AC/DC: Brian Johnson lista e comenta suas 10 músicas preferidas
Por André Garcia
Postado em 02 de novembro de 2022
No mundo do rock, ouso dizer que ninguém se saiu tão bem diante de uma missão impossível quanto Brian Johnson. A repentina morte do carismático Bon Scott foi um banho de água gelada para o AC/DC, que estava no auge com "Highway to Hell" (1979), após anos ralando na estrada.
Em seu lugar entrou o ex-Geordie Brian Johnson, que logo de cara gravou o "Back in Black" (1980) — um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, amplamente considerado um dos melhores e mais influentes álbuns de rock pesado. Com sua boina, sua barriguinha de chopp, seu jeitão de caminhoneiro, e suas dancinhas desajeitadas, ele se tornou um dos mais improváveis dos icônicos frontmen do rock.
Conforme publicado pela Rock and Roll Garage, em participação no programa Tracks Of My Years, da BBC Radio 2, o vocalista listou e comentou suas 10 músicas preferidas.
Tutti Frutti - Little Richard
"Eu vi aquele cara com aquele cabelo preto estonteante, penteado para trás, com um belo terno, e quando ele abriu a boca com 'Whop bop b-luma b-lop bam bom'... Já era, eu já tinha sido arrebatado. Acho que aquela foi uma das músicas mais importantes que já ouvi."
Born To Be Wild - Steppenwolf
"Eu estava em uma bandinha na época, ainda estávamos aprendendo [a tocar], nós só queríamos estar em uma banda. Aí então ouvimos essa música maravilhosa chamada 'Born to be Wild', que era fácil de tocar e tudo. E, como todos os garotos queriam ouvir, virou uma música cult, então tivemos que aprender a tocar, e até mesmo tivemos que mudar a forma como nos vestíamos."
Paranoid - Black Sabbath
"[Tinha] uma cafeteria onde tinha fila para a jukebox. Lembro que um dia eu estava lá e uma música começou a tocar — era 'Paranoid', do Black Sabbath. Todo mundo ficou, tipo, 'O que e isso?' Todo mundo ficou coçando a cabeça e procurando moeda no bolso. Nós ficamos botando ela de novo. Para mim, 'Paranoid' é uma música muito importante, que me marcou."
Jumpin’ Jack Flash - Rolling Stones
"Tem que ser [Jumpin' Jack Flash], não dá para ser outra. Quer dizer, [tem também] Brown Sugar, [mas] certas músicas têm algo especial. Não escolhi essa música por nenhum motivo em particular, é só que ela é tão contagiante! Jamais me esquecerei de que essa foi a música que me fez comprar um par de maracas."
Rock And Roll - Led Zeppelin
"Aquela era pesada, e [eu ficava pensando] 'Como diabos ou posso cantar?' Por mais que 'Black Dog' tivesse sido a primeira que eu ouvi, me lembro dos caras começando a ensaiar ela, e eu cantando lá em cima. Eu nem consegui acreditar! Eu fiquei, tipo: 'Eu consigo fazer isso! Foi muito bom!'"
Jailhouse Rock - Elvis Presley
"Elvis deve ter sido o homem mais bonito do planeta. Ele inventou [o rock n roll]! Sua voz era pura. 'Jailhouse Rock', a primeira vez que eu ouvi, a voz dele era quase que como uma guitarra. Você não sabia do que ele estava falando, mas, cara, como soava bem! Ele foi meu herói por muito tempo."
Rocky Mountain Way - Joe Walsh
"'Rocky Mountain Way' é uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos. Joe Walsh é um dos meus melhores amigos, um dos caras mais engraçados que eu já conheci na minha vida. Nós tivemos um ótimo momento juntos em Wembley no tributo a Taylor Hawkins."
Sultans Of Swing - Dire Straits
"[Por volta de] 78, 79, o rock estava amolecendo, e tudo estava confortável demais. Aí então veio isso. Aquilo parece blues, jazz, rock… e [fez todo mundo pensar] 'O que é essa música?' Mark [Knopfler] é de Newcastle. Sabe, aquilo é meu mundo real. Alguma coisa aconteceu comigo, e eu fiquei 'Isso é fantástico!'.
In Dreams - Roy Orbison
"Roy Orbison é um mistério para mim: é um homem que canta sem mexer a boca! Essa música, antes de mais nada, é absolutamente linda. Ela vai crescendo, crescendo, crescendo… até você pensar que ele não tem como chegar mais alto — e ele chega. Vou te contar, foi difícil escolher uma música de Roy Orbison, são tantas fabulosas."
Nutbush City Limits - Ike & Tina Turner
"Aquela voz fala por si só. Quando fui fazer teste [para o AC/DC] — estava mais para um julgamento, na verdade, do que um teste. [Foi] 'Chega aí para cantar com os caras do AC/DC'. [Minha banda na época] em Newcastle tocava 'Nutbush City Limits', e era uma das preferidas do público. Ela é tão poderosa, que você tem que dar tudo de si, não dá para cantar de qualquer jeito."
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