A única semelhança entre RPM e o Secos & Molhados, segundo Ney Matogrosso
Por Gustavo Maiato
Postado em 30 de dezembro de 2023
O Secos & Molhados revolucionou a música brasileira nos anos 1970 com o performático vocalista Ney Matogrosso rebolando nos palcos em plena ditadura. Já o RPM, surgido na década seguinte, se tornou grande fenômeno de vendas com o cantor Paulo Ricardo e hits como "Alvorada Voraz" e "Olhar 43".
O show "Rádio Pirata", responsável por impulsionar a carreira do RPM, foi idealizado pelo empresário Manoel Poladian e dirigido justamente por Ney Matogrosso. Na sua autobiografia "Vira-Lata de Raça", Ney refletiu sobre essa época de sua carreira e explicou o motivo de não concordar com as pessoas que dizem haver semelhança entre as duas bandas.

"O Paulo Ricardo acabou virando um sex symbol da geração 80, ele tinha algo de estrela, um brilho que só dele, embora fosse um pouco travadinho. Meu trabalho com o RPM foi fazer com que aqueles jovens belos e talentosos perdessem a timidez e ganhassem confiança no palco, ainda mais naquela produção caríssima que o Poladian havia preparado. Curioso é que compararam a trajetória do RPM com a do Secos & Molhados, mas não enxergo assim. A única semelhança entre as duas bandas é o fato de terem acabado no auge do sucesso, nada mais. O que fazíamos no Seos & Molhados não era rock, era uma outra coisa, mais híbrida, que misturava poesia e ousadia de maneira muito mais distinta de qualquer outro grupo".
RPM, Ney Matogrosso e "Rádio Pirata Ao Vivo"
Segundo matéria de Bruce William, "Rádio Pirata ao Vivo", lançado pelo RPM em 1986, é estimado como o álbum mais vendido do rock nacional, com mais de 3 milhões de cópias vendidas, embora não haja números oficiais.
Gravado nos dias 26 e 27 de maio de 1986 no Pavilhão de Convenções do Complexo do Anhembi, em São Paulo, o álbum apresenta sucessos como "Revoluções por Minuto", "Rádio Pirata", "Olhar 43" e músicas inéditas como "Naja" e "Alvorada Voraz". Ney Matogrosso, diretor do show, conduziu regravações de "London, London" de Caetano Veloso e "Flores Astrais" do Secos & Molhados.
O jornalista Júlio Ettore revelou em vídeo no seu canal que a história começou em outubro de 1985, quando o RPM, após se apresentar em Porto Alegre, viu a necessidade de expandir o repertório. Um divulgador da gravadora CBS gravou o show, que incluía quatro músicas não registradas. A canção "London, London" se destacou nas rádios, levando a gravadora a pressionar a banda para gravar um álbum que a incluísse. O empresário Manoel Poladian recusou interromper a turnê, resultando na decisão de gravar um disco ao vivo para conter a pirataria, concluir a turnê e proporcionar tempo para descanso e composição.
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