Rage Against the Machine: nas redes, banda critica EUA por terem ocupado Afeganistão
Por Igor Miranda
Postado em 30 de agosto de 2021
O perfil do Rage Against the Machine na rede social Facebook publicou um texto com críticas a governos dos Estados Unidos por terem ocupado o Afeganistão por duas décadas. Recentemente, tropas da América do Norte deixaram o país asiático, o que provocou a ocupação da capital, Cabul, pelo movimento fundamentalista Talibã.
Na publicação, a banda refletiu: "A guerra no Afeganistão sempre foi vista como a 'guerra boa', enquanto a invasão do Iraque foi vista como um 'erro'. Ambas as guerras imperiais foram nada além de vis e racistas. Vinte anos depois, a guerra mais longa da história dos Estados Unidos causou a morte de centenas de milhares de afegãos e desalojou mais 5,3 milhões, causando traumas e luto incalculáveis".
Os músicos ainda apontam que os Estados Unidos "gastaram US$ 2,3 trilhões do dinheiro do contribuinte na guerra do Afeganistão". "Os fundos poderiam ter sido gastos em saúde, educação e meio ambiente, mas foram para indústrias privadas que lucram com a guerra", dizem.
Ainda na visão do grupo, a "grande mídia usa os mesmos argumentos para justificar uma invasão ilegal há 20 anos". "Dedica-se pouco ou nenhum tempo para discutir as décadas de intervenção imperial dos Estados Unidos que reduziram esta nação a escombros. As vítimas do império dos Estados Unidos vêm tocando o alarme há muito tempo. Sempre que ouvimos os tambores da guerra, devemos fechá-los", afirma.
Estados Unidos e Afeganistão
Conforme explica a Agência Brasil, os Estados Unidos ocuparam o Afeganistão como uma reação aos ataques às duas torres gêmeas do World Trade Center, arranha-céus situados em Nova York. Dois aviões atingiram os edifícios em 11 de setembro de 2001, levando-os ao chão e causando quase 3 mil mortes.
O governo dos Estados Unidos, então presidido por George W. Bush, acusou o Talibã de dar abrigo ao grupo terrorista Al Qaeda, que assumiu a autoria do atentado. Em outubro de 2001, tiveram início as operações militares no Afeganistão. As ruas de Cabul foram tomadas em dois meses.
Em 2004, eleições foram realizadas no país e, em 2011, as forças norte-americanas anunciaram a morte de Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda.
No último dia 15 de agosto, os talibãs voltaram ao poder no Afeganistão. O presidente afegão Ashraf Ghani deixou o país e o controle do palácio presidencial foi assumido pelos rebeldes.
Diante do cenário, os Estados Unidos precisaram acelerar a conclusão do processo de saída do país, em curso desde o ano passado: uma megaoperação para tirar às pressas diplomatas e cidadãos norte-americanos foi montada pelas tropas norte-americanas, que ainda controlam o aeroporto.
No entanto, imagens que ganharam repercussão internacional mostraram um caos no local, com milhares de civis desesperados para deixar o país se aglomerando junto aos aviões. Nos últimos dias, foram registrados ainda atentados terroristas, com o envolvimento do grupo extremista Estado Islâmico, que provocaram a morte de diversos afegãos.
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