A opinião de Brian May sobre Lemmy Kilmister e o Motörhead
Por André Garcia
Postado em 10 de agosto de 2022
O Queen surgiu nos anos 70, quando gravou obras-primas como "A Night at the Opera" e "News of the World", contendo sucessos como "Bohemian Rhapsody" e "We Are the Champions". O quarteto chamou atenção por sua ecleticidade, já que era formado por integrantes com gostos e influências diferentes, mas que se combinavam e complementavam em algo inconfundível.
O guitarrista Brian May, fã de nomes como Led Zeppelin e Black Sabbath, sempre defendia o lado rock pesado da banda. Lado esse que rendeu músicas como "Brighton Rock" e "Stone Cold Crazy", mas que acabou sendo deixado de lado no começo dos anos 80.
Conforme publicado pela Rock and Roll Garage, em 2015, quando o vocalista e baixista do Motörhead Lemmy Kilmister morreu aos 70 anos, Brian May o homenageou com uma comovente mensagem postada em seu site oficial.
"As palavras não vêm fácil. Especialmente quando você sabe que Lemmy riria de todos nós tentando dignificar ele como um herói. Toda vez que tentei fazer algum elogio a ele, ele me dava um divertido olhar de escárnio. Mas um tipo de herói foi o que ele foi. Único de toda forma imaginável. Ele era um amontoado de personalidades conflitantes. Sua música era estrondosa, abrasiva, sem concessões. Ainda assim, como pessoa, ele era um pacifista, um profundo pensador. Um homem que se importava profundamente com seus amigos. Eu nunca estive entre seus amigos mais próximos, mas nos esbarrávamos com frequência, e ele sempre me dizia algo chocantemente respeitoso, me deixando sem reação, porque ele odiava ser exaltado. Ou pelo menos era o que parecia."
"Uma das minhas melhores amigas viveu com Lemmy por 10 anos. Ela sempre falava dele como um homem carinhoso. Muito diferente de sua fachada pública, que nunca desviava de sua dura visão de mundo. Lemmy era um homem muito culto, letrado. Ainda assim, se você o visse passar a noite inteira colado em um caça-níquel no Rainbow Bar and Grill no Sunset Strip, você jamais diria. Aliás, aquele lugar sagrado, marcado na história do rock n roll, sempre terá sua marca espiritual.
"Todos nós viemos a esse mundo como bebês, e nos moldamos ao que queremos ser. Lemmy — um produto de sua própria vontade — é o molde do ícone do rock pesado que define o termo. Lemmy viveu sua música, e sua persona em sua música, 100% ao limite. O Motörhead foi na maior parte de sua história um trio. Sem espaço para firulas. E esses trios (às vezes quartetos) sempre foram frenéticos ao máximo. Eu me lembro de receber eles na Brixton Academy. Foi provavelmente a experiência mais ensurdecedora de minha vida."
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