A emocionante história da épica "The Show Must Go On", do Queen
Por Mateus Ribeiro
Postado em 25 de novembro de 2023
A banda inglesa Queen possui em seu catálogo musical obras atemporais, que se tornaram hinos do Rock. Uma dessas canções é a épica e tocante "The Show Must Go On", que figura entre as músicas mais belas do Queen. Escrita por Brian May e Freddie Mercury, "The Show Must Go On" é uma das faixas de "Innuendo", décimo quarto disco de estúdio do grupo britânico, lançado em fevereiro de 1991.
O drama vivido por Freddie Mercury
"The Show Must Go On" foi escrita em um período muito complicado para a banda, sobretudo, para Freddie Mercury. O vocalista, considerado um dos maiores cantores de todos os tempos, estava sofrendo de complicações relacionadas à AIDS. Apesar do quadro desfavorável, Freddie não deixou de trabalhar com seus parceiros de banda.
"As músicas nunca são sobre apenas uma coisa. ‘The Show Must Go On’ era sobre um palhaço que sofria por dentro, mas ainda precisava pintar seu sorriso e deixar todo mundo alegre. É disso que trata a música. Não houve menção ao fato de que isso poderia ser algum tipo de alegoria sobre o próprio Freddie. Mas acho que não foi dito que ambos sabíamos o que estávamos escrevendo. Na verdade, é sobre Freddie", contou o guitarrista Brian May, durante entrevista cedida à Guitar World.
O título que Brian May achou cafona
Em outro ponto da entrevista, Brian May falou sobre o processo de composição de uma de suas obras mais bonitas. Segundo o guitarrista, o título da música (criado por ele mesmo) era brega.
"Fiz uma demo, sem nenhuma letra de fato. Depois, toquei-a para Freddie e disse: ‘Tenho um título, ‘The Show Must Go On’, mas talvez seja muito cafona.
Eu disse a ele: 'Você acha que isso vai funcionar? Ele respondeu: ‘Com certeza! Vai dar certo. Por que não vamos atrás disso?. E tive uma tarde fantástica com ele, trabalhando no primeiro verso, procurando a letra e tentando descobrir o que tudo aquilo significava."
Tínhamos letras suficientes para aquele primeiro verso, e Freddie disse: ‘Voltarei assim que puder’. Mas a música se desenvolveu na minha cabeça. Comecei a pensar, bem, talvez ele não volte. E, ao mesmo tempo, não consegui me conter.
Por alguma razão, havia uma energia entrando em mim. E eu estava escrevendo algo que sabia que era bom e esperava que ele fosse capaz de cantar eventualmente. Então, mapeei tudo. E esse primeiro verso, eu dividi em dois pedaços, e escrevi os versos em torno do que havíamos feito juntos", disse May.
A letra que foi um presente de Deus
Brian também falou sobre a letra de "The Show Must Go On", que segundo ele, foi um presente divino.
"Escrevi a música inteira em torno daquele pequeno fragmento que Freddie e eu montamos. Acordei uma manhã com a imagem de borboletas na cabeça e pensei que adoraria ouvir Freddie cantar: ‘Minha alma está pintada como as asas de borboletas’ ‘My soul is painted like the wings of butterflies’].
Pensei: este é o Freddie. E ele não iria escrever isso sozinho, porque ele não iria avançar dessa forma, sabe? Mas posso escrever para ele. Eu queria colocar essas palavras em sua boca. E foi um presente de Deus. Eu nem sei de onde vieram essas letras."
A performance arrasadora de Freddie Mercury
A música que é o tema desta nota conta com uma performance sensacional de Freddie Mercury, que mesmo vivendo alguns dos piores dias de sua vida, conseguiu soltar a voz, o que deixou Brian May impressionado.
"Eu apresentei tudo para ele na ocasião seguinte, que ele apareceu no estúdio, e naquela época ele estava sofrendo muito. Ele mal conseguia ficar em pé. Toquei para ele um pouco da demo, comigo cantando, que ficou incrivelmente alto e foi muito difícil.
No passado, Freddie sempre gritava comigo, tipo: ‘É muito alto! Você está me fazendo estragar minha linda voz!’. Então, pensei que desta vez ele fosse gritar comigo. Mas ele apenas ouviu e disse: ‘Vou fazer isso. Não se preocupe.’ Então, ele bebeu algumas vodcas, depois se apoiou na mesa e cantou toda aquela música. E foi incrível.
Acho que ele fez três ou quatro tomadas e arrasou totalmente naquele vocal. É como se ele tivesse chegado a um lugar que nunca tinha chegado antes. Lembro-me de dizer a Freddie: ‘Não quero que você se machuque. Você sabe, não se force a fazer isso se não for bom.’ Mas ele disse: ‘Eu farei isso, Brian!’ E ele fez. Foi lindo. Acho que é uma de suas melhores performances de todos os tempos. É incrível", pontuou o guitarrista do Queen.
Freddie Mercury faleceu no mesmo ano que "Innuendo" foi lançado. O cantor e compositor faleceu no dia 24 de novembro de 1991, aos 45 anos. Veja na nota abaixo como a morte de Freddie foi noticiada no Brasil.
Histórias de Músicas - Queen
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