O álbum do Nirvana que Dave Grohl confessou não conseguir ouvir
Por André Garcia
Postado em 11 de janeiro de 2023
Todo mundo tem algum álbum que não consegue mais ouvir por ser associado a más recordações de um passado sombrio. Com o passar das décadas de estrada, os músicos também acabam tendo um trabalho ou outro em sua discografia que trazem de volta tempos difíceis.
Conforme publicado pela Far Out Magazine, na biografia This Is A Call: The Life and Times of Dave Grohl, de Paul Brannigan, o último baterista do Nirvana disse sentir isso com o disco "In Utero" (1993):
"'Nevermind' e 'In Utero' são dois álbuns totalmente diferentes. 'Nevermind' foi intencional, por mais que possam dizer que foi uma versão forçada do Nirvana. Não foi: fomos lá para fazer aquele disco, ensaiamos horas e horas e horas, dia após dia, para chegar a Nevermind. Mas 'In Utero' foi bem diferente. Não houve nenhum processo laborioso, foi só... 'bleurgh'... apenas saiu, como um expurgo. Foi bem puro e natural. 'In Utero' foi uma resposta direta ao sucesso e o som de 'Nevermind'. Nós seguimos outra direção. Foi, tipo: 'Ah é? Você gostou daquilo? Então aqui está o que estamos fazendo agora!'"
As memórias da gravação fizeram com que Grohl confessasse achar o álbum "duro de ouvir do começo ao fim". "Por ser tão verdadeiro, e por ser uma representação tão precisa da banda na época, traz de volta outras memórias, meio que me dá arrepios. É curioso como eu passo tanto tempo planejando as coisas que estão por vir, não passo muito tempo pensando nas coisas que fiz. Mas o 'In Utero', cara… que viagem!"
Definindo aquele trabalho como "sombrio pra c*ralho", ele acrescentou: "É definitivamente uma representação precisa da época. Ouço uma música ou outra no rádio de vez em quando, e gosto da diferença sonora de ouvir 'All Apologies' e 'Heart-Shaped Box' no meio de um monte de músicas modernas compactadas e cheias de Pro-Tools do rock moderno. Elas se destacam, mas, liricamente e conceitualmente, não são algo que eu goste de revisitar com muita frequência. Talvez, o que eu ame naquele álbum seja o som da urgência, e de nós três tocando em uma sala", concluiu.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps