Rush: Como o fracasso de "Caress of Steel" quase acabou com a banda
Por André Garcia
Postado em 21 de março de 2022
Hoje em dia Rush é unanimemente reconhecido como uma das maiores e mais influentes bandas de rock progressivo que já existiu. Mas em 1975, no entanto, o power trio, ainda no começo de sua carreira, estava em busca de afastar o estigma de "Led Zeppelin canadense" e se consolidar encontrando uma identidade própria.
Após problemas de saúde e relacionamento levarem à saída do baterista original John Rutsey em 1974, após o álbum de estreia, "Rush" (1974). Em seu lugar entrou Neil Peart, com quem Geddy Lee e Alex Lifeson gravaram "Fly by Night" (1975).
O segundo trabalho mostrou um salto técnico e de composição por conta das contribuições de seu novo baterista. A complexa faixa "By-Tor and the Snow Dog", com quase nove minutos, sinalizou o rock progressivo como o rumo que eles tanto buscavam.
Apenas seis meses havia se passado do lançamento do disco anterior e Geddy, Alex e Neil já retornaram ao estúdio. "Caress of Steel" (1975) foi gravado entre julho e agosto, e lançado já no fim de setembro. A expectativa era que aquele trabalho promovesse o Rush de número de abertura de bandas como Kiss para o primeiro escalão do rock pesado.
Conforme publicado pelo site faroutmagazine.co.uk, quando o disco novo chegou às lojas a receptividade foi para o trio como um balde de água que não podia ser mais gelada: com vendas muito abaixo de seu lançamento anterior, o Rush se viu obrigado a fazer menos shows e em lugares menores e menos expressivos.
"Tudo deu uma guinada terrível para baixo", relembrou Neil Peart no documentário Rush: Beyond de Lighted Stage. "Nós caímos da crista da onda porque nós estávamos tão apaixonados pelo que tínhamos feito. Estávamos tão envolvidos, tão orgulhosos... Como praticamente ninguém ouviu 'Caress of Steel', na turnê de promoção tivemos que fazer abertura em turnês menores e tocar em clubes insignificantes. Na época chamamos ela de 'Turnê Ladeira Abaixo'."
"Nós mostramos 'Caress of Steel' para Paul Stanley", contou Alef Lifeson no mesmo documentário. Tínhamos acabado de receber. Botamos para tocar na nossa van para ele, e dava para ver que ele não entendia. Um monte de gente não entendia. Nós nos perguntávamos se nós mesmos tínhamos entendido."
"Acho que a gente estava muito doido quando fizemos aquele disco", disse Geddy Lee, que não quis se estender. "Pelo menos é como soa para mim."
Para que a gravadora investisse em mais um álbum, o Rush e seu empresário tiveram que aceitar suas condições: voltar à sonoridade hard rock do começo e incluir músicas comerciais. Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Pert concordaram com as condições, mas, quando entraram em estúdio para gravar "2112" (1976), eles decidiram mandar um dedo do meio para gravadora e fizeram o que eles desejavam e acreditavam.
Tendo dessa vez acertado a mão em cheio com uma matadora combinação de hard rock e progressivo, o resultado foi sucesso de vendas, público e crítica. Assim, a banda evitou seu fim, que para muitos parecia certo, e finalmente chegou ao lugar que tanto merecia: a primeira prateleira do rock.
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