Por que o Journey só veio uma vez ao Brasil? Eles voltam com o Toto? Schon responde
Por Igor Miranda
Postado em 21 de agosto de 2022
Embora tenha quase 50 anos de carreira e fãs espalhados em todo o planeta, o Journey só veio ao Brasil uma vez, em 2011. E foi para uma apresentação única, em 30 de março, no extinto Via Funchal de São Paulo.
Na época, a banda promovia o álbum "Eclipse", que seria lançado somente dois meses depois. Várias faixas do novo trabalho foram tocadas, mas os hits de sempre também compareceram. As escolhas tiveram ênfase em "Escape", disco de 1981 que teve sete de suas dez faixas incluídas ao setlist – incluindo os hits "Don’t Stop Believin’", "Open Arms" e "Who’s Crying Now".
Por que eles demoraram tanto para vir? Por que nunca mais voltaram? Será que eles pretendem voltar com sua nova turnê, que traz ninguém menos que o Toto como banda de abertura? Essas perguntas foram respondidas pelo guitarrista Neal Schon em entrevista a IgorMiranda.com.br (disponível em vídeo no YouTube).
Inicialmente, Schon relembrou ter sido ideia dele próprio trazer o Toto para a tour atual, que rodou a América do Norte durante o primeiro semestre deste ano. Inicialmente, o Journey excursionaria com Billy Idol, mas um problema de saúde fez o vocalista cancelar seus compromissos na estrada.
"Foi minha ideia trazer o Toto quando Billy Idol pulou fora. Ele só poderia tocar 28 das primeiras 40 datas. Sugeri trazer o Toto com a gente porque há muito tempo sou amigo do Steve Lukather. Musicalmente, acho compatível com o Journey. Houve certa resistência, mas quando Billy Idol cancelou, falei para chamarmos o Toto. Eles têm tocado mais na Europa e no exterior do que nos Estados Unidos. E nós éramos maiores nos EUA. Acho que eles estavam preocupados com vendas de ingressos, mas falei para não se preocuparem, porque somos fortes e iríamos lotar independente de quem estivesse no show conosco. Mas eu sabia que musicalmente seria um dos melhores shows possíveis para nossa plateia. Acabou que eu estava certo", contou.
De acordo com Neal, a parceria deu tão certo que se refletiu no agendamento de mais 40 datas nos Estados Unidos para o início de 2023. Naturalmente, surgiu a ideia de levar a tour para outros continentes – e a América do Sul está inclusa. "Estamos planejando ir pro exterior. Não vi todas as datas, mas estamos falando de América do Sul, Brasil, tudo quanto é lugar, além da Europa", declarou.
Para o guitarrista, virou uma questão de honra, pois o Journey praticamente nunca vem à América do Sul. A culpa, segundo ele, é dos empresários com quem a banda trabalhava no passado.
"Acho que iremos descobrir que somos mais fortes no exterior do que achávamos. Empresários não queriam que fôssemos aí por não ser tão lucrativo. Eles tinham que dividir com os outros promotores, é tudo política. A primeira vez que tocamos em Viña del Mar (Chile) com Arnel (Pineda, vocalista), o primeiro show dele, tocamos para 30 milhões de pessoas na TV. Nós piramos, a plateia amou, mas nunca voltamos lá. Fico me perguntando o porquê disso. Então acho que será uma experiência incrível quando formos aí", concluiu.
A entrevista completa com Neal Schon pode ser assistida no player de vídeo a seguir, com legendas em português. O guitarrista compartilhou mais detalhes a respeito de "Freedom", novo álbum da banda, já disponível nas plataformas digitais por meio da gravadora BMG.
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