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A opinião do engenheiro de som do primeiro Rock in Rio sobre mito da sabotagem gringa

Por Gustavo Maiato
Postado em 29 de setembro de 2023

Framklim Garrido é uma das grandes lendas do áudio brasileiro e foi um dos responsáveis pela operação sonora do primeiro Rock in Rio, realizado em 1985. Em entrevista ao Corredor 5 ele explicou que, ao contrário do que muitos pensam, em sua visão, não houve sabotagem por parte das bandas gringas para prejudicar o som das atrações nacionais.

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"Na época do primeiro Rock in Rio eu estava trabalhando com o Carlão num estúdio na Barra antes de ir para a RCA. No evento, fiz uns seis artistas e colaborei também com o Paralamas do Sucesso. O cara que fazia a operação de monitor era o mesmo do The Police, então ele percebeu que as bandas eram semelhantes e rolou tranquilo. Nós brasileiros não tínhamos hábito de sound check. Havia confusão porque nosso lado técnico e de produção não era tão profissional. Havia confusão entre o que era ensaio do artista e o sound check da parte técnica.

O engenheiro do Queen era o responsável geral pela parte técnica do Rock in Rio. Aquele inglês grosso e mal educado, sabe? As bandas brasileiras faziam o check do almoço para frente e os headliners era de manhã. Eu mal tinha tempo de dormir! Era uma mesa para cada artista. Nós não tínhamos experiência com aquele tamanho de P.A. Certa vez, liguei o som e veio alto para caramba! Aprendi e diminuí na hora! Era melhor do que o meu estúdio. Começa um problema sério, né? Se o P.A do cara soa melhor do que meu estúdio todo!

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Já ouvi pessoas dizendo que os gringos estavam sabotando as bandas brasileiras. Isso é lenda. Me dei muito bem com o cara da empresa de som gringa lá. Ele era um americano do interior, branquelo com aquela cara vermelha. Ele falava calmo e disse: ‘Que bom que todos estão aí’. Eu me apresentei e tudo mais e eles ficaram felizes. Foram duas semanas direto trabalhando. Nós, brasileiros, fomos até onde dava. Ele com uma educação suprema. Nós começávamos a mixar e achei até que o gringo estava tirando com minha cara de tão educado! Não tinha nada de sabotagem. Cheguei um dia e o AC/DC estava no palco. Entrei pela house mix e estavam montando as coisas. Era 9h da manhã.

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Perguntaram na hora se eu estava com algum problema. Eu disse que não. Os gringos não tinham ideia do quanto nós brasileiros sabíamos. Eles precisavam entregar um evento de duas semanas e funcionando. Se você entrega um equipamento daquele na mão de alguém que não sabe mexer, ele queima o equipamento. Ou ele confia na mão de obra ou não rola. Tinha uma variação de 5 decibéis ao longo do festival e isso era normal, porque depois de 5 horas ouvindo a sua referência auditiva muda. Você tem uma compressão no sistema neuronal.

É natural que o headliner soasse com mais pressão. Isso, com os anos, foi sumindo. No Hollywood Rock já não rolou. Lá eu aprendi o que era som de guitarra de verdade. O som do AC/DC tinha uma pedaleira de dois metros de altura e um gringo lá operando. Ele já fez aquele show milhares de vezes. Para os gringos, era só mais um show. Para nós era o Rock in Rio".

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Sobre Gustavo Maiato

Jornalista, fotógrafo de shows, youtuber e escritor. Ama todos os subgêneros do rock e do heavy metal na mesma medida que ama escrever sobre isso.
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