Bob Dylan cita Kiss e rappers para explicar adoção de seu nome artístico
Por André Garcia
Postado em 25 de dezembro de 2022
Um dos músicos mais ativos de sua geração, Bob Dylan já lançou 95 singles e 39 álbuns de estúdio (o último deles em 2020). Isso sem contar com suas constantes turnês e sua carreira literária, que já o rendeu o Nobel de Literatura, em 2016. Aliás, recentemente ele lançou seu novo livro de ensaios.
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Nascido como Robert Allen Zimmerman, Bob Dylan tem um dos mais conhecidos nomes artísticos de seu tempo. Muita gente se pergunta a razão da adoção desse nome, e, conforme publicado pela Rock and Roll Garage, em 2004 ele falou sobre isso em entrevista no 60 Minutes. A resposta, como era de se esperar, foi poética e enigmática.
"Você tem uma identificação de si mesmo que talvez os outros a seu redor não percebam, então tem que começar tudo de novo. Por algum motivo eu nunca [me identifiquei com meu nome de batismo], mesmo antes de começar a tocar. Algumas pessoas nascem com o nome errado, pais errados… acontece."
Ao ser questionado se a mudança de nome teve algo a ver com uma mudança de personalidade ou personagem, ele respondeu que não. "Eu já tinha meu jeito bem definido. Eu era um personagem que eu já era. Bem… sei lá. [Um dia desses] eu estava falando com um dos caras do Kiss, Gene Simmons, sabe, ele tinha outro nome. Eu não lembro qual era, mas ele disse que aquele nome simplesmente surgiu na cabeça dele um dia."
"Isso acontece muito com rappers também, arrumar nomes diferentes, porque são como eles se sentem, sabe? Eles não são aquela pessoa que todo mundo conhece desde os tempos de escola — eles estão em outra, e precisam de outro nome. Chame a si mesmo como quiser chamar, esta é a terra da liberdade", concluiu.
Já foi publicado aqui no Whiplash Gene Simmons contando como foi o dia em que ele compôs com Bob Dylan.
Bob Dylan
Considerado um dos maiores artistas vivos, iniciou sua carreira musical aos 19 anos, em 1960, quando se mudou para Nova Iorque. Na efervescente cena folk de Greenwich Village ele ganhou notoriedade interpretando clássicos do gênero, lançando seu álbum de estreia, autointitulado, em 62.
Nos anos seguintes, ficou famoso por seus álbuns de protesto e por canções instantaneamente reconhecidas como verdadeiros hinos. Logo, as massas o consideraram o porta-voz de sua geração, mas a messiânica adulação veio acompanhada de algo que fez com que ele renunciasse a tudo aquilo: expectativas alheias que o restringiam criativamente.
Em 1965, pela primeira vez ele chocou aos fãs com uma inesperada metamorfose — o violão e as canções de protesto deram lugar à guitarra e fluxos de consciência inspirados em poetas beatniks. Após um acidente motociclístico quase fatal em 66, terminou a década em reclusão.
Nos anos 70, voltou a emplacar álbuns reconhecidos como obras-primas, como "Blood on the Tracks" (1975). Além disso, o trovador americano seguiu mudando de estilo musical (e até mesmo de personalidade) como uma cobra troca de pele. Um ótimo exemplo disso foi sua fase cristã em 1979.
Dali em diante, seguiu por rumos mais cult que mainstream, com constantes lançamentos e turnês. Com o passar do tempo, ele investiu também na carreira literária, que o rendeu o Nobel de Literatura em 2016. Sua publicação mais recente, The Philosophy of Modern Song, foi seu primeiro livro desde 2004. Já na música seu trabalho mais recente é o álbum "Rough and Rowdy Ways" (2020).
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