Como Pete Townshend convenceu o The Who a não acabar após briga feia em 1981
Por André Garcia
Postado em 03 de outubro de 2022
Na segunda metade dos anos 60, Beatles, Rolling Stones e The Who se estabeleceram como as maiores bandas do rock britânico. Entretanto, ao contrário dos outros dois, o The Who era uma volátil combinação de personalidades conflitantes que, por algum motivo, contrariava a lógica ao funcionar musicalmente.
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Com o passar da década de 70, a relação entre os integrantes foi se deteriorando: Roger Daltrey não aguentava mais as constantes insatisfações de Pete Townshend, que não aguentava mais a loucura e imprevisibilidade de Keith Moon, que temia ser substituído e perder tudo. Em 1978, com a morte do baterista, era o momento ideal de dar um tempo para colocar a cabeça no lugar, mas eles pouco depois já se puseram de volta ao trabalho.
O primeiro álbum com Kenney Jones na bateria foi "Face Dances" (1981). Com uma sonoridade mais madura e menos explosiva, causou estranhamento e, para alguns, perdeu a essência. Entretanto, embora tenha dividido os críticos, chegou a #4 nas paradas da Billboard e #2 no Reino Unido.
O guitarrista, cada vez mais insatisfeito e passando por uma crise pessoal, finalmente chegou ao limite em 1981 no Rainbow. Após beber quatro garrafas de whisky, Townshend teve uma discussão com Daltrey que chegou às vias de fato e, conforme publicado pela Ultimate Classic Rock, passou muito perto de encerrar a banda de uma vez por todas.
Pete finalmente reconheceu seu alcoolismo e foi para a reabilitação, de onde saiu decidido a reparar os estragos causados para reunir o The Who.
"Eu consegui convencer os caras da banda que eu permaneceria vivo se deixassem que eu trabalhasse com eles de novo", confessou ele anos depois. "Após o fiasco no Rainbow tive dificuldade para provar para o Roger, em particular, que eu curtiria trabalhar com o The Who. E que era importante para mim que a banda acabasse de forma apropriada, e não por causa de uma p*rra de um surto mental meu."
"Eu senti que, de repente, a banda tinha um propósito externo, e que poderia realmente nos unir muito. Aquilo nos fazia sentir como seres humanos, parte da sociedade, habitantes do planeta, e não superstars alienados preocupados com a chegada da terceira idade, problemas financeiros e ter dinheiro para comprar uma nova tampa para o radiador de seus Rolls-Royces. Nós estávamos vivendo no mundo real de novo."
Se a nível pessoal a banda se reconciliou para gravar "It's Hard" (1982), criativamente o vocalista e o guitarrista permaneceram em pé de guerra. Daltrey teve discussões feias com Townshend defendendo que aquele álbum era apenas para "encher buraco". "'It's Hard' jamais deveria ter sido lançado", disse ele em 1984.
Apesar de decepcionante, o álbum contém "Eminence Front", que se tornou uma das músicas mais populares em seus shows. Segundo o site setlist.fm, ela é a #20 música mais tocada pelo The Who ao vivo com 341 execuções (39 delas apenas em 2016).
Até hoje o The Who segue vivo, assim como a relação de amor e ódio entre Pete Townshend e Roger Daltrey — os únicos integrantes originais remanescentes. No entanto, a partir de "It's Hard", novos lançamentos da banda se tornaram escassos, se limitando a "Endless Wire" (2006) e "WHO" (2019).
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