Roger Waters responde se ele realmente cuspiu na cara de um fã em 1977
Por André Garcia
Postado em 03 de março de 2022
Tem histórias que toda e qualquer pessoa que começa a ouvir Pink Floyd uma hora vai conhecer. A primeira geralmente sendo a teoria de que "Dark Side of The Moon" (1973) supostamente sincroniza com o filme O Mágico de Oz.
Fatalmente, cedo ou tarde, todo mundo ouve também a história de que durante a turnê de "Animals" (1977) o baixista Roger Waters deu uma cusparada na cara de um fã que invadiu o palco — e ali, com vontade de construir um muro entre ele e o público, teve a ideia de "The Wall" (1979).
Entretanto, o quanto de verdade há nessa história?
Com a palavra, Roger Waters
Conforme publicado pelo jornal nationalpost.com, o ex-baixista do Pink Floyd respondeu em 2016, quase 40 anos depois, que suas recordações daquela noite são turvas.
"O que eu acho que aconteceu foi que eu estava puto ou desiludido de tocar para multidões (...) completamente bêbadas. Um moleque se meteu na minha frente e eu acho que cuspi nele. Quem sabe se eu fiz ou não?
Pouco depois do que aconteceu naquela noite, eu percebi que eu estava no lugar errado na hora errada fazendo a coisa errada, e precisava expressar que eu não me sentia humano — e eu queria me sentir humano."
Confirmando que o ocorrido inspirou "The wall", ele o definiu como um "show que envolvia a construção de um muro gigante entre mim e as pessoas com quem eu estava tentando me comunicar."
Mas o que teria acontecido naquela fatídica noite para tirar do sério o (quase) sempre tão britanicamente fleumático Roger Waters?
PAREM DE GRITAR!!!
Em julho de 1977, o Pink Floyd levou a turnê de "Animals", lançado em janeiro, ao Canadá. Mais especificamente ao Estádio Olímpico de Montreal, que, construído no ano anterior com capacidade para mais de 70 mil pessoas, estava lotado. Maior público de um show de rock no país, reuniu mais gente que o encerramento dos jogos olímpicos.
O equipamento de som alugado para aquela grande ocasião, por outro lado, estava muito aquém do que ela exigia. Enquanto tocava, a banda era engolida pelo contínuo rugido de dezenas de milhares de pessoas gritando ao mesmo tempo.
Jornalistas que resenharam o show notaram que, quando o grupo tocou uma música mais calma, teve que parar na metade por conta do barulho da platéia. "CALEM A BOCA E PAREM DE BERRAR" gritava a plenos pulmões no microfone Roger Waters, em vão.
Foi aí então que o tal fã invadiu o palco e partiu em direção ao transtornado baixista. O resto é história.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps