As curiosidades por trás da produção e mixagem do clássico álbum "Roots" do Sepultura
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de julho de 2023
O álbum "Roots" é o mais icônico do Sepultura e foi responsável por marcar de vez a proposta de fundir elementos da música brasileira e da sonoridade pesada. O line-up na época contava com Max e Iggor Cavalera, Paulo Jr. e Andreas Kisser.
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O que pouca gente sabe é que o ex-integrante Jairo Guedz, guitarrista antes de Andreas, acompanhou alguns processos de produção e mixagem do "Roots" nos EUA. Em entrevista ao Amplifica, ele contou curiosidades que viu.
"O Max me convidou para essa aventura, fui para Nova York e fiquei acompanhando os trabalhos no estúdio com a galera. Nas horas vagas, quando não queria ficar lá por vários dias, decidi visitar o estúdio do Derick Riggs. Eu pensava que era um estúdio, mas na verdade era um escritório. Uma curiosidade é que a banda estava toda presente.
O responsável pela mixagem do ‘Roots’ fazia inserções de gravações. Ele pegava o microfone e pedia para o Max dar um berro. Fiquei surpreso, pois não conhecia esse processo. Eu pensava que tudo estava definido, com um produtor específico gravando e editando. Mas o produtor mergulhava no trabalho dos caras, não apenas operava. Ele trazia ideias e incentivava a galera a tocar.
Às vezes, ligava o instrumento direto na linha ou no amplificador. Ele não se preocupava tanto com a preparação técnica, mas sim com a essência e a ideia por trás da música. Lembro-me de vê-los mixando o álbum "Roots" do Sepultura, um dos mais importantes do heavy metal mundial. A ideia era mais importante do que a sofisticação e a produção. É melhor ter um conteúdo impactante do que não ter.
Lembro-me do Max soltando um grito durante a gravação em Los Angeles ou talvez no Arizona, não tenho certeza. Também participei da mixagem. No grito, ele pediu para ligar uma guitarra, que não era a dele. Ele sugeriu tocar uma nota com as cordas fechadas e depois abertas, sem uma nota específica. Foi um processo em que ele foi ajustando junto com a voz do Max. Lembro-me disso claramente."
Já sobre a sonoridade de "Roots", o próprio Max Cavalera deu uma entrevista recente em que comentou a respeito.
"Para mim, 'Roots' é um disco muito pesado, músicas como 'Straighthate', 'Spit', 'Ambush' e 'Endangered Species' eram muito pesadas, rápidas e brutais. Acho que (o problema) é que ele ficou marcado... ficou muito popular, ficou na moda.
Algumas pessoas o conectaram com o 'nu metal'. Eu não acho que 'Roots' seja um disco 'nu metal'. Na verdade, acho que é exatamente o contrário, é um trabalho mais simples, com afinação baixa só que com riffs mais simples e uma percussão muito pesada.
Mas para mim, 'Roots' traz uma ideia, nasceu na hora certa. E era apenas uma ideia maluca que eu tinha na cabeça, gravar com índios brasileiros e levar aquilo ao Metal. E acho que isso foi muito ambicioso e muito corajoso, poucas pessoas fazem isso com suas carreiras, poucas apostam tudo e fazem um disco com ideias malucas como essa, pois muita coisa pode dar errado. Muitas bandas preferem fazer algo seguro, mas nós não éramos esse tipo de banda, tentávamos nunca fazer o mesmo disco", conclui.
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