O disco do Iron Maiden que foi um grande retrocesso, segundo o vocalista Bruce Dickinson
Por Mateus Ribeiro
Postado em 01 de outubro de 2023
A discografia do Iron Maiden apresenta álbuns que se tornaram clássicos absolutos do Heavy Metal, como o debut autointitulado, "The Number Of The Beast", "Piece Of Mind", "Powerslave" e "Seventh Son Of A Seventh Son". Por outro lado, o grupo liderado pelo baixista Steve Harris escreveu alguns discos que não são celebrados quanto os trabalhos lançados na década de 80. É o caso de "No Prayer For The Dying".
Lançado em outubro de 1990, "No Prayer For The Dying" é o oitavo disco de estúdio do Iron Maiden e o sucessor de "Seventh Son Of A Seventh Son". O álbum marca a estreia do guitarrista Janick Gers, escolhido como o substituto de Adrian Smith.
Embora tenha boas músicas, "No Prayer For The Dying" não caiu no gosto do público. E aparentemente, nem o vocalista Bruce Dickinson gosta do álbum. Ao menos é o que dá a entender a matéria publicada no site da revista Metal Hammer.
"‘No Prayer For The Dying’ foi um grande retrocesso. O fato é que parecia terrível", declarou o lendário frontman.
Steve Harris não guarda boas lembranças da tour de "No Prayer For The Dying"
O baixista Steve Harris enxerga "No Prayer For The Dying" de forma diferente, de acordo com o que ele afirmou em 1996, durante entrevista concedida à uma revista francesa (que não teve o nome divulgado na matéria da Metal Hammer).
"O álbum surpreendeu muita gente, mas há algumas coisas boas nele. Mas não tenho muitas lembranças boas da turnê. Bruce estava entediado, isso era óbvio", disse o chefão do Maiden.
"Quando Bruce voltou de sua turnê solo, em 1990, percebi que ele não tinha o mesmo entusiasmo no palco com o Maiden como tinha com sua própria banda. Então, perguntei a ele: ‘Você ainda está feliz?’. E ele nos garantiu que ainda estava totalmente."
Bruce Dickinson sugeriu mudança de rota
Enquanto o Iron Maiden divulgava "No Prayer For The Dying", o Grunge começou a fazer sucesso e o Metallica lançou o gigantesco "Black Album". O cenário da época fez Bruce Dickinson temer pelo que poderia acontecer com o Iron Maiden e ele decidiu conversar com os demais integrantes do grupo.
"Eu estava começando a pensar: ‘Bem, é melhor eu ter uma conversa séria com os caras e descobrir até onde eles estão preparados para arriscar a reputação da banda, a fim de tentar fazer algo artisticamente que seja realmente novo. Então, tive grandes conversas com Nicko, Dave, Janick e todo mundo, basicamente bancando o advogado do diabo o tempo todo, dizendo que o mundo estava realmente mudando – não um pouco, mas muito", pontuou o cantor e compositor.
"Fear Of The Dark", o "Black Album" do Maiden?
As mudanças sugeridas por Bruce podem ser ouvidas em "Fear Of The Dark", sucessor de "No Prayer For The Dying", lançado em maio de 1992. O vocalista apostou alto no disco, como pode ser visto em uma entrevista que ele concedeu à revista Hard Force em 1992.
"Há uma ruptura entre ‘Fear Of The Dark’ e os antigos álbuns do Maiden. Eu realmente acredito que vai causar um impacto enorme, vamos direto para os anos 90, desta vez. Quando ouvirem, espero que digam: ‘Achávamos que o último Metallica era bom, mas dê uma olhada agora!’", disse Bruce.
"Fear Of The Dark" presenteou os fãs do Maiden com as ótimas "Be Quick Or Be Dead", "Wasting Love", "Afraid To Shoot Strangers" e "Judas Be My Guide". Obviamente, a faixa-título do disco também é uma excelente composição, que com méritos, se tornou um dos maiores sucessos do grupo.
Apesar de "Fear Of The Dark" ser um álbum muito bom, o vocalista Bruce Dickinson preferiu seguir carreira solo e saiu da banda após a turnê de divulgação do álbum. Mas isso é outra história, que você pode ler na matéria a seguir.
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