Como frio de Porto Alegre afetou som dos Engenheiros do Hawaii, segundo Augusto Licks
Por Gustavo Maiato
Postado em 28 de julho de 2023
Os Engenheiros do Hawaii surgiram em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, e sempre foram considerados uma banda diferente dentro do contexto do rock nacional, já que não eram do eixo Rio-São Paulo.
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Pensando nisso, o ex-guitarrista Augusto Licks refletiu, em entrevista ao Corredor 5, como o fato de serem de um local mais frio do que o resto do Brasil acabou contribuindo para a estética e sonoridade da banda.
"Certamente, as experiências vivenciadas não são as mesmas para todos. A diversidade é rica, e cada pessoa possui sua própria identidade e história, sendo como uma impressão digital única. Essa individualidade se torna evidente quando alguém oferece um depoimento musical ou canta algo, pois naturalmente traz à tona sua identidade artística, evitando copiar o estilo de outros artistas.
Refletindo sobre um exemplo específico, uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, durante o mês de julho, enfrenta um desafio climático. O tempo é imprevisível, com frequentes ocorrências de muito frio, chuvas intensas e doenças respiratórias. O frio é tão intenso que as pessoas precisam se agasalhar de forma bastante significativa, mesmo sendo o Brasil um país conhecido pelo seu clima tropical.
Recordo da época em que os chuveiros elétricos ainda não eram comuns, e tomar um banho quente demandava um certo esforço, utilizando fogareiros de álcool para aquecer o banheiro. Atualmente, resido no Rio de Janeiro e acredito que o clima aqui é perfeito para mim e para minha família, pois não temos extremos de frio ou calor. O verão pode ser desafiador, e por isso costumamos passá-lo em Curitiba, uma cidade que considero ideal para essa época do ano.
A experiência musical também é influenciada pelas condições climáticas, como a estética do frio, um conceito criado por Victor Hamilton. Recordo-me dos tempos em que tocava em Porto Alegre, em lugares como o planetário e em rodas universitárias. Antes de começar a tocar, era necessário enfrentar o frio para que as mãos não ficassem enrijecidas ao tocar o violão. As mudanças climáticas podem afetar até mesmo a saúde das pessoas, como pude perceber ao pegar requisições mensais para comprar antibióticos no departamento pessoal da Rádio Guaíba, onde trabalhava.
O clima, de fato, tem um impacto significativo na cultura e no comportamento das pessoas, e isso também se reflete na expressão artística, especialmente na música. É fascinante observar como diferentes climas podem moldar a forma como as pessoas interagem, reagem e apreciam a arte e a música. É um lembrete de como a riqueza da diversidade cultural é influenciada por diversos fatores, incluindo o ambiente em que vivemos", disse.
Augusto Licks e os Engenheiros do Hawaii
Augusto Licks, renomado guitarrista clássico dos Engenheiros do Hawaii, optou por deixar a banda em 1993, marcando um momento significativo na trajetória musical do grupo. Desde então, fãs e admiradores têm se perguntado sobre a sua perspectiva em relação ao som da banda após sua saída. As citações abaixo foram feitas ao programa Pitadas do Sal.
"Seria muita pretensão minha dizer que o aconteceu depois que eu saí da banda não foi bom. Encontrei outra vez o Fernando Deluqui, sei que ele tocou nos Engenheiros do Hawaii depois de mim. O processo não está em mim. Eu participei de um processo e aquele foi meu depoimento. Não está em mim determinar se foi bom ou ruim.
Cada disco tem uma identidade própria. Nada se repete enquanto sonoridade. O ‘Revolta dos Dândis', por exemplo, tinha uma pureza. Eu não sabia onde estava me metendo e foi uma guinada muito forte. Ele é imperfeito tecnicamente. A mixagem deixou coisas mais altas e outras mais baixas. Para chegar ao ‘Várias Variáveis’, já sabíamos exatamente o que fazer dentro do estúdio. Esse foi um disco de maior convicção, ficou próximo da sonoridade da banda ao vivo. Para mim, é o que tem a melhor sonoridade da nossa discografia. Já o disco ‘GLM’ não é ressonante com a banda ao vivo.
Ele foi trabalhado muito individualmente, não havia sentido de banda. Não ensaiamos para gravar, coisa que sempre fizemos. Claro que estávamos maduros para entrar no estúdio nessa época, mas não tinha maturidade de banda. Fizemos o melhor possível nesse disco e ele tem qualidade. Algumas coisas saíram bem, outras nem tanto. Não tenho problema com ele, mas o clima em que ele foi gravado não era o mesmo do ‘Várias Variáveis’. Lá era algo mais participativo. Eu gravei praticamente sozinho as guitarras, sem a presença de ninguém", disse.

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