"Roots": Max Cavalera não concorda com a opinião geral da galera sobre o álbum
Por Bruce William
Postado em 31 de julho de 2022
Em entrevista com o iRock do Chile, Max Cavalera refletiu sobre o álbum "Roots", de 1996, no qual ele e seus companheiros de banda colaboraram com a tribo Xavante brasileira, e que chegou a ser criticado por alguns fãs do Sepultura por não ser "suficientemente Metal". A transcrição foi feita pelo Blabbermouth.
"Eu não acho que esses fãs deram uma chance real ao disco. Para mim, 'Roots' é um disco muito pesado, músicas como 'Straighthate', 'Spit', 'Ambush' e 'Endangered Species' eram muito pesadas, rápidas e brutais. Acho que (o problema) é que ele ficou marcado... ficou muito popular, ficou na moda. Algumas pessoas o conectaram com o 'nu metal'. Eu não acho que 'Roots' seja um disco 'nu metal'. Na verdade, acho que é exatamente o contrário, é um trabalho mais simples, com afinação baixa só que com riffs mais simples e uma percussão muito pesada".
Max Cavalera tem algum disco preferido do Sepultura?
Max prossegue: "Por si só, em sua essência, para mim, é um disco especial, com certeza. Não vou dizer que é o meu favorito porque é como escolher entre seus filhos, não é uma coisa correta. Eu prefiro não escolher entre os álbuns do Sepultura, gosto de todos. Mas para mim, 'Roots' traz uma ideia, nasceu na hora certa. E era apenas uma ideia maluca que eu tinha na cabeça, gravar com índios brasileiros e levar aquilo ao Metal. E acho que isso foi muito ambicioso e muito corajoso, poucas pessoas fazem isso com suas carreiras, poucas apostam tudo e fazem um disco com ideias malucas como essa, pois muita coisa pode dar errado. Muitas bandas preferem fazer algo seguro, mas nós não éramos esse tipo de banda, tentávamos nunca fazer o mesmo disco", explica.
O músico explica então que estava apaixonado pela ideia do álbum, a coisa de ir pra tribo, usar os elementos tribais, a parte da percussão. "A 'brasilidade' do disco é incrível. E o disco para mim soa incrível. A mistura que Andy Wallace fez ficou muito, muito boa. Os vídeos foram muito legais: 'Attitude' com os Gracies, 'Roots Bloody Roots' em Salvador, o 'Ratamahatta' com as bonecas. Sim, foi uma fase da nossa vida. Acabou sendo meio louco porque marcou o fim da minha passagem pelo Sepultura. Mas tenho muito orgulho desse disco, é um grande trabalho. Muitas pessoas famosas gostam muito desse disco, como Dave Grohl e os caras do Slipknot, eles amam o 'Roots'".
Max Cavalera também não concorda com os metalheads old-school
"Compreendo alguns metalheads old-school", prossegue Max, "Eles só querem o 'Arise', querem que eu toque o 'Arise' pelo resto de minha vida. Ele e o 'Beneath The Remains' são ótimos, mas há muitas coisas diferentes que podemos fazer. 'Chaos A.D.' é ótimo. 'Roots' é ótimo. Eu não mudaria isso por nada. Era o disco que queríamos fazer naquela época. E acho que agora estou praticando para tocá-lo ao vivo (para uma próxima turnê), eu compreendo mais o 'Roots' agora do que antes. E eu acho que é um disco muito complexo, é um disco muito estranho, pouco ortodoxo e muito legal de se ouvir. Se você ouvir o disco inteiro, ele tem uma dinâmica muito diferente que é realmente, muito boa".
"Roots", juntamente com "Chaos A.D." de 1993, é considerado o lançamento de maior sucesso comercial do Sepultura, tendo sido certificado ouro em 2005 pela RIAA (Recording Industry Association of America) por vendas nos EUA superiores a 500.000 cópias.
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