Regis Tadeu explica porque o vinil e o Spotify vão despencar e o CD vai bombar
Por Bruce William
Postado em 15 de maio de 2022
Durante participação no podcast Inteligência Ltda, apresentando por Rogério Vilela, Regis Tadeu estava falando sobre a questão de artistas brasileiros que querem manter uma carreira internacional quando disse: "Nem vou falar nessa coisa de vender discos, pois vender discos ninguém vende mais" e isso chamou o assunto, com Vilela perguntando se "isso acabou, né".
Regis concorda e diz que somente ele e mais meia dúzia ainda compram, emendando em seguida: "E o CD está voltando agora, eu avisei! Porque vai chegar um momento em que esse mercado de LPs, que é um nicho muito pequeno - tanto que a indústria de equipamentos não foi aquecida porque o vinil voltou - mas esse negócio de discos chamou atenção de uma faixa de público de alto poder aquisitivo, e a coisa vai chegar num ponto que os preços de discos vão subir tanto, e as pessoas que compram os LPs hoje ficam tocando nestas vitrolinhas que parecem rádio, que a agulha estraga os discos, é agulha de cerâmica".
Prossegue Regis: "E as pessoas vão começar a comprar os discos, daí tira selfie junto com o disco pra dizer que é... 'ah, eu comprei o disco do Cartola, aquele que ele está tomando a xicrinha verde' (se referindo ao "Verde Que Te Quero Rosa" de 1977), daí tira foto, nem deslacra o disco e coloca lá de volta. Mas vai ouvir, aquelas agulhas começam a estragar o vinil e ele começa a chiar. Então a pessoa vai ficar com saudade da época que o disco não tinha chiado e vai voltar a comprar CD. E é o que está acontecendo. E tem uma outra coisa, que é fundamental: essa volta do CD, vai reaquecer mais uma vez o mercado, e hoje mesmo por exemplo, você comprava CD a cinco, dez reais, vai subir o preço de novo. Já tem CD hoje fora de catálogo que o pessoal vende nesses sites de compra por 400 reais. É cíclico o negócio".
Regis Tadeu explica porque o Spotify vai perder o interesse por música
Vilela pergunta se é porque as pessoas querem ter de novo as coisas e não pagar uma assinatura, e Regis responde que vai continuar sendo um nicho pequeno pois não estão sendo lançados equipamentos para tocar CD, explicando em seguida o que ele acha que vai acontecer: "Vai chegar um momento em que os serviços de streaming - e o Spotify já percebeu isso - que ele ganha mais grana com podcast do que com arquivo musical". Vilela questiona se isso vai acontecer pois ele quer que as pessoas permaneçam mais tempo nele, mas Regis nega: "Não, porque é uma tendência, hoje todo mundo quer fazer podcast. Praticamente toda semana nós recebemos convite. Lembra aquela época que todo mundo queria ser youtuber?" pergunta Regis, explicando em seguida que ele não gosta quando dizem que ele é um youtuber pois para ele essa palavra está associada com pessoas que mergulham em banheira de nutella e coisas assim.
Desse ponto em diante, eles começam a falar sobre o que eles chamam de "febre do podcast", até que em um determinado momento Regis reforça o que disse pouco antes com o seguinte comentário: "E hoje o Spotify, que hoje é uma empresa que ainda trabalha no vermelho, assim como aconteceu com o Youtube durante muito tempo, o rendimento do Spotify com podcast é muito maior do que com música. Então vai chegar uma época - eu tenho certeza disso - que os serviços de streaming vão virar um imenso oceano de podcast e a música vai ser um negócio secundário. E os artistas não estão ganhando dinheiro com isso, ganham muito menos de centavos com isso, é algo tipo 0,0000006 de dólar por audição".
Este trecho transcrito e resumido acima está no vídeo a seguir, a partir das duas horas e meia.
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