última vez que nos vimos. Conversamos recentemente por telefone e pude notar que algo não estava certo com ele, pois ele levou a conversa para um lugar estranho, não sei o porquê", afirmou o cantor, inicialmente.
Bonnet apontou que a conversa entre os dois ficou "sem sentido" em dado momento. "Não fazia o menor sentido. Ele estava bravo, mas sozinho. Durante a ligação, eu pensava: 'esse não é o cara do qual eu me lembro'. Senti que ele estava deprimido. Se a morte foi acidental, eu não ficaria surpreso. Espero que não seja o que estou pensando, que ele tenha tirado a própria vida", disse.
Morte de Bob Kulick
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