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A segunda chance que RPM e Capital Inicial tiveram e que só um deles agarrou de verdade

Por Gustavo Maiato
Postado em 30 de julho de 2023

Tanto o RPM quanto o Capital Inicial começaram suas atividades em meados dos anos 1980. Coincidentemente, os dois grupos passaram por problemas nos anos seguintes. Isso porque, no caso do Capital, o vocalista Dinho Ouro Preto saiu por excesso de drogas e o grupo ficou em baixa.

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Foto: Rui Mendes
Foto: Rui Mendes

Já no caso da banda de Paulo Ricardo, desavenças internas fizeram com que os trabalhos fossem encerrados precocemente. Quis o destino, no entanto, que os dois conjuntos musicais tivessem uma segunda chance quase no início dos anos 2000.

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O Capital viu Dinho retornar e tentar a sorte com o "Acútico MTV", enquanto o RPM gravou especial para a mesma emissora e lançou um disco ao vivo. Mas porque será que apenas o Capital efetivamente se beneficiou dessa segunda chance e seguiu fazendo sucesso até hoje enquanto o RPM foi se acabando aos poucos?

Em entrevista ao Inteligência Ltda., Júlio Ettore, especialista em rock nacional, disse que um dos motivos foi que o RPM tomou decisões erradas ainda nos anos 1980, como lançar um disco ao vivo muito cedo. Isso prejudicou o repertório da banda, que ficou refém desses primeiros trabalhos. Além disso, o Capital Inicial conseguiu fazer uma gestão de crise melhor entre os integrantes.

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"Por exemplo, o RPM foi uma banda que enfrentou problemas com o uso de drogas e questões relacionadas ao sexo, típicas do cenário do Rock and Roll. Em contrapartida, o Capital Inicial conseguiu superar essas dificuldades e teve um novo ápice com o lançamento do álbum acústico. Ambos tiveram oportunidades, como o especial da MTV para o RPM, mas também enfrentaram problemas internos. Mesmo assim, o Capital Inicial continua ativo até hoje, e é considerado um caso de sucesso em gestão empresarial na indústria musical.

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Entretanto, o caso do RPM é preocupante. Embora o primeiro disco tenha vendido absurdamente bem, o lançamento do segundo álbum ao vivo acabou sendo um erro. Ao ficarem presos a esse repertório, enfrentaram dificuldades para lançar novas músicas. Essa situação acabou por afetar o rumo da banda".

Os problemas no Capital Inicial

Em vídeo no seu canal, Júlio Ettore contou mais sobre o problemático período em que Dinho Ouro Preto deixou o Capital Inicial.

"Em março de 1993, o Dinho Ouro Preto anunciou sua saída do Capital Inicial em 1993. Ele acreditava que podia trilhar um caminho solo, com um som um pouco mais pesado. Ele montou a banda Vertigo e o disco saiu em 1994. Era uma pegada meio Alice in Chains. O Dinho reconheceu que foi um fiasco de vendas. Nessa mesma época, ele começa a ter experiência com o LSD. Ele disse que foi a pior época da vida dele e disse que é incrível ter sobrevivido. Já o Capital Inicial convidou o cantor Murilo Lima para substituir. Eles ficaram sem gravadora, mas lançaram um disco em 1995".

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Os problemas no RPM

Já em vídeo no canal "A História da Revolução – Paulo Ricardo & RPM", é explicado um pouco sobre os problemas do RPM.

"O RPM obteve enorme fama nos anos 1980, mas pareceram que jogaram tudo fora, já que se separaram. Em 2001, parecia que eles propunham corrigir o erro e fazer o RPM ocupar o lugar que havia conquistado. Os quatro músicos se encontraram e o empresário Manoel Poladian voltou. Nessa época, o single ‘Vida Real’ foi escolhido tema de abertura do Big Brother Brasil.

Em meados de 2003, a banda entraria no estúdio para gravar seu próximo álbum de inéditas. Depois de uma turnê bem sucedida, não se ouvia falar mais nada sobre o RPM. Os fãs começaram a estranhar a demora. Começou a inevitável pergunta: teriam eles terminado novamente? Logo saberíamos que sim e as polêmicas surgiriam. Essa história tem dois elementos que foram a causa do fim do RPM.

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Primeiro, as diferenças musicais no rumo que a banda deveria seguir no álbum. Por um lado, Fernando Deluqui e Luiz Schiavon queriam continuar na linha dos anos 1980 e Paulo Ricardo queria incorporar elementos da música eletrônica.

A outra causa foi o registro dos direitos da banda. Em 2003, Paulo Ricardo registrou o nome e RPM e disse que isso foi feito com autorização dos outros membros. Em resposta, Luiz e Fernando afirmaram que isso foi feito sem o consentimento deles. Aí que começam os problemas. Segundo Paulo, quando a marca foi registrada em 2003, só se permitia registrar com um dono. Isso mudou em 2019. Por isso, ele colocou a marca RPM no nome dele.

Luiz disse que Paulo registrou as marcas sem avisar nenhum dos membros. Em seguida, Paulo teria iniciado uma empresa chamada ‘RPM Entretenimento’ sem participação dos outros. Em resposta, Paulo Ricardo negou que isso foi sem conhecimento dos outros integrantes. Em 2007, os integrantes se aproximaram novamente e o acordo é que o RPM só poderia existir se os quatro membros originais estivessem juntos. Só que havia outra cláusula que dizia que se alguém quisesse sair da banda, o grupo poderia continuar existindo".

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Sobre Gustavo Maiato

Jornalista, fotógrafo de shows, youtuber e escritor. Ama todos os subgêneros do rock e do heavy metal na mesma medida que ama escrever sobre isso.
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