Andreas Kisser: suas decisões eram ditadas pelo álcool; "se não tem bebida eu não vou"
Por Emanuel Seagal
Postado em 06 de outubro de 2021
Em entrevista conduzida por Anne Erickson, do Audio Ink Radio, Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, falou sobre sua decisão de parar com o álcool e como boa parte de suas decisões eram ditadas pela bebida. Confira abaixo alguns trechos transcritos pelo Whiplash.Net.
"Já se passou um ano e meio mais ou menos (desde que parei de beber). Foi por volta de março do ano passado, antes mesmo do lockdown. Sabe, foi uma decisão que foi clara para mim, assim que ficou claro pra mim (risos). É muito difícil de explicar. Eu realmente não fiz nenhuma promessa de datas específicas ou qualquer situação religiosa. Foi uma decisão comigo mesmo, uma vez que percebi que era um escravo do álcool, pois em tudo o que eu fazia o álcool era um grande fator na tomada de decisões. Que tipo de lugares iríamos. Que tipo de férias nós faríamos. O álcool foi muito influente - 70% de tudo que escolhi foi por causa do envolvimento com o álcool. Não importa se foi com minha família ou amigos ou o que quer que seja, o álcool era mais importante. Digamos que a Disney não tenha álcool. 'Foda-s* aquele lugar. Eu não quero ir lá, porque não posso beber.' Isso era ridículo.
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"Eu não tinha uma necessidade de beber diariamente. Eu não bebia todos os dias. Não era como se eu estivesse em casa me entupindo de álcool, mas esse fator de escolha realmente me pareceu algo que eu não poderia continuar assim. Eu sou melhor do que isso, ser escravizado por uma maldita bebida alcoólica. As pessoas ao meu redor tinham que ser mais importantes do que uma porra de uma bebida. Então ficou claro para mim. Assim que ficou claro para mim, eu parei e nunca mais tive vontade de beber, o que é estranho.
"Eu gosto de beber. Não me entenda mal. Eu gosto de vinho, eu gosto de cerveja. Eu gosto disso, eu aprecio isso, mas eu não sinto mais vontade de beber. Acho que minha decisão foi muito clara e fácil nesse aspecto, porque havia tanta coisa pela frente que eu não precisava colocar nas costas de ninguém, como eu disse, de religião ou alguma período de tempo: 'Oh, eu vou parar por um ano. Não. Eu vou parar', e foi isso.
"Foi ótimo e ainda é. Acho que abriu muitas possibilidades novas. Estou melhor com minha saúde. Especialmente por causa do lockdown, sem beber, foi muito melhor enfrentar a realidade e melhores soluções, e 'SepulQuarta' provavelmente foi uma consequência disso, também, para criar coisas ao invés de ficar lamentando 'Oh, eu deveria estar na Alemanha em turnê hoje. Deveria estar em outro lugar'. Não aconteceu. Estamos aqui agora e vamos ver as possibilidades que temos em nossas mãos e trabalhar com isso.
"Sendo um músico famoso, as pessoas te dão tudo, é muito fácil conseguir qualquer coisa, drogas, mulheres, álcool, se você começar a acreditar no mito que as pessoas dizem ao seu respeito você está fodid*. Nesse aspecto eu tenho uma família que sempre me manteve centrado, para manter esse equilíbrio, caso contrário é muito fácil, especialmente quando você é mais novo, e começa a ter sucesso, dinheiro, é fácil se perder na ilusão da fama e sucesso. É ótimo ter esse equilíbrio, e minha família me ajudou muito nessa decisão de parar de beber, caso contrário não teria como construir nada, apenas destruir."
Ao ser questionado se está trabalhando em novas músicas, ele revelou que sim, que sempre há ideias, seja para o Sepultura ou seus trabalhos acústicos, mas que no momento o foco é sair em turnê para divulgar o álbum "Quadra".
O bate-papo completo na íntegra pode ser conferido no vídeo abaixo em inglês, sem legendas.
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