Angra poderia ter entrado no time do Iron Maiden; "a gente ia dominar o mundo"
Por Emanuel Seagal
Postado em 13 de janeiro de 2022
Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra, participou do Ibagenscast, com Manoel Santos e Caio Maranho Maia, onde falou sobre Antônio "Toninho" Pirani, proprietário da revista Rock Brigade, do selo Rock Brigade Records, e ex-empresário do Angra e Viper.
Ao ser questionado sobre a razão do rompimento com o empresário, Rafael citou as boas intenções, mas não poupou críticas. "O Antônio Pirani foi um cara muito importante pro Angra. Ele era um cara que trabalhava com muita paixão e com muita devoção, sempre gostou muito da banda. Ele teve um grande problema, ele era um cara muito confuso, com um problema de comunicação, e queria contentar todo mundo. Isso também não é legal para um cara que tem uma posição de líder. Um empresário tem que ser um líder também, um cara que desempata, tipo 'Não vai ser nem desse jeito, nem desse, vai ser desse jeito que estou falando aqui', ou 'Não, não vai ser desse jeito agora, vai ser do jeito dele aqui e bora'."
Segundo Rafael o que acontecia com Pirani é que quando abordado pelos integrantes, ele concordava com cada um, dando a impressão que discordava de outro integrante. "No fim todo mundo lá estava achando que ele estava endossando, mas, na verdade ele estava o tempo inteiro em cima do muro e às vezes até colocando um contra o outro. Ele armava um circo desnecessário por causa dessa vontade de agradar todo mundo. Ele queria ver o sucesso da banda, as intenções dele sempre foram as melhores. Eu não duvido das intenções do 'Toninho', eu duvido da competência. Isso é a minha opinião", disse, embora admita que outros pensem de forma diferente a respeito do ex-empresário.
"Ele não tinha expertise para gerir uma banda internacional, e ele poderia ter feito mais parcerias, com propostas que tivemos de fora, mas ele em sua insegurança, talvez limitação, não conseguiu criar essa ponte. Tivemos o empresário do Iron Maiden interessado no Angra na mesma época que o Iron Maiden empresariava o Helloween. Ia ser Iron Maiden, Helloween e Angra. A gente ia dominar o mundo, mas era uma fase que o Andre (Matos) já queria sair da banda, já não estava legal. O mundo é o que é, o destino é o que é, não adianta ficar chorando pelo leite derramado. Ele era um cara que eu acho que no fim tinha essa boa intenção que eu disse, mas por querer agradar todo mundo... estava sempre antecipando dinheiro para quem chorava um pouco mais. As contas não eram muito claras. Nunca se sabia o que tinha no caixa, quanto gastou e o que não gastou, e essa falta de clareza gerava desconfiança, primeiro com ele, depois um com outro, porque quando um estava desconfiado dele, se você fosse defendê-lo, esse que estava desconfiado dele desconfiaria de você também. Essa é uma falta de capacidade de coordenar uma equipe", comentou.
"Você precisa entender a psique de todo mundo, manter clareza, e todo mundo no seu lugar, e firmeza. As vezes um vai ficar triste pelas coisas não serem do jeito que ele quer, mas tem que ter essa firmeza, e acho que ele não tinha muito essa firmeza, e com isso os laços foram se rompendo", concluiu o guitarrista.
Confira o bate-papo completo no player abaixo.
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